sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Os ‘amigos’ de Chico Xavier


Autor Thiago D. Trindade

Temos visto, há algum tempo, inúmeras entrevistas, palestras, livros, artigos, etc. de pessoas que afirmam ter sido amigos íntimos de Chico Xavier. Fornecem, tais pessoas, datas da duração da amizade com o querido médium, descrevem a cor do boné que deram a ele e asseveram que tinham vasta e singular intimidade com o Apóstolo da Mediunidade.
É interessante observar que essas pessoas, que parecem disputar o título de “grande confidente de Chico Xavier” e gostam de alardear que são “detentores” de segredos do nobre e dedicadíssimo servo de Jesus. Essa gente, que tem alcançado algum destaque, ao invés de auxiliarem as obras sociais incentivadas por Chico, enquanto encarnado, e, incentivarem o estudo dos livros psicografados por ele, preferem se preocupar se o mineiro foi ou não Kardec, introduzindo nos espaços que frequentam, “provas incontestáveis” da reencarnação do Codificador na figura humilde e luminosa do Apóstolo do Espiritismo Brasileiro.
Ora, inúmeras vezes, Chico afirmou que não era Kardec reencarnado. E ponto.
Ressaltamos que essa preocupação, infantil, sobre as reencarnações de Chico Xavier não acrescenta em absolutamente nada ao Movimento Espírita, tampouco à MORALIZAÇÃO das pessoas. Alguém pode considerar “então, por que que tem gente que se preocupa com tal coisa?”. Simples. Três possíveis respostas:
1)      Falta do que fazer;
2)      Vontade de ter holofotes às custas do Chico;
3)      Enriquecer financeiramente às custas do Chico.
É só escolher. Podemos ainda acrescentar um quarto item que é a reunião das três anteriores.
Devemos ter senso crítico sobre as informações que buscamos. O próprio Chico quer isso de nós. Eu, perceba você que lê esse texto, me referi a ele no presente, pois o inesquecível médium é tão imortal quanto nós e certamente ele está observando o circo que fizeram com o nome dele e também seu legado. A prova disso é o vasto número de livros que falam sobre ele e que tem destinação duvidosa, não sendo os recursos obtidos com a venda, destinados a obras de caridade. Tem gente que afirma que o bondoso Chico é seu mentor, ditando mensagens das mais variadas. Tem ‘médium’, aliás que só canaliza gente graúda, o ‘Zé das couves’ nem passa perto da mediunidade desses ‘reis da mediunidade’, capazes de vender uma quantidade absurda de livros, que muitas vezes não fazem o menor sentido e tem destinação muito obscura.
                Sobre isso, na minha opinião crítica e conhecendo um pouco do caráter de Chico Xavier, este, em uma eventual comunicação, adotaria algum pseudônimo e mudaria sua aparência perispiritual, pois como ele tanto sabia “O CONTEÚDO é muito mais importante do que a forma”.
Devemos, por fim, ter paciência com esses “amigos” do amoroso Chico, mas não estimular suas falas e sua perda de tempo. Lembremos que Chico era amigo ÍNTIMO de todos, mesmo que não fosse recíproco por parte de uma grande quantidade de gente que o cercava com belos sorrisos e presentes. Chico Xavier não tinha sentimentos mesquinhos e isso o enlevou para mais próximo do Cristo.
Sejamos como o Apostolo da Mediunidade: discretos, leais, fraternos e dedicados ao Bem, sem esperar reconhecimento.



sábado, 24 de dezembro de 2016

Jesus não tem onde repousar a cabeça



 Autor Thiago D. Trindade

Nessa passagem, ligeiramente adaptada do livro de Mateus (8: 20), lembramos, mais uma vez, do imensurável Amor que Jesus tem por nós. Ele, que acompanhou o processo de criação de nosso planeta, vem trabalhando incansávelmente para que esse mundo de provas e expiações possa modificar-se num lugar de regeneração.

Mas Jesus não tem onde reclinar a cabeça.

Ainda no ventre de Maria, o Mestre sofreu as agruras da fuga do terrível Herodes, passando por privações. José, o valoroso carpinteiro, que enfrentava o temor e o desconhecido armado somente com sua Fé e seu cajado, certamente não fazia idéia total da importância de seu protegido ainda não nascido.

Nem mesmo a pequena e doce Maria, sobre o velho jumento, deveria fazer uma idéia de que o Excelso Governador acompanhava seu drama e o de seu esposo naquela fuga desesperada.

Jesus nasceu, pois, entre os simples animais de fazenda e os paupérrimos pastores em algum lugar perdido no tempo implacável.

No exílio, Jesus cresceu tendo como pais e tutores José e Maria, que o ensinaram, através de exemplos, a ser um homem de bem, mesmo fazendo idéia da grandeza que aquela criança sorridente possuía.

Foi ainda na infância que Jesus, como assinala Lucas (2:46-48), se voltou para os doutores da lei na sinagoga e, com a doçura típica das crianças, ensinou-lhes sobre muitas coisas.

Lembremos que judeus possuíam o livro sagrado, chamado Torá, e nessa obra, que data dos tempos de Moisés, há a passagem do bezerro de ouro (Êxodo, 32: 2-6). Esse bezerro fora feito pelos seguidores de Moisés, através das mãos de Arão, seu auxiliar, quando o líder se encontrava no Monte Sinai. Com o objeto de adoração, os homens esqueceram-se de Deus. A ira de Moisés, ao regressar, foi tamanha que sangue verteu sobre a terra (Êxodo, 32: 27 e 28). Jesus, conhecedor dessa tradição, guardou-a consigo.

Mais velho e acompanhado pelos Doze, Jesus invadiu a sinagoga e lá enfrentou os vendilhões que lá negociavam (Mateus, 21: 12 e 13).

O bezerro e os vendilhões são correlatos. Nós criamos bezerros de ouro e somos os vendilhões.

Em nosso coração criamos os tais bezerros dourados através de nosso orgulho, em honra ao “deus Ego”, e o polimos sempre que rejeitamos os Ensinos do Mestre.

Negociamos Deus todas as vezes que trocamos o Amor Universal pelas paixões mundanas expulsando o Cristo de nosso Templo Interior.

Mas Jesus não tem onde reclinar a cabeça.

Em seu trabalho incansável, Jesus caminhava solitário na matéria, durante sua trajetória na Terra.

Seus seguidores, propositalmente escolhidos dentre os mais humanos do canto mais pobre do Império Romano: pescadores, prostitutas, publicanos... E mais, estes não apresentavam condições de auxiliá-Lo. Os discípulos deviam antes fortalecer suas bases morais com os fracassos das provas enquanto Jesus ainda estava ao seu lado, para que pudessem vencer quando o Mestre viesse a faltar materialmente.

E como os discípulos falharam! Ao curar os doentes; ao caminhar sobre o mar; ao manter a serenidade ante as adversidades...

Docemente, porém com energia, Jesus aparou as arestas de seus prepostos em tempo hábil. Sabia que quando chegasse a hora seus pupilos estariam fortes o suficiente para mudar o mundo em nome do Pai.

Com o tempo, sabia o Cristo, outros seriam convocados ao Serviço, como Zaqueu, Estevão, Saulo e tantos outros.

Após o Gólgota, Jesus continuou a trabalhar por nós, estimulando e corrigindo. Estava – e está – sempre junto de seus irmãos mais jovens, mesmo aqueles que deliberadamente O rejeitam.

Suas sandálias continuam gastas.

Suas vestes continuam surradas.

Jesus ainda não tem onde repousar a venerável cabeça.

Seu trabalho é lento e consistente. Jesus fundamenta seu trabalho na Paciência e na forma mais perfeita de Amor: o Perdão.

Jesus é o Grande Médico e também o Sublime Professor.

Como Médico, nos oferece o medicamento do Esclarecimento. O bálsamo capaz de curar as feridas do nosso Espírito imortal.

