sexta-feira, 28 de novembro de 2014


HUMI - uma bela reflexão


A Reflexão abaixo foi encaminhada por um amigo do Blog, e, segundo ele é de autoria de HUMI. HUMI é uma sabedoria para o autoconhecimento que conduz a mente à clarificação e à harmonia integral. Através da Sabedoria Holística da HUMI, sigla de “Hoste Unificada de Mestres Imateriais” – isto é possível. E inúmeras pessoas comprovam.

Eis a reflexão:
O monge zen todas as manhãs praticava seu tai-chi-chuan e, após, atendia aos clamores de quem vinha lhe pedir socorro. A menina assustada rogava ajuda para os pais que brigavam. “Tome esta vara e bata neles quando começarem a brigar”. A jovem apaixonada e desprezada, caindo em lágrimas, pedia um lenitivo. “Tome esta vara e bata nele”. O homem que já não aguentava os credores batendo em sua porta e exigindo o pagamento das dívidas pedia uma solução. “Tome esta vara e bata neles”. A mulher que tinha um filho ladrão, dizia já não saber o que fazer. “Tome esta vara e bata nele”. Nenhum deles contestou a orientação. Até que chegou um jovem, dizendo que queria ser monge. “Tome esta vara e bata em mim”. O jovem depositou a vara no chão, deu as costas, dispondo-se a seguir seu caminho, quando escutou: “Está aprovado, pode entrar”. Nem tudo que nos aconselham é prudente seguir. Há casos em que devemos proceder exatamente ao contrário do que nos dizem. Sua mente passa a ser soberana, quando aprende a decidir por si mesma. Se tiver que ouvir uma opinião, ouça dez opiniões diferentes e depois vá refletir. Ouvir não significa obedecer ou seguir, mas ponderar, ajuizar e encontrar a sua própria maneira de ser, estar e acontecer.” – Nilsa Alarcon e J. C. Alarcon, extraído do livro ainda em edição “A Moringa Mágica”

Nota do Editor: você está liberado e abençoado para compartilhar, comentar, curtir e indicar todas as publicações da HUMI




sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A professora




Autor Thiago D. Trindade







Analisando pelo prisma da Educação, a Dor é uma professora.

Uma professora daquelas lendárias, temíveis que faz o aluno pensar duas vezes antes de cruzar seu caminho.

Não que seja má.

Pelo contrário, a professora austera de nossa juventude reza apenas pelo cumprimento das normas. Lembramos dela, anos depois, com respeito e até com uma surpreendente admiração, recordando qual disciplina ela ministrava e com espantosa nitidez vemos diante de nossos olhos o conteúdo ensinado, por mais enjoado – sempre era – que fosse.

Puxando pela memória, lá está a professora, no cantinho da festa de formatura, semiesquecida. Essa figura austera quase nunca é homenageada, mas podemos ver em sua face o sorriso contido que assinala a muda sensação de dever cumprido. Preferimos os professores bonachões, mais “amigos