terça-feira, 29 de julho de 2014

A vela e a escuridão – serenidade e violência

autor Thiago D. Trindade



É um tema difícil de se refletir. Falar de violência, ou guerra, muitas vezes causa constrangimento. Mas, para falar de Amor, algumas vezes é necessário lembrar que a guerra, ou violência, é um instrumento que faz crescer na direção da Luz Maior.

Na questão 742 vemos que a nossa natureza animal predomina sobre nossa natureza espiritual. No estado evolutivo de barbárie só se conhece a lei do mais forte. Mas que lei é essa? Na verdade é uma idéia de pouca substância, já que a verdadeira força é a Moral. A força que adquirimos quando nos aproximamos do Cristo.

Temos um claro exemplo da supremacia da força moral do Cristo sobre a força da barbárie quando vemos Jesus, em uma atividade caritativa que hoje chamamos de sessão espírita, mais especificamente, uma desobsessão. O Mestre, nessa sessão desobssessiva, afastou sete Espíritos desorientados que atormentavam Maria de Magdala, ou Maria Madalena

Já estudamos em outro momento, o caso narrado pelo Espírito André Luiz, na obra clássica “Libertação”, quando o Espírito iluminado de Matilde se manifesta, através do mentor e líder da missão espiritual, o Espírito Gúbio. A referida Missão se passava em um tenebrosa região umbralina e consistia, basicamente, em libertar o filho de Matilde, de uma das reencarnações, e alvo de seu amor fraternal. O filho do Espírito Matilde, era o implacável chefe de toda uma falange de Espíritos sofredores, abraçados ao mal e seu único “ponto fraco” era o amor pela sua mãe. O Espírito Gregório, vendo seus domínios invadidos, caça Gúbio, André Luiz e seus auxiliares, somados a um grande grupo de Espíritos resgatados. Em uma narrativa arrebatadora de André Luiz, comovente em cada palavra de angústia e esperança ante a fuga desesperada da cidade das sombras, chegamos ao auge da história quando, cercados e com quase todos sem esperanças, inclusive do autor espiritual, Gúbio cai de joelhos perante o terrível Espírito. Matilde, Espírito muito evoluído e incapaz de ser percebida pelos Espíritos de moral inferior, se manifesta através de Gúbio, fazendo Gregório irromper em lágrimas de amor por sua mãe, fazendo todo o exército do mal debandar.

Percebemos, diante do citado acima, que a autoridade, ou patente Moral, sobrepuja qualquer pessoa irradiando vibrações negativas. A serenidade e a paciência derrubam as chamas do ego, nosso grande inimigo.
 Na questão 743, estudamos que a violência, ou guerra, irá desaparecer deste mundo e de suas regiões espirituais. Pode parecer utopia, já que estamos sempre vendo guerras pela televisão e jornais. Dentre do que tolamente aceitamos, abraçamos rituais, que chamamos de esporte, e temos homens e mulheres que se agridem fisicamente, até que um caia, fique muito machucado ou, literalmente, destroçado.

Pode parecer, em verdade, que as coisas estão piorando. Não é assim. Vivemos em uma época de esclarecimento, onde Espíritos muito brutos convivem com os mais esclarecidos, em vários graus evolutivos. Todos se ajudam no Caminho do Progresso.

Todos tem as mesmas chances de crescer moralmente. Divaldo Pereira Franco costuma contar uma história que aconteceu com ele: No orfanato, certa vez, que ele cuida, havia um menino verdadeiramente cruel. Quando atingiu a maioridade, o rapaz, diante de um choroso Divaldo, anunciou que iria matar alguém. Desesperado, o médium, suplicou ao rapaz, que quando fosse ficar diante de sua eventual vítima, visse nela seu rosto, pois o caridoso servidor do Cristo acreditava que falhara em moralizar o jovem e via-se culpado. Tempos depois, na rua, o rapaz encontrou Divaldo e houve muitas lágrimas. O rapaz, homem trabalhador e honesto, dissera que tentara a pífia carreira de criminoso, ma quando apontara a arma para sua vítima, vira o rosto do único pai que conhecera, o único que o amara.