Como Professor, nos dá condições para enfrentar as provas, ou desafios, que com o uso do medicamento nos faz crescer e caminhar na direção do Pai Maior.

Somente quando nós transmutarmos o bezerro de ouro que habita dentro de nós em um torrão de terra fértil cheio de flores e doces frutos – que por sua vez irão ajudar outros torrões a florescerem – é que Jesus poderá repousar sua excelsa cabeça.

Somente quando nós abrirmos nosso Templo Interior para o Cristo e expulsarmos nossos vendilhões, Jesus poderá repousar sua excelsa cabeça.

Somente quando nos reconhecermos verdadeiramente como enfermos e usarmos o Medicamento que o Grande Médico nos oferece, e, vencermos as Provas que temos de atravessar com o auxílio do Sublime Professor, é quando Jesus poderá descansar sua excelsa cabeça.

Façamos nossa parte e sigamos os passos do Mestre, deixados nas areias de nossos corações e atinjamos o oásis da Felicidade.

Imaginemos o dia em que o Mestre poderá repousar sua excelsa cabeça sob a fresca e frondosa copa de uma bela árvore e suspirar de satisfação pelo dever cumprido.

E nós, seus irmãos mais novos, velaremos por Ele da mesma forma que Ele tem feito por nós há incontáveis séculos.





sábado, 17 de dezembro de 2016

Lázaro


Autor Thiago D. Trindade


O caso de Lázaro é um grande exemplo de que a Fé transforma vidas. E como nós somos parecidos com esse homem, que fora amigo próximo de Jesus.

Na reflexão em tela, baseada nos escritos de João (11: 1-46), vemos as irmãs de Lázaro, Maria e Marta, irem até o Mestre, que pregava longe de Betânia, onde residiam com o irmão. Elas informaram a Jesus que seu amigo estava severamente doente e que desejava vê-lo. O Cristo, no entanto, estava em pregação e curava a muitas pessoas. Ele não podia pôr seu trabalho fraterno de lado, deixando de aplicar o bálsamo que era encarregado de trazer a aqueles sofredores, em prol de seu amigo.

Seria discriminador e egoísta.

Jesus sabia disso e certamente Lázaro e suas irmãs também. Quando pôde, o Grande Médico partiu para a vila de Betânia com os Doze, que temiam pela segurança deles e do Mestre. Tomé, inclusive, chegou a ter certeza de que iriam morrer ali (João, 11:16).

Nos arredores do pobre lugarejo, de onde o grupo havia tido uma passagem turbulenta, Marta informou ao Mestre que o amigo havia morrido e se encontrava sepultado há dias.

Sem titubear, Jesus clamou o auxílio dos amigos e partiu para o sepulcro de Lázaro. A essa altura muitas pessoas, avisadas do regresso do carpinteiro a região, tinham se juntado a Ele para ver qual prodígio se realizaria ali.

Diante da gruta onde o corpo inerte de Lázaro repousava, Jesus solicitou aos acompanhantes que removessem a rocha que selava o local, e, com a voz doce e firme, ao mesmo tempo, o Cristo de Deus chamou pelo amigo Lázaro, que surge diante de todos, enrolado em panos fúnebres.

Lázaro, vem para fora!

Essa passagem atravessou os séculos, imortalizando uma singela fagulha da grandeza de Deus que Jesus dividia com o mundo. Aliás, alguns afirmam duramente que Lázaro estava catatônico, desdobrado em espírito, em coma, epilético, em fim, de alguma fora estava vivo. Particularmente isso não importa, já que vivo ou morto, Lázaro ouviu tão somente o comando do Cristo e não o alarido das pessoas que lotavam o cemitério para ver mais um feito de nosso irmão mais velho.

A simbologia dessa passagem é muito maior do que podemos supor. Que os mortos podem ressuscitar? Esse conceito é muito limitado já que a morte, na verdade, não existe.

Mas o que existe é muito mais sublime e poderoso. Trata-se da transmutação da alma.

Lázaro era amigo do Cristo e certamente simpático à Boa Nova. Mas não a ponto de deixar seus afazeres corriqueiros e seguir Jesus como os outros. Somente após o Gólgota é que o homem de Betânia tomou o cajado e ganhou o mundo.

Lázaro, portanto, não era comprometido com a causa do Cristo. Ele era apenas envolvido com a Causa do Cristo.

Envolvimento é superficial.
Comprometimento é visceral, profundo.

Imaginemos Lázaro deitado sobre a pedra fria, enfaixado e silencioso, imerso em escuridão e bloqueado por uma pesada rocha. Do lado de fora, luz e vida.

A escuridão é a que trazemos dentro de nós.
As faixas são nossas limitações autoimpostas.
A rocha é a ignorância.

Jesus, certamente, poderia ter removido a grande pedra sozinho, levitando-a, explodindo-a, fazendo aquela substancia mineral simplesmente desaparecer. O Mestre poderia ter feito qualquer coisa com aquela pedra e seria uma das menores coisas que Ele teria feito em sua trajetória de trabalho anunciando a Boa Nova.

Mas o Divino Amigo preferiu incentivar os que lá estavam ao trabalho de resgate. Um trabalho em grupo. Como Jesus é o Sublime Professor, sabia que o trabalho que é movido por equipes serve para fixar o conhecimento, a troca de impressões, além que aproximar corações a um mesmo compasso.

O trabalho em grupo cria comprometimento.

Uma atividade em benefício de outra pessoa que criaria condições propícias para a prova de Lázaro.

Lázaro, vem para fora!

Com as condições criadas – a remoção da pedra – houve o despertamento, a inspiração para aquele que se julgava morto na carne. Agora, naquele momento, cabia a Lázaro sair da sua inércia em seu próprio benefício.

Lázaro levantou e buscou a luz, abandonando a treva.

Mais uma vez, o Sublime Professor, entrou em ação orientando o grupo de alunos que se voluntariaram para o Serviço da Luz.

Notemos que estes não eram os discípulos, pois se assim fosse, teriam sido citados por João, mas eram certamente os amigos de Lázaro que residiam em Betânia e talvez até mesmo alguns dos que haviam tentado apedrejar Jesus em sua última passagem por esta vila (João, 11:8).

Desatai suas faixas e deixa-o ir.

Novamente, Lázaro sentiu a caridade dos homens que o livraram das limitantes faixas, ensinando-o sobre a compaixão.

Lázaro voltou-se para o Mestre. Acima Dele, o sol da Vida.

Lázaro deixou a escuridão e caminhou, ainda que vacilante, para a luz.

Sua recompensa foi a Vida.

Lázaro deixou de ser apenas envolvido em relação à Boa Nova.

Lázaro passou a ser comprometido com a Boa Nova.

Lázaro é a prova da cura física, mental e espiritual.

Cura física: seus males orgânicos.

Cura mental: o entendimento da reforma íntima. O compreender suas limitações e comprometer-se em vencê-las.

Cura espiritual: levar o Bálsamo da Verdade aos demais, dividindo seu coração com o mundo. Foi curando aos outros, que Lázaro curou a si mesmo.

Munido de seu bordão, o amigo de Jesus atravessou os séculos ensinando aos aflitos a abandonar a escuridão e a abraçar a Luz Maior.

Jesus removeu nossa rocha enviando o Consolador Prometido. E enviou emissários para nos ajudar a remover nossas faixas limitantes dos movimentos, nossos Amigos Espirituais.

Docemente, o Mestre nos chama:

Vem para fora!”


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Entendimento

Autor Thiago Dias Trindade


Paulo, o Apóstolo dos Gentios, em sua carta aos Romanos (14:1), afirma:
“Acolhei ao que é débil da fé, não, porém, para discutir opiniões”.

Isso significa que a fé é a vivência dos Ensinamentos de Jesus. Paulo, em sua exortação, vai muito além do conhecimento do que Jesus disse, indo diretamente ao que  o Nazareno fez, que é trabalhar pelo próximo. Afinal, a fé que Jesus nos ensinou é baseada em pureza de sentimento e ação.

Infelizmente, tal passagem não é estudada e praticada como se deveria. O que temos hoje, em várias religiões, são pessoas mais preocupadas em decorar pontuações nos textos do que trabalhar, de fato, para Jesus. Opiniões exaltadas permeiam as rodas de conversas e críticas ácidas são lançadas à esmo.

O tal “débil na fé” deve ser conduzido com carinho, muito carinho, e com doce incentivo que se manifesta através do exemplo, o bom exemplo. Aliás, quem é o débil na fé?

É aquele que vive isolado no mundo, como um asceta?
É aquele que abraça as coisas mundanas e não busca as coisas do Espírito?
É aquele que se esforça em vencer suas más tendências?

Essas três alternativas, e todas as outras que o leitor amigo recordar. Ora, quem aqui é perfeito? Estamos em um mundo de expiações e provas e quem disser que sua fé não é débil, bem, está dando uma demonstração de soberba. Quem tem a fé forte não diz, demonsta com humildade.

Devemos seguir a orientação de Paulo e devemos nos reconhecer débeis na fé, buscando fortalecer-nos através da Reforma Íntima. Estudemos e trabalhemos mais! Devemos aprimorar nossa disciplina através do nosso pensar, sentir e agir.


Esse entendimento é fundamental, se, de fato, queremos ser cristãos.

sábado, 3 de dezembro de 2016

A enxada




Autor Thiago Dias Trindade

Quando estudamos a mensagem do espírito Ferdinando, intitulada “Missão do Homem inteligente na Terra”, no capítulo 7 do Evangelho Segundo o Espiritismo, percebemos que a sábia entidade faz alusão direta a Conhecimento e Responsabilidade.

Conhecimento, entendamos, ser as informações que podem ser bem ou mal utilizados e que Sabedoria não é nada além do bom uso do conhecimento. E usando bem ou mal o conhecimento arcaremos com suas conseqüências. Devemos entender, em verdade, que plantamos e colhemos constantemente neste mundo de provas e expiações.

Seguindo o raciocínio do espírito Ferdinando, na mensagem supracitada, a enxada é o instrumento fundamental para o trabalho do ajudante do jardineiro, que sob a orientação deste último, realiza uma série de tarefas. Tomemos, pois, a enxada por Evangelho, o ajudante somos nós, e o jardineiro, sendo o excelso Mestre Jesus.

O Evangelho, ou Enxada, é o instrumento que nos faz crescer, quando manejado, ou utilizado, com seriedade. Tal instrumento pode ser posto de lado, jogado mesmo, se assim quisermos. E quantas vezes jogamos a enxada para algum canto, permitindo que as ervas daninhas do ego (inveja, ganância, rancor, cobiça, luxúria, etc) cresçam fortes e que acabam por danificar o belo jardim de nossa existência?

O Jardineiro, Jesus, mais comumente chamado de Carpinteiro, que conhece cada um de nós, se encarrega de pegar a enxada caída ao largo de nosso caminho e a põe ao alcance de nossa mão e sussurra, confiante, em nossos ouvidos espirituais: “Perdoe!, Ame!, Trabalhe a si mesmo para crescer!”

Usar a enxada do Evangelho em benefíficio próprio é um trabalho duro e de muita responsabilidade. Cria músculos morais. A pele espiritual fica engrossada pela perseverança em atravessar e vencer as intempéries evolutivas que impomos a nós mesmos. O suor que vertemos é pura fé, a certeza da vitória.

Mas é claro que nos cansamos! No entanto, ao invés de jogarmos a enxada ao chão, podemos nos apoiar nela e respirar. Podemos nos apoiar no Evangelho do Cristo e respirar o méximo possível o perfume da resignação e então voltar a “carpir” novamente o solo existencial que possuímos.

Trabalhando firme, um dia, chegaremos a Jardineiro, conforme Jesus assegura, e iremos a ajudar os outros aspirantes a se tornarem protetores da obra Divina de Deus.



segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Como ajudar na Transição Planetária



Autor Thiago D. Trindade



Há algum tempo, temos ouvido, falado e estudado a respeito da Transição Planetária. Sabemos que o velho mundo de provas e expiações está se modificando para um mundo de regeneração.
No entanto, não vemos, infelizmente, essa modificação planetária de forma prática. Também não vemos em nós mesmos as características morais que devem ser modificadas. Alguém poderia dizer: “como assim?!” “ O que a Transição Planetária tem a ver com as nossas características morais?!”
Ora, Jesus disse que o Reino de Deus está dentro de nós. Isso significa que o Reino consiste em desenvolver todo o nosso potencial no Bem, pois temos uma semente divina, conforme fala o orador espírita José Carlos Leal no livro Evangelho e Qualidade de Vida, e essa sementinha precisa florescer e frutificar.
Lembrando rapidamente da Parábola do Semeador, deveríamos nos perguntar que tipo de terra somos para a semente divina que está ali depositada, dentro de nosso coração? Somos uma terra estéril, pedregosa? Somos uma terra espinhenta que mata a mudinha mal saída da semente? Ou somos a terra fértil que sustenta a muda, que se torna uma frondosa árvore?
Ouvimos, com freqüência, pessoas dizerem que estão salvas porque aceitaram Jesus. Muitos espíritas dizem que seus problemas deveriam acabar pelo fato de se vincularem a uma agremiação espírita, bem como adeptos de outras crenças o fazem. Mas acontece que tais pessoas não operaram mudanças significativas em suas vidas. Algumas deixam de fumar, de beber, mas não conquistam melhorias espirituais. Não deixaram de ser impacientes, preconceituosos, rancorosos, etc...
A semente de luz está lá. A enxada do Evangelho está lá e Jesus, o Lavrador Supremo, está lá. Mas a terra é ruim porque nós assim queremos. Jesus não pode evoluir por nós. Somos responsáveis pelos nossos atos. E os nossos atos se refletem no mundo.
Outra pessoa pode dizer: “ Eu ligo a televisão e só se vê violência”. Não é bem assim, pois tem coisa boa, é só procurar que acha. Mais um outro confrade assevera: “não gosto de ler, como é difícil ler!” Bem, existem bons áudio livros, além de grupos de estudos que são verdadeiras pérolas de luz.  E só para constar: “coisa boa é o que realmente contribui para a nossa formação”, assim assevera o amigo espiritual Joaquim. A questão é que se agente se disponibiliza a aprender, a informação surge!

Mas outra pessoa pode aparecer e disparar:” a pressão da sociedade é muito poderosa. Acabamos vencidos!” Paulo de Tarso diz, com seu vigoroso entusiasmo: “viver no mundo, sem ser do mundo”. O que o venerável mestre tarsense queria dizer é que devemos, sim, participar ativamente da sociedade, afinal é nela que amealhamos condições de evolução moral. E à medida que nos dedicamos à sociedade, que ela não nos infecte com suas imperfeições!
Devemos enfrentar os desafios do cotidiano, visualizando nossa realidade espiritual, ou seja, vencendo nossas más tendências com a ferramenta do Amor. Devemos, para ajudar na Transição Planetária, trabalhar incessantemente no Bem.
Não é fácil! Mas se buscarmos o exemplo de Zaqueu, cujas casas de auxílio eram continuamente destruídas, sem nunca culpar seus algozes, que sabiam menos do que ele, aprenderemos paciência e persistência.
Se buscarmos o exemplo de Paulo de Tarso, que ates de lhe cortarem sua cabeça, abençoara seus carrascos, viveremos melhor, pois o bom ânimo estará sempre dentro de nós.
Se buscarmos o exemplo de Teresa de Calcutá e vermos nos miseráveis do mundo, em nossos parentes ou colegas de trabalho, o próprio Cristo, viveremos melhor pois nos permitiremos melhor compreender a nós mesmos através de nossos semelhantes.
Se buscarmos o exemplo de Chico Xavier, que se dizia um cisco e trabalhava, e trabalha, incansavelmente, sem reclamar e fazer tudo o que podia com bom humor, viveremos melhor pois desenvolveremos a resignação em nós.
Se nós abraçarmos o Evangelho, viveremos melhor porque haverá Luz dentro de nós e ela irá irradiar à nossa volta.
E, dessa forma, além de verdadeiramente resolvermos os nossos problemas, ainda ajudaremos o Cristo na Transição Planetária.




sábado, 5 de novembro de 2016

Muletas



Autor Thiago D. Trindade


É comum vermos nas casas Espíritas e de Umbanda pessoas que estão sempre aflitas. Se apegam aos guias e neles descarregam suas lamentações.