Mas a violência é necessária? Sim. Neste mundo de expiações e provas a violência é necessária. Ela nos lança a liberdade verdadeira, ou seja a Moralização. Não são nas horas de crises que vemos atos de Amor sublime? Na Segunda Guerra Mundial, uma jovem e promissora enfermeira polonesa, chamada Irene Sendler, visitou um campo de concentração urbano, denominado gueto, na cidade de Varsóvia. Até então a jovem acreditava nas palavras sedutoras de Adolf Hitler, mas jamais tinha visto uma criança ser torturada. Seu choque foi avassalador. Então, pedindo emprego naquele lugar tenebroso, Irene passou a colocar crianças pequenas nos sacos de lixo, sob suas saias, e conseguiu libertar algumas crianças judias e ciganas. Encaminhou muitos a pessoas caridosas ou a parentes dos órfãos. Criou uma rede de contatos em meio a guerra de espionagem. Muitas crianças ela mesma criou. Ao fim da Guerra, foi descoberta e capturada. Teve suas pernas quebradas. Faleceu em 2008, aos 98 anos de causas naturais. Irene salvou cerca de 2500 crianças, que a chamam, ainda hoje de mãe. As crianças salvas pela enfermeira são chamadas de “meninos do Holocausto”. Milhares de pessoas, em todo o mundo, descendem daquelas que a enfermeira resgatara do Gueto de Varsóvia, todas elas frutos de Amor sublime de uma pacata mulher.

Com esse exemplo, vemos que a luz de uma pequena vela pode afastar a mais temível escuridão, conforme assinala o provérbio atribuído ao mestre chinês Confúcio, quinhentos anos antes do Cristo.

Irene nunca culpou os soldados por terem lhe quebrado as pernas. Chamava-os de irmãos perdidos e carentes. Mas a enfermeira tinha dois pesares em seu nobre coração: não ter podido criar todas as crianças e a dor de escolher aquelas que podia salvar. Irene, para o resto de sua vida carnal, carregou os olhares daquelas que não puderam ser salvas. Mas, sem dúvida, essa alma nobre, fez o que pôde, amparando e consolando. A enfermeira perdoou seus algozes. Irene amou e ainda ama nos planos espirituais onde se encontra agora.

A autoridade Moral de Matilde, de Divaldo e Irene venceram a brutalidade do ódio. A serenidade cristã, ainda que tênue como uma solitária vela, venceu inexoravelmente a escuridão dolorosa da violência, servindo de exemplo da todos nós, inspirando-nos a crescer.

É hora de deixarmos as rusgas, os rancores de lado. A exemplo de Divaldo e Irene, devemos servir até o limite de nossas forças. Perdoar é o mais sublime gesto de Amor e como esses seres humanos perdoaram seus detratores.

Atualmente muitos de nós, senão todos nós, estão envolvidos em obsessões, falsamente chamadas de ajustes de contas. Que ajustemos as contas no Perdão, na Humildade e Fé. Divaldo e Irene, como nós, tem seus defeitos e desafios, mas na hora decisiva se colocaram no lado certo de Jesus.

A Verdadeira Felicidade não é deste mundo, mas está relacionada diretamente com nossas ações de agora. Devemos atravessar as angústias com a certeza de que serão passageiras e chegaremos ao oásis da Paz de Espíritos.

Que encontremos naqueles que nos querem, momentaneamente, mal a oportunidade de crescermos, angariando luzes para nós mesmos e iluminando esse mundo em transição.

sábado, 19 de julho de 2014

Nuvem de testemunhas

Autor Thiago D. Trindade



Nuvem de testemunhas

Nas linhas que se seguirão trocaremos impressões acerca do capítulo nove do Livro dos Espíritos, que é intitulada “Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal”. Mas concentraremos, a princípio, nossa reflexão entre as questões 456 e 465.

Iniciamos nossa reflexão pela clássica pergunta, que permeia a Humanidade há milhares de anos: “podem os espíritos ver tudo que fazemos?” Sim, podemos responder rapidamente. Paulo de Tarso, em suas cartas, fala que somos observados por uma “nuvem de testemunhas”.

Mas, quem nos observa? Eis uma instigante pergunta.

Todo tipo de Espírito nos observa. Aqueles que são mais evoluídos moralmente do que nos, estando a nos inspirar e amparar nossos passos. Incluímos aqueles Espíritos em padrão evolutivo ao nosso, tentando aprender e a ajudar como podem. E não nos esqueçamos daqueles Espíritos menos moralizados do que nós. Cabe-nos, não só por palavras, mas, sobretudo por ações, mostrar a esses irmãos o caminho luminoso da Moral do Cristo.