Pensemos: geralmente são freqüentadores de longa data, e, não raro, assistem a trabalhos em outras casas com os mesmos apelos. Participam das palestras edificantes, ouvem a sabedoria dos guias, ou seja, tem largo acesso a orientação para o crescimento moral.

Mas essas pessoas não estão nunca satisfeitas, continuam suas lamentações dizendo que seus problemas são imensos, sem sequer refletir sobre os ensinamentos que tem à disposição. Não querem, na verdade, entender que a solução para seus problemas está dentro de si, ou seja, a tal “Reforma Íntima”. Querem apenas, verdade seja dita, serem ouvidos e vistos. Isso mesmo.

Não é objetivo de uma casa Kardecista ou de Umbanda que a pessoa, ao resolver suas aflições se afaste. O que essas Religiões almejam é que a pessoa, ao vencer suas más tendências e provas, continuem o aprendizado, e mais, ajudem aqueles que estão mais atrás com o Bálsamo do Esclarecimento.

Já tivemos a oportunidade de conhecer uma pessoa que freqüentava quatro casas religiosas, duas de Umbanda e duas Kardecistas. Dedicava quase todo o seu tempo, na semana, a ir a esses Hospitais-Escola do Bem e contava os segundos para voltar quando estava em seu próprio lar. Vivia para a assistência das referidas casas. E vimos um determinado guia dizer a ela (sempre às voltas com dificuldades banais como cardápio familiar, visitar a sogra ou ir à praia e demonstrava grande ciúme em relação ao marido que até cobrava a ela maior permanência em casa) que já tinha movimentado os trabalhadores espirituais de quatro casas e que na verdade cabia a ela decidir sua vida e arcar com as consequências com Fé Raciocinada no coração. Segundo o bondoso guia, conhecido pela amabilidade e capacidade elucidativa em suas argumentações, que os bons espíritos estão sempre dispostos a ajudar, mas com moderação. Caso o contrário a pessoa não cresceria espiritualmente, já que não teria a chance de por à prova o aprendizado adquirido na Casa de Religião, exercendo a Paciência, a Perseverança, a Fé e o Perdão. A senhora, sentindo-se ofendida, levantou-se e procurou outra consulta, julgando que arrumara um inimigo espiritual, a quem passou a dedicar especial atenção e de uma forma muito negativa.

É difícil semear a luz do Esclarecimento nos corações ainda endurecidos. Criar condições para um irmão caminhar livre de muletas. É muito comum ouvirmos alguém nos pedir para orarmos por ele, já que suas preces não são “boas”, o que é uma idéia muito difundida por aí e é uma verdadeira besteira, uma vez que não existe prece ruim se ela for feita com sinceridade no coração.

Nenhuma Religião, verdadeiramente pautada no Crescimento Moral do Homem, limita seu adepto. Devemos entender que a função dos guias – de qualquer guia, encarnado ou desencarnado, aliás – é criar condições para a Libertação da Humanidade, ou seja, seu progresso para junto do Pai Maior.

Que nós possamos procurar os nossos amados guias não só para pedir e lamentar, mas também para agradecer e ouvir as sublimes lições que possuem e anseiam por dividir conosco. E todos juntos irão contemplar o céu e sentir a Luz do Alto em nossos corações.
Sem muletas!

sábado, 29 de outubro de 2016

Magoa


Autor Thiago D. Trindade


autor Thiago D. Trindade




Pelo dicionário Aurélio, mágoa significa desgosto, amargura, descontentamento, desagrado. Magoar, por sua vez, entende-se por ferir, melindrar, ofender.

A mágoa, ou desgosto está presente no cotidiano humano. Diariamente magoamos ou somos magoados. E geralmente por pequenas coisas. Costumamos ferir para que nosso ego brilhe.

Mas o dedicado aprendiz do Evangelho do Cristo entende que a mágoa dificulta o crescimento espiritual. Como assim? Como ficar magoado, ou desgostoso, pode atrasar nossa vida?

Simples. A pessoa magoada direciona uma certa quantidade de energia mental ao ofensor, prejudicando-o, e assim aumentado-se o débito kármico. Para fixar melhor de como nós devemos proceder quanto a não nos tornarmos pessoas continuamente magoadas, ou infelizes, ficamos com três frases de Jesus:

“Perdoar setenta vezes sete vezes”
“ Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem.”
“Ficarão aqui até que paguem o último centavo.”

Podemos resumir essas três imortais frases do Cristo em uma palavra só:
PERDOAR
A mágoa gera quase todos os casos obsessivos. Começa mais ou menos assim: uma pessoa ofende a outra, por determinado motivo e o ofendido sufoca-se em mágoa. E assim alternam as reencarnações, com a tristeza afogando a ambos. Somente o perda sincero pode dar um basta nesse ciclo de sofrimento.

E é bom lembra que a pessoa imersa em mágoa intoxica tanto seu corpo espiritual, que acaba por exteriorizar no corpo material.  Saibamos que todos os nosso males estão em nossa mente enferma. Algumas pessoas chegam a desencarnar por conta do ressentimento, e vão parar nas zonas umbralinas como suicidas, devido a destruição do próprio corpo.

A saudosa médium Yvonne Pereira, na excelente obra “Dramas da Obsessão”, de autoria espiritual de Bezerra de Menezes, vemos um caso que se iniciou na tenebrosa era da Inquisição. Nessa trama, vemos uma família de judeus, povo perseguido duramente por séculos, ser massacrada da pior forma por alguns líderes religiosos que cobiçavam o patrimônio material e a jovem filha do chefe do clã.
Séculos depois, os Espíritos dos antigos judeus, deformados pela mágoa, obsediavam os inquisidores reencarnados, que já sofriam penosamente pelos seus atos do passado, sem a necessidade do ataque do Espírito Aboab, convertido em perigosíssimo obsessor. Com a orientação dos Espíritos Bezerra de Menezes e Ester (a jovem moça que não se entregara ao desespero e por conta disso, conseguiu evoluir espiritualmente), Aboab e seus filhos libertaram a si mesmos da mágoa opressora, permitindo qu os antigos inquisidores prosseguissem o resgate de seus pesados débitos. Ressaltamos que o perdão foi fundamental no processo e que a linha norteadora do trabalho foi o Evangelho do Cristo. Nesse livro, e é bom que se diga, foi editado pela Federação Espírita Brasileira, encontramos o nobre Espírito de Santo Antônio de Pádua, que coordena uma grande falange de Espíritos de Crianças, que se manifestam com as cores rosa e azul, com flores nas mãos e muita delicadeza. Tal falange tem por missa acalentar os corações doloridos. Qualquer comparação com os Espíritos que se manifestam como Crianças na religião Umbanda não é mera coincidência.

Temos de aceitar que não existem vítimas de um lado e algozes do outro. Existem irmão que precisam de carinho. Precisam de perdão. Nós temos a responsabilidade de dar o primeir passo, já que nos propomos a seguir o Cristo. Devemos quebrar as correntes que nos prendem as dores  sermos livres em nossa consciência. E, para quebrar as correntes da dor, lembremos Jesus:
“ Perdoar setenta vezes sete vezes.”
“Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem.”
“Ficarão aqui até que paguem o último centavo de nossas dívidas.”

Ou seja, AMAR.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Fala, Kardec!


O LIVRO DOS MÉDIUNS
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Estudo #13
Capítulo IV – Sistemas
Estranhos fenômenos do Espiritismo começaram a se produzir e suscitaram dúvidas sobre a sua realidade e mais ainda sobre a sua causa.
Quando averiguados por testemunhos irrecusáveis e através de experiência que todos puderam fazer, acontece que cada um os interpretou a seu modo de acordo com suas crenças, idéias pessoais e seus preconceitos, surgindo daí diversos sistemas, que eram uma tentativa de explicar os fenômenos.
Os adversários do Espiritismo logo perceberam as divergências de opinião e aproveitaram para dizer que os próprios espíritas não concordavam entre si.
A medida que os fatos se completam e são melhor observados, as idéias prematuras se desfazem e a unidade de opinião se estabelece, quando não sobre os detalhes, pelo menos sobre os pontos fundamentais.
Foi exatamente dessa maneira que aconteceu com o Espiritismo, que não podia escapar a essa lei comum e que devia mesmo, por sua natureza, prestar-se ainda mais à diversidade de opiniões.
Nesse sentido o seu avanço foi bem mais rápido que o de ciências mais antigas, como a Medicina por exemplo.
Seguindo uma ordem progressiva de idéias, de maneira metódica, convém colocar em primeiro os chamados sistemas negativos dos adversários do Espiritismo.
Os fenômenos espíritas são de duas espécies: os de efeitos físicos e os de efeitos inteligentes. Não admitindo a existência dos Espíritos, por não admitirem nada além da matéria compreende-se que eles neguem os efeitos inteligentes.
Quanto aos efeitos físicos, eles os comentam à sua maneira e seus argumentos podem ser resumidos nos quatro sistemas seguintes.
Sistema do Charlatanismo:
Muitos dos antagonistas atribuem esses efeitos à esperteza, pela razão de alguns terem sido imitados.
Essa suposição transformaria todos os espíritas em mistificados e todos os médiuns em mistificadores, sem consideração pela posição, ou caráter, o saber e a honorabilidade das pessoas.
Sistema de Loucura:
Alguns, por condescendência, querem afastar a suspeita de fraude e pretendem que os que não enganam são enganados por si mesmos, o que equivale a chamá-los de imbecis.
Quando os incrédulos são menos maneirosos, dizem simplesmente que se trata de loucura, atribuindo-se sem cerimônias o privilégio do bom senso. Essa forma de crítica se tornou ridícula pela sua própria leviandade e não merece que se perca tempo em refutá-la.
Sistema de Alucinação:
Outra opinião, menos ofensiva porque tem um leve disfarce científico, consiste em atribuir os fenômenos a uma ilusão dos sentidos. Assim o observador seria de muita boa fé, mas creria ver o que não vê.
Quando vê uma mesa levantar-se e permanecer no ar sem qualquer apoio, a mesa nem se moveu. Ele a vê no espaço por uma ilusão ou por um efeito de refração, como o que nos faz ver um astro ou um objeto na água, deslocado de sua verdadeira posição.
Sistema do Músculo Estalante:
Se assim fosse no que toca à visão, não seria diferente para o ouvido, mas quando os golpes são ouvidos por toda uma assembléia, não se pode razoavelmente atribuí-los à ilusão. Afastamos aqui qualquer idéia de fraude, considerando uma observação atenta em que se tenha constatado que não havia nenhuma causa fortuita ou material. Um sábio médico deu ao caso uma explicação decisiva, segundo pensava: "a causa, disse ele, está nas contrações voluntárias ou involuntárias do tendão muscular do pequeno perônio" e, depois de tentar explicar as minúcias anatômicas da produção dos estalos, acaba concluindo que os que ouvem os golpes numa mesa são vítimas de uma mistificação ou de uma ilusão. Segundo A. Kardec, é uma explicação apressada que o homem de ciência dá sobre o que não conhece, mas que os fatos podem desmentir.
Bibliografia:
Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns,
Kardec, Allan - O que é o Espiritismo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Dia perfeito



autor Thiago D. Trindade

Muitos se perguntam o que seria o tal “dia perfeito”. Um dia passado com alguém que se ama? Um dia em um lugar especial? Um dia com muito dinheiro no bolso? Outra idéia? Bem, nós que estamos nesse planeta de provas e expiações não podemos esperar nada além do autoesforço para um dia chegar à condição Crística.

Sabemos que enfrentar os problemas com Razão, Fé e Caridade, e sem esquecer o Perdão, é trilhar o caminho para a Verdadeira Vitória, o que não é lembrado quando as coisas ficam feias e difíceis. Temos então o chamado “dia de cão”, e certamente, nossos amigos caninos devem ficar insatisfeitos com a péssima definição de nossos problemas usando seu nome. Sem dúvida, ironicamente, os cães devem ter seu “dia de humano” quando são levados contra a vontade a lojas onde são banhados com produtos que ofendem seu acurado olfato e lhes vestem com roupinhas coloridas. Até sapatilhas estão a por nos pés, digo patas, dos queridos caninos...Mas isso é outra história.

Escrevemos acima que atravessamos momentos difíceis em nossas vidas e há quem diga que a quantidade destes é muito superior aos momentos de alegria. Pessoas lembram-se apenas de nascimentos, casamentos (se bem que cada vez menos pessoas citam isso), promoções profissionais, até momentos esportivos. Essas pessoas, geralmente se apegam a momentos efêmeros da matéria. Na verdade, ouso até com segurança, que esses momentos fugazes de alegria são válidos!

E como!

Para aqueles que ainda não despertaram para as doces sutilezas dos Ensinos do Mestre, grupo vasto na qual me incluo, essas situações são um lenitivo sim! Mas a partir do momento em que procuramos estudar – e praticar – os Ensinos do Cristo, passamos da condição de ultra ignorantes para a de grandes ignorantes em processo de resgate. Um dia seremos apenas ignorantes, e depois esclarecidos e felizes. A informação – o Conhecimento – gera um compromisso com a Verdade. Para nós, faz parte da Verdade procurar ser aquilo que se propõe ser, o Homem Perfeito, conforme o Cristo afirmou.

O conhecimento que Jesus nos trouxe estimula, ou melhor, nos obriga a procurar naqueles momentos mais difíceis, onde a dor parece excruciante, a doçura das crianças – as verdadeiras Herdeiras do Reino dos Céus.

A força do Amor, ensinado pelo Cristo, que teve de ir ao Gólgota para dar a prova definitiva de comprometimento com o Bem para que acreditássemos em suas palavras. Essa força é tão grande que cura todos os males. Nós é que, egoísticamente, não entendemos isso. Por nosso egoísmo, transformamos o “dia de cão” em “vida de cão”. Fazemos de nossa existência uma tragédia sem tamanho e, surdos e cegos, viramos as costas para o Dia que podemos – e devemos – fazer.

Aí é que entro nos dizeres do título deste modesto texto. Dia Perfeito? Como é isso? É sorrir tolamente quando estivermos afundando em problemas? Negar as dificuldades e pintar o céu de cor de rosa? Não!

O Dia Perfeito é obtido quando enfrentamos o problema com Paciência e Reflexão. É encarar o tal “dia de cão” de frente, já que nesta reencarnação é inevitável escapar dele. Somente a compreensão dessa Verdade nos levará ao Aperfeiçoamento.

Então, de posse da Conscientização de si mesmo, acabaremos naturalmente com o “dia de cão” e o transformaremos em “Dia de Lição”. Quebraremos, com isso, o ciclo autotorturante e deixaremos de ofender nossos queridos entes caninos.

Em seguida ao “Dia de Lição” encontraremos o “Dia Perfeito”, onde nos encantaremos com as luzes das estrelas e da lua. Iremos nos emocionar o canto dos pássaros livres nos primeiros raios da alvorada. Teremos a capacidade para reverenciar a serena sabedoria dos irmãos envelhecidos, que se encontram no inverno da matéria, e exultaremos a alegria daqueles que estão na primavera da carne.