Todos esses Espíritos, não nos enganemos, conhecem nossos mais íntimos pensamentos. Citando rapidamente, em termos jurídicos, temos nossa consciência por juiz e essa imensidade de testemunhas irão apenas atestar a verdade em nossas ações.

Mais adiante, no importantíssimo Livro dos Espíritos, na questão 459, descobrimos que somos bombardeados pela influência dos Espíritos. Tanto para o bem, como aquelas idéias de última hora, verdadeiramente salvadoras, por exemplo, como aquelas ruins que nos podem levar a autodestruição.

Alguém poderia afirmar, baseado com o que citamos acima: “Não temos vontade própria?! Não temos arbítrio?”

Temos sim! E não perdemos nenhum pouco de nossa responsabilidade evolutiva, conviver com o bombardeio de pensamos dos Espíritos. Embora nossos pensamentos se misturem com os dos Espíritos, sempre, repetimos, sempre, teremos os primeiros pensamentos como nossos. Se o pensamento é bom ou ruim, portanto, o mérito é somente nosso.

Pois bem, algum confrade poderia articular o seguinte: “como identificar se o pensamento é oriundo de um Espírito bom ou mau?”

Mais uma vez o apóstolo Paulo de Tarso nos orienta, com firmeza: “Examinai tudo e retende o que lhe convém.” Eis uma informação que nos dá responsabilidade de quem devemos ser: mais racionais.

Se nós, diante de qualquer situação da vida, nos tornássemos mais cuidadosos, mais analistas, evitaríamos muitos problemas. A prudência, em verdade, é uma virtude que começa no pensamento. Vemos muitas histórias tristes por aí que começaram na tal afobação, ou melhor, na ausência de reflexão. Pequenos dramas que se tornaram tormentos capazes de se arrasta por séculos.

Jesus, excelso Mestre, com sua simplicidade monumental afirmou sucintamente: “Vigiai e orai”. Geralmente falamos ao contrário, “orai e vigiai”, mas tenhamos a certeza que devemos fazer nossa parte primeiro para o céu nos ajudar. Nesse caso, a vigilância sobre tudo que nos cerca, pois assim temos a chance de refletir e, em oração nos sintonizar com aqueles que nos querem ver crescer de verdade na direção da Verdadeira Felicidade.

E levamos, através de nossa ação bem refletida, os irmãos menos evoluídos moralmente. Por isso que nas instruções acerca da Moral do Cristo, os guias Espirituais orientam ao perdão, a perseverança, a resignação e a fé, mesmo quando ofensores lhe enviam vibrações negativas ou, então, quando há processo de obsessão. É necessário quebrar o ciclo de rancor e vingança. Em quase todos os casos de obsessão há uma forte conexão mental entre os envolvidos. Vejamos alguns que temos na literatura Espírita sólida:

No livro “Loucura e Obsessão”, de autoria do Espírito Manoel Philomeno de Miranda e do médium Divaldo P. Franco, encontramos uma triste trama, capitaneada pela conexão entre Espíritos sofredores encarnados como tio e sobrinho, que eram bombardeados por descarga mentais por desencarnados que buscavam vingança. Coube a uma preta velha (isso mesmo, o livro se passa em um terreiro de Umbanda e a obra foi publicada pela Federação Espírita Brasileira) e ao Benfeitor Adolfo Bezerra de Menezes a elucidação do caso, através da prática do perdão e do entendimento de que as dores são necessárias para o burilamento do Espírito.

Na obra “Recordações da Mediunidade”, vemos a autora, a inesquecível Yvonne do Amaral Pereira, ainda encarnada, porém em desdobramento, sugestionar ao Espírito Pedro que mudasse suas ações e aceitasse o auxílio salutar do Espírito José, e dessa forma, deixasse de obsediar inconscientemente um encarnado que nada tinha a ver com a história pessoal do Espírito Pedro.

Percebemos que aprofundamos, e muito, aquela pergunta formulada pelo velho mestre lionês, a questão 464, quando este versou sobre como discernir se o pensamento é bom ou mau e a questão 459, que busca conhecimentos sobre o tal bombardeio de pensamentos que recebemos.

Afinal, falamos de influência entre desencarnados e encarnados, desencarnados e desencarnados e encarnados e encarnados.

Tudo depende, em suma, de nossa sintonia, ou melhor, força mental, a maior potência que Deus nos concedeu. Podemos usar nossa força mental para construir ou destruir. Para curar ou adoecer. Para fazer nosso céu ou nosso inferno.