Nesse “Dia Perfeito” não iremos nos render a ilusões transitórias e jubilaremos a Criação e sua imensurável Paciência para conosco, seus filhos teimosos. Nesse “Dia Perfeito” vibraremos à luz bendita que será capaz de ajudar a outros irmãos nossos, ainda abraçados a “dias tenebrosos”, ajudando-os a encontrar o alívio, da mesma forma que nós também precisamos de auxílio em certo momento de nossa existência.

Uma vez atingindo o Dia Perfeito, que nós possamos prolongá-lo em Dois, Três... uma Vida Perfeita, que na verdade será apenas uma vaga idéia da real Felicidade que nos espera no Mundo Maior, mas que ainda será o bastante para nossas limitadas capacidades.


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Um certo jovem de Assis



Autor Thiago D. Trindade

Antes de refletirmos sobre Giovanni di Pietro di Bernardone, ou Francisco de Assis, como preferem alguns, devemos primeiro entender brevemente o contexto histórico em que esse homem viveu, que pode ser observado em qualquer livro de História do Ensino Médio.

A espiritualidade europeia estava auto aprisionada em mosteiros, desenvolvendo-se de forma introvertida e contemplativa. O pensamento erudito era pessimista em relação ao mundo e a Humanidade. Para eles, o mundo e a Humanidade, em essência, eram maus.

Mas esses mosteiros eram ainda centros de conhecimento profundo, com vastas bibliotecas e muito do que se conhece de literatura e História é graças ao trabalho dos mestres copistas, que também dominavam o pensamento abstrato, o teológico e também a Psicologia.

Embora os monges fossem pessoalmente pobres, suas Ordens eram ricas, proprietárias de terras e ouro, graças as doações na nobreza e do povo.

O pensamento corrente era de que a vida de monge era garantia para a entrada no Paraíso. Muitos leigos, após uma vida imoral, doavam grandes somas de dinheiro e iam para a clausura eclesiástica, certos de que o Paraíso lhes aguardava como príncipes.

Podemos observar que esse pensamento até então em vigor vai contra o pensamento do Cristo. E um franzino italiano iria lembrar a dominante Igreja disso.

Na época de Giovanni Bernardone, o modelo feudal declinava em favor da burguesia mercantil. Seu pai, Pietro Bernardone, era um poderoso comerciante.

Nascido em berço de ouro, o jovem Giovanni, que era apelidado de Francesco (que significa francês em italiano), ou para nós, Francisco, cresceu ao sabor do desregramento.

Com gosto pelas fortes emoções, foi soldado. Acabou prisioneiro e contraiu problemas de saúde que o acompanharam pelo resto de sua encarnação.

Mas, espera aí! Um homem que é até hoje conhecido pela sua mansidão era um arruaceiro e soldado mercenário? É, ele foi.

Se observarmos a História Cristã, vemos que muitos dos maiores auxiliares de Jesus eram os mais mundanos que a Humanidade tinha a oferecer: Pedro, era violento, teimoso e preconceituoso; Mateus e Zaqueu, temíveis publicanos, e, Paulo, que fora fariseu e implacável perseguidor de cristãos são alguns exemplos a serem lembrados aqui.

O Cristo sempre gostou de pegar um punhado de carvão, pretensamente, insignificante, e o transformava em reluzente diamante, que refratava as luzes celestes.

Simples assim.

Como sabemos, o Mestre Galileu chegou a cada um desses citados de forma única. E foi quando Francisco partia para sua segunda guerra, após sonhar com uma bela donzela, um opulento castelo e com um exército a lhe servir, que uma voz lhe indagou: “Quem te pode ser de maior proveito, o senhor ou o servo?” Sem hesitar, o jovem escolheu o “senhor”, mas a “voz” o estimulou a regressar ao lar com a promessa de que haveria uma orientação a ser dada.

Essa foi, certamente, a primeira vez que o povo olhou Francisco com desconfiança, pois praticamente  desertara. Seu pai, muito provavelmente, gastou uma razoável soma de dinheiro pagando propinas para que as autoridades esquecessem as acusações de deserção do exército papal.

Mas não foi daí que Francisco saiu praticando a Caridade.

Antes o jovem, em uma caverna, procurou entender o que se passava com ele. Procurou meditar, autoanalisar-se, ou, como dizemos hoje em dia, procurar sua Reforma Íntima (que aliás deve ser construída aos poucos).

Se para nós é difícil o conceito de Reforma Íntima, apesar de todas as informações que temos, imaginemos o quão difícil era para um jovem, na Idade Média, numa Era onde havia somente uma corrente de pensamento filosófico, e que qualquer coisa diferente era considerado crime passível de morte.

Embora Francisco não compreendesse sua própria vida, brotava nele o desejo de servir. Tanto que caminhando na mata, deparou com um leproso (que até hoje essa doença é vista como uma “maldição divina”) e deu-lhe seu rico manto. E mais, deu-lhe um beijo no rosto retorcido.

Foi um gesto impulsivo, como sabemos, mas que o satisfez. E essa sensação lhe era inédita e verdadeira.

Chegando à Igreja de São Damião, ouviu a Voz do Cristo, a partir de um pequeno crucifixo, que lhe pediu para reformar a igreja. Afoito, o jovem não refletiu sobre qual Igreja falara o Cristo, embora depois ele descobrisse que o Mestre se referia à reformar o mundo. Francisco saiu veloz da igrejinha e regressou à loja do pai, que estava ausente. Tomando os caros tecidos do negócio familiar, vendeu-os a baixo preço na feira para o povo, que logo após o taxou de louco e, em seguida, o apedrejou. Salvo pelo pai, foi confrontado por ele, que não compreendia o gesto e as motivações do filho.

Nesse momento, que é celebrado sempre que fala em Francisco de Assis, o jovem despiu-se de suas belas roupas que usava.

Agora sim, Francisco estava pronto para iniciar o serviço do Cristo, pois as vestes ricas, pesadas e limitantes, significavam o abandono do Homem Velho que todos nós devemos despojar.

Francisco, portanto, seguia o Ensinamento do Cristo: “... dê tudo que tens e me segue” (Mateus, 20:21). Mas esse revolucionário italiano precisava beber mais da fonte doutrinária de Jesus. Sua reestruturação mental e moral ainda estava frágil. Afinal era jovem e a rejeição de sua família e sociedade vergastavam-lhe a alma que ansiava por luz.

Buscou aprofundar suas meditações nos Ensinos do Cristo, mas não procurou mosteiro algum. Francisco procurou por Jesus nas vilas pobres, nos doentes e miseráveis de todas as cores. Encontrou na miséria do mundo a luz do Cristo.

Francisco entendeu que Jesus concedia a todos, sem distinção, a oportunidade de entrar no Reino dos Céus.

O missionário sabia que iria atravessar tempestades, pois o Evangelho de Jesus já era, há muito tempo, deturpado para atender interesses egoístas. Como solução, Francisco não procurou debates teóricos, pois sabia que não era páreo para os articulados doutores da Igreja.

Preferiu, o jovem, fazer do trabalho em nome do Cristo o seu cartão de visitas, logo, sua Tese.

Apesar das dificuldades, seu plano prosperou e chegou a fundar a Ordem dos Frades Menores, que fazia o impressionante voto de pobreza absoluta.

Francisco se preocupava bastante em seguir os Ensinos do Nazareno. Usava, a exemplo do Mestre Galileu, austeridade máxima consigo mesmo e de enorme condescendência para com o próximo.

Chamava o corpo de “Irmão Burrico” e o frade ensinava que a Moralização era fundamental para a Felicidade Futura. O jovem seguidor do Cristo ainda afirmava que o corpo era uma das mais belas obras de arte, já que tínhamos sido feitos à imagem e semelhança de Deus. Dessa forma, Francisco de Assis, se antecipou aos mestres renascentistas que só viriam séculos depois.

Para Francisco, o corpo é um Templo de Deus e o mundo em si é outro Templo que deve ser conservado e honrado em nome do Criador.

O frade se descobriu pequeno como um grão de mostarda ante a grandeza da Obra de Deus. Percebeu que era um integrante, e não o senhor da Natureza, como nos esclarece a questão 540 do Livro dos Espíritos e o Capítulo 10 de A Gênese, integrantes da Codificação Espírita. Para esse Servidor do Cristo, a Criação está intensamente conectada.

O manso italiano era, em plena Idade Média, o primeiro ecologista. Na obra conhecida como “O Cântico ao Irmão Sol” ou “Cântico das Criaturas”, vemos acertadamente o jovem de Assis chamar o vento, o sol, o lobo, as árvores de irmãos, já que como nós, foram criados pelo Amor Divino.

A Paciência, A Perseverança, A resignação, A Humildade e a Fé de Francisco eram admiráveis. Enfrentou as dificuldades com uma firmeza inferior somente à Paixão de Cristo e ao sofrimento dos primeiros mártires do Cristianismo, conforme assinalam alguns estudiosos.

Seu desconforto físico era uma constante. Sua visão, cada vez pior, somada aos problemas estomacais, lhe agrediam dia e noite. Muito semelhante a outro Francisco, nascido no Brasil, em início do século 20...

Quanto de nós ousam seguir o Evangelho do Cristo que nos manda amar irrestritamente?

Meditemos sobre isso.

Meditemos se nossa paciência, perseverança, resignação e fé não precisam ser mais desenvolvidas com estudo e trabalho.

Por que nós não tiramos de nossos desconfortos físicos a força necessária para trabalhar para nós mesmos e inspirar os outros?

Nos últimos anos, Francisco de Assis é lembrado somente como Protetor do Meio Ambiente. Na verdade, o frade trabalhou intensamente com leprosos, alienados e famintos. Chamava a Morte, o Desencarne, de Irmã e sorria para ela, pois sabia que era um gesto de Deus.

Francisco sabia que o desencarne era fundamental para o desenvolvimento Moral\Espiritual da Humanidade. Como Amigo da Morte, o frade levava a mensagem de Jesus de que nada se leva deste mundo se não as ações praticadas, fossem boas ou más. O Trabalhador do Cristo lembrava que a vida na Terra era o tempo de semear.

Certamente com um pouco de severidade, o leal Servidor ensinava ao povo que não se negociava o Reino dos Céus, apesar dos apelos da dominante Igreja, mas somente o serviço ao próximo era capaz de levar uma alma ao Paraíso. Francisco, em suas simples palavras, enfatizava o ensinamento de Jesus que fazia alusão que se fizesse o menor dos servidores, será digno do Reino dos Céus. (João, 13: 1-11).

Por gestos e palavras, Francisco ensinava que era necessário morrer para os excessos mundanos, entraves para a entrada no Reino dos Céus. Francisco ensinava que o mais sublime sinônimo de Amor é o Perdão, que tem por igualdade de significado: o Carinho, a Compreensão, a Empatia, o Servir.

Acreditamos que é assim que Francisco de Assis deve ser lembrado – e estudado – pelo seu exemplo em despir-se dos entraves limitantes de sua evolução pessoal.

Seguidores de seu exemplo em Servir, infelizmente, são poucos: Adolfo Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Eurípedes Barsanulfo, André Luiz, Chico Xavier, Irmã Dulce, Tereza de Calcutá, Gandhi, Frei Damião, e uns poucos...

E onde quer que esses Missionários estejam, nos conclamam a seguir o Cristo, primeiro dentro de nós mesmos e, em seguida, em nossa família.

E, quando menos esperarmos, estaremos contemplando a luz divina de braços dados com toda a Humanidade e, conheceremos a bela dama, de nome Felicidade; conheceremos o Castelo do Reino dos Céus; e tomaremos parte do exército de companheiros de Francisco de Assis, elementos sonhados  anos antes, quando partia para a guerra, em solo italiano.

O pequeno frade nos ensinou que Estudar e Trabalhar; Trabalhar e Estudar são fundamentais para Servir melhor ao próximo.

E Servir melhor ao próximo é:

AMAR
AMAR
AMAR

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Fala, Kardec!



Terceiro Diálogo – Um livre pensador

Do Livro “O Que é o Espiritismo” de Allan Kardec

Um livre pensador – Tendes proclamado, a toda hora, a liberdade de pensamento e de consciência, e declarado que toda crença sincera é respeitável. O materialismo é uma crença como qualquer outra; por que não gozaria ele da liberdade que concedeis a todas as outras?

Allan Kardec – Cada um é, seguramente, livre para crer no que lhe agrada, ou para não crer em nada, e não desculparíamos mais uma perseguição contra aquele que crê no nada depois da morte, que contra um cismático de uma religião qualquer. Combatendo o materialismo, nós atacamos, não os indivíduos, mas uma doutrina que, se é inofensiva para a sociedade quando se encerra no foro íntimo da consciência de pessoas esclarecidas, é uma calamidade social, se ela se generaliza.
A crença de que tudo termina para o homem depois da morte, que toda solidariedade cessa com a vida, o conduz a considerar o sacrifício do bem-estar presente em proveito de outro como uma intrujice; daí a máxima: cada um por si durante a vida, uma vez que nada há além dela.
A caridade, a fraternidade, a moral, em uma palavra, não têm nenhuma base, nenhuma razão de ser.
Por que se mortificar, se reprimir, se privar hoje quando, amanhã talvez, não existiremos mais?
A negação do futuro, a simples dúvida sobre a vida futura, são os maiores estimulantes do egoísmo, fonte da maioria dos males da Humanidade.
É preciso uma virtude bem grande para se deter sobre a inclinação do vício e do crime, sem outro freio além da força da vontade.
O respeito humano pode conter o homem do mundo, mas não aquele para o qual o temor da opinião pública é nulo.
A crença na vida futura, mostrando a perpetuidade das relações entre os homens, estabelece entre eles uma solidariedade que não termina no túmulo;
ela muda, assim, o curso das idéias.
Se essa crença fosse apenas um espantalho, seria temporária;
mas como sua realidade é um fato adquirido pela experiência, ela está no dever de a propagar e de combater a crença contrária, no interesse mesmo da ordem social.
É isso o que faz o Espiritismo, e com sucesso, porque dá as provas, e porque, em definitivo, o homem prefere ter a certeza de viver feliz em um mundo melhor, como compensação às misérias deste mundo, do que crer estar morto para sempre.
O pensamento de se ver aniquilado para sempre, de crer os filhos e os seres que nos são caros, perdidos sem retorno, sorri a um bem pequeno número, crede-me;
por isso os ataques dirigidos contra o Espiritismo em nome da incredulidade têm tão pouco sucesso, e não o abalaram um instante.

Algumas linhas sobre Allan Kardec




Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail, 03 de Outubro de 1.804 - 31 de Março de 1.869) foi um influente educador, autor e tradutor francês.
Notabilizou-se como O Codificador do Espiritismo (neologismo por ele criado), também denominado de Doutrina Espírita (1).
Foi discípulo do reformador educacional Johann Heinrich Pestalozzi (2) e um dos pioneiros na pesquisa científica sobre fenômenos paranormais (mais notadamente a Mediunidade), assuntos que antes costumavam ser considerados inadequados para uma investigação do tipo.
Adotou o seu pseudônimo para uma diferenciação da Codificação Espírita em relação aos seus anteriores trabalhos pedagógicos.
A vida de Allan Kardec pode ser contada de várias maneiras.
Para melhor compreensão de alguns aspectos, vejamos as duas fases de forma bem distinta uma da outra. A primeira fase em que, desde o seu nascimento até a idade dos 50 anos de idade, foi conhecido como Hippolyte Léon Denizard Rivail; e a segunda fase, quando tornou-se espírita e passou a assinar Allan Kardec.
Primeira Fase:
Allan Kardec nasceu em 3 de Outubro de 1.804 na cidade francesa de Lyon e foi registrado com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail.
Iniciou seus estudos na escola de Pestalozzi (em Yverdun, Suiça). A educação transmitida por Pestalozzi marcou profundamente a vida futura do jovem Rivail.
Tornou-se educador e entusiasta do ensino e por várias vezes foi convidado a assumir a direção da escola quando Pestalozzi precisou ausentar-se.
Durante 30 anos (de 1.824 a 1.854) dedicou-se inteiramente ao ensino e foi autor de várias obras didáticas que em muito contribuíram para o progresso da educação naquela época.
Segunda Fase:
Em 1.855 o então Prof. Rivail deparou-se pela primeira vez com o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam (3), em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida (4).
Passa então a observar esses fenômenos. Pesquisa-os cuidadosamente graças ao seu espírito de investigação que sempre lhe fora peculiar. Não elabora qualquer teoria pré-concebida, mas insiste na descoberta das causas.
Aplica a esses fenômenos o método experimental com o qual já estava familiarizado como educador. Partindo dos efeitos, remonta às causas e reconhece a autenticidade dos fenômenos.
Convenceu-se da existência dos espíritos e da comunicação deles com os homens.
Uma grande transformação ocorreu na vida do Prof. Rivail: convencido de sua condição de espírito encarnado, adota um nome já usado em uma existência sua anterior, no tempo dos druidas (5): Allan Kardec.
De 1.855 a 1.869 consagrou sua existência ao Espiritismo; sob a assistência dos Espíritos Superiores, representados pelo Espírito de Verdade, estabelece as bases da Codificação Espírita, em seu tríplice aspecto: Filosófico, Científico e Religioso.
Além das obras básicas da Codificação (também conhecida como Pentateuco Kardequiano), contribuiu com outros livros básicos de iniciação doutrinária, como: O que é o Espiritismo, O Espiritismo na sua mais simples expressão, Instruções práticas sobre as manifestações espíritas e Obras Póstumas.
A essas obras junta-se a Revista Espírita, uma espécie de jornal ou diário de estudos psicológicos lançado a 1º de Janeiro de 1.858 e que esteve sob a direção de Allan Kardec por 12 anos.
É também de sua iniciativa a fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (6), em 1º de Abril de 1.858. Foi a primeira instituição regularmente constituída com o objetivo de promover estudos que favorecessem o progresso do Espiritismo.
Assim surgiu o Espiritismo: com a ação dos Espíritos Superiores, apoiados na maturidade moral e cultural de Allan Kardec no papel de codificador.
Com a máxima “Fora da caridade não há salvação”, Kardec procura ressaltar a igualdade entre os homens, perante Deus, perante a tolerância, perante a liberdade de consciência e perante a benevolência mútua.
E a esse princípio cabe juntar outro: “Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face à face, em todas as épocas da humanidade”.
Esclarece Allan Kardec: “A fé raciocinada que se apoia nos fatos e na lógica, não deixa qualquer obscuridade; crê-se, porque se tem certeza e só se está certo, quando se compreendeu”.
Denominado “O Bom Senso Encarnado” pelo célebre astrônomo Camille Flammarion (7), Allan Kardec desencarnou aos 65 anos em 31 de Março de 1.869.
Em seu túmulo (8) no cemitério de Père Lachaise (Paris) uma inscrição sintetiza a concepção evolucionista da Doutrina Espírita:
“Nascer, Morrer, Renascer, ainda e progredir sem cessar, tal é a lei”.
Leia mais na Wikipedia: Allan Kardec
https://pt.wikipedia.org/wiki/Allan_Kardec
(1) A Doutrina Espírita foi codificada (ou seja, tomou corpo de doutrina - pela universalidade dos ensinos dos espíritos) depois que Allan Kardec observou e analisou as "mesas girantes". O então Professor Rivail ficou intrigado com o fato de que como poderia a mesa mover-se se não havia músculos, ou formular respostas a determinadas perguntas, se ela, a mesa, não tem um cérebro. E foi o próprio fenômeno que teria respondido: "Não é a mesa que pensa! Somos nós as almas dos homens que viveram na Terra".
Continue lendo na Wikipedia: Espiritismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritismo
(2) Johann Heinrich Pestalozzi (1.746 - 1.827) foi um pedagogista suíço e educador pioneiro da reforma educacional. Foi um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais, e longe está de deixar de ser uma referência. Fundou escolas, cativava a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo.
Continue lendo na Wikipedia: Johann Heinrich Pestalozzi
https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi
(3) Assista ao vídeo:
ESPIRITISMO - HUMOR - MEDIUNIDADE - SIM, AS MESAS GIRANTES TAMBEM ESCREVIAM E CORRIAM PELAS RUAS
https://www.youtube.com/watch?v=boNPTedf8SQ - (00:03:53)
(4) Assista ao vídeo:
ESPIRITISMO - MUNDO ALEM - ALEM DA HISTORIA - ALLAN KARDEC E O FENOMENO DAS MESAS GIRANTES
https://www.youtube.com/watch?v=u0kTt7ECoXU - (00:09:27)
ESPIRITISMO - TV FERGS - ALLAN KARDEC - O SURGIMENTO DO ESPIRITISMO
http://www.youtube.com/watch?v=KjhnqRHtknU - (00:08:02)
ESPIRITISMO - O INICIO DA CODIFICACAO - DEPOIMENTO DE ALLAN KARDEC
http://www.youtube.com/watch?v=Rpi9X0a0oP8 - (00:07:57)
(5) Os Druidas foram os povos de origem indo-européia que habitavam extensas áreas da Europa pré-romana. Eram sacerdotes do lendário povo celta. Eram pessoas encarregadas das tarefas de aconselhamento, ensino, jurídicas e filosóficas dentro da sociedade celta.
(6) Assista ao vídeo:
ESPIRITISMO - MEMORIA - CODIFICACAO ESPIRITA - IMAGENS DE PARIS, ALLAN KARDEC E COLABORADORES
http://www.youtube.com/watch?v=OaMCZZ0ztuk - (00:05:34)
(7) Camille Flammarion (Nicolas Camille Flammarion, 1.842 - 1.925), foi um astrônomo, pesquisador psíquico e divulgador científico francês. Importante pesquisador e popularizador da Astronomia, recebeu notórios prêmios científicos e foi homenageado com a nomenclatura oficial de alguns corpos celestes. Sua carreira na pesquisa e popularização de fenômenos paranormais também é bastante notória.
Leia mais na Wikipedia: Camille Flammarion
https://pt.wikipedia.org/wiki/Camille_Flammarion
(8) Assista ao vídeo:
ESPIRITISMO - TUMULO DE ALLAN KARDEC
http://www.youtube.com/watch?v=E4sW7YyNGZA -
ESPIRITISMO - MUNDO ALEM - ALEM DA ARTE - MUSICA MEDIUNICA - CORAL CARLOS GOMES - GLORIA A KARDEC
https://www.youtube.com/watch?v=wF8pSDA2Ftk - (00:04:36)
Assista também:
ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC, O CODIFICADOR DA TERCEIRA REVELACAO
https://www.youtube.com/watch?v=UOMjFarcyWY - (00:02:20)
ESPIRITISMO - PROGRAMA TERCEIRA REVELACAO - 21 ESPECIAL - HOMENAGEM A ALLAN KARDEC
http://www.youtube.com/watch?v=fT2vdupjI1g - (00:26:06)
ESPIRITISMO - MUNDO ALEM - ALEM DO CINEMA - ALLAN KARDEC - O CODIFICADOR DA DOUTRINA ESPIRITA
https://www.youtube.com/watch?v=ZXs7uR2HD8k - (00:01:55)