E como descobrir como usar melhor nossa força mental? É usando nossa força mental sempre pautada pela Moral do Cristo.







segunda-feira, 14 de julho de 2014

Pensamentos




Preste atenção em seus pensamentos,
Pois eles se tornarão palavras.

Preste atenção em suas palavras,
Pois elas se tornarão atos.

Preste atenção em seus atos,
Pois eles se tornarão hábitos.

Preste atenção em seus hábitos,
Pois eles se tornarão caráter.

Preste atenção em seu caráter,
Pois ele é seu destino.


Retirado do Talmud

domingo, 13 de julho de 2014



Livro : Reflexões sobre o Caminho - BUSCANDO A REFORMA ÍNTIMA AOS PÉS DO MESTRE NAZARENO

É com imenso prazer que trazemos essa modesta coletânea de reflexões sobre o Caminho que todos nós percorremos em nossa Existência na direção da Verdadeira Felicidade. Nos vários textos, podemos perceber relações diretas uns com os outros, sempre em uma abordagem simples. Aliás, simplicidade é a palavra de ordem nessa pequena obra, que surgiu não sabemos bem como, apenas com pensamentos fluindo sob a frondosa copa de uma velha amendoeira, ou então divagando em casa, ou ainda em decorrência dos estudos sobre o Espiritismo. Em todos os textos, o conteúdo me fez rever meus próprios conceitos e perceber como eu preciso beber mais da fonte dulcíssima de Mestre Jesus – o Evangelho.
Não temos a intenção de buscar o título de “best seller”, ou “código de alguma coisa”, ou ainda “manual de sobrevivência para os dias de hoje”. Não! São apenas reflexões do nosso cotidiano e, baseado na Doutrina Espírita, tentamos encontrar mais luz no Caminho que percorremos. 


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 https://www.clubedeautores.com.br/book/169143--Reflexoes_sobre_o_Caminho

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Que sua mão direita não saiba o que faz sua mão esquerda - a história de Nicholas Winton

Sir Nicholas Winton tem uma das histórias mais fantásticas que já passaram pelo Awebic.
Ele foi o responsável por organizar uma operação de resgate que salvou 669 crianças de campos de concentração nazista. Elas foram levadas em segurança até a Inglaterra entre os anos de 1938 e 1939.
Depois da 2ª Guerra Mundial o feito de Nicholas permaneceu desconhecido. Foi só em 1988 que sua esposa Grete descobriu um velho livro de 1939 com os nomes e as fotos de todas essas crianças.
A reportagem abaixo conta a história de Sir Nicholas. Destaque para o tempo de 6 minutos e 31 segundos do vídeo, quando ele recebe uma homenagem emocionante em um programa de TV inglês.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Conversando sobre Reencarnação




autor Thiago D. Trindade


 
Em primeiro momento, ressaltamos ser um tema assaz profundo, ficando o incentivo à pesquisas e outras reflexões.

Foi o professor Allan Kardec, no luminoso século 19, quem cunhou a expressão “reencarnação”. Antes disso, os povos antigos se referiam a “nascer de novo” a nova vida na Terra.

Todos nós aqui sabemos, o livro de Mateus, que Jesus falava a Tiago, João e Pedro sobre João Batista como reencarnação de Elias, o profeta. Na própria bíblia há outros relatos sobre manifestação mediúnica e reencarnação, como a conversa entre o espírito Samuel e o rei Saul, no livro de Samuel, e, o diálogo de Jesus com Nicodemos e o tal “nascer de novo”.

Concentraremos, nesse momento, apenas a tecla da reencarnação.

Mas, reencarnação é bem compreendida por nós? Nem tanto ainda. Reencarnação é um gesto de Amor de Deus. Reencarnação é a oportunidade de crescimento através do esforço em quitar dívidas ou para o auxílio de alguém.

No caso de pagamento de dívidas, vemos no livro Loucura e Obsessão, da editora a Federação Espírita Brasileira, de Divaldo Franco e do espírito Manoel Philomeno, que se passa em um terreiro de Umbanda, vemos um espírito encarnado que é atormentado por ver-se em um corpo que não correspondia ao seu psiquismo. Ajudado pelo Benemérito Bezerra de Menezes e pela preta velha Emerencina, o jovem e sua família são instruídos através da Moralização cristã, que lhes daria forças para a vitória de suas más tendências, conforme está assinalado no capítulo 17 do Evangelho Segundo o Espiritismo.

No caso da reencarnação em benefício de alguém, temos o caso do espírito Laura, no livro Nosso Lar, de Francisco Candido Xavier e do espírito André Luiz, onde vemos a amorável senhora reencarnar para auxiliar o antigo esposo, mais atrasado evolutivamente.

Em ambos os casos, caímos na situação familiar, onde vemos espíritos compromissados uns com os outros, tendo por meta a evolução moral, e, tomando o Cristo por Caminho, Verdade e Vida. Lembremos ainda que nossa verdadeira família é a Humanidade, conforme o Cristo exorta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”.

Então, alguém pode pensar: é fácil reencarnar. Não! Está cada vez mais difícil, por conta da modificação vibratória do planeta, que está saindo de um mundo de expiações e provas para um mundo de regeneração, onde o mal é em menor escala.

Também é necessário que entendamos como ocorre a reencarnação, em termos espirituais.

A primeira forma de reencarnarmos, é compulsória, onde o espírito endurecido pode não querer reencarnar, ou ainda não consegue compreender seu eventual estado de sofrimento. Alguns destes, assim que saem das zonas umbralinas, necessitam de reencarne imediato para evitar sofrimento desnecessário, que é planejado unicamente por espíritos mais elevados que podem ter ou não alguma ligação mais estreita com o reencarnante sofredor. Com isso lembramos da Justiça Divina, que nunca nos permite carregar além de nossa conta, não é? Ainda sobre essa situação, percebemos claramente que o véu do esquecimento é uma benção, evitando em muitos casos a loucura, que irá atrasar ainda mais a evolução do espírito. Infelizmente, há pessoas que se dedicam a descobrirem que foram em vidas passadas, chegando a conhecer uma pequena fração de determinada reencarnação, chegando a e aproximar da loucura ao se descobrirem carrascos, violadores cruéis daqueles que hoje são parentes. A culpa os consome de tal forma, que em alguns desses casos, tratamentos de ordem material e espiritual. Se queimaram brincando com fogo.

O segundo caso é quando o espírito, mais evoluído moralmente, ou não, mas consciente de sua obrigação em vencer suas más tendências, programa sua futura reencarnação, ou seja, avaliando conjuntamente com espíritos mais evoluídos, traçam um plano de metas do que é possível ser realizado e deixando outras “contas a pagar” para reencarnações posteriores. Por isso não devemos nunca adiar nosso compromisso de evolução moral.

É bom lembrar que a mediunidade, por exemplo, e na maioria das vezes, é um recurso da Providência Divina para quitação de dívidas morais.

E entre uma reencarnação e outra, já que somos portadores de um único e indivisível espírito, sendo possuidores de incontáveis corpos de matéria, o que fazemos? Nós flutuamos sobre as nuvens? Nem perto disso.

Conforme registram André Luiz, Bezerra de Menezes, Emmanuel e tantos outros, no período em que permanecemos na erraticidade, ou Plano Espiritual, de forma consciente e clara, reavaliamos nossas ações na Terra, vislumbrando o resultado de nosso livre arbítrio. Também trabalhamos e estudamos muito, embora pese mais nossas realizações quando encarnados, pois como assevera Jesus: “ficarão aqui até pagarem o último centavo de suas dívidas”.  

Esse entendimento explica aquelas crianças que tocam lindamente instrumentos musicais complexos, ou as que tem espantosa facilidade com idiomas e novíssimas tecnologias. No livro A Vida Além do Véu, editorado pela Federação Espírita Brasileira, e escrita por um pastor protestante em 1913, conhecemos várias escolas em determinada esfera espiritual.

Infelizmente, muitos encarnados não aceitam a separação de entes queridos, tomando por situação permanente. E passam a obsediar os desencarnados, levando a todos ao desespero. A todos os desencarnados devemos levar sentimentos de carinho, de amor!

É da Lei de Deus que ninguém irá ficar para trás na Criação, logo todos ficaremos juntos na Verdadeira Felicidade. Poderemos nos reencontrar com nossos amados desencarnados nos sonhos, nas preces, quando nos desencarnamos também, nas doces lembranças, e, mais, quando podemos ter a possibilidade, pelas vias da reencarnação, de segurar um ente amado em nossas mãos, ainda que envelhecidas e cheias de amor.

O que nos importa é simplesmente amar, quem quer que seja, encarnado ou não, e quebrando os laços de dor e sofrimento, que muitas vezes são chamados de obsessão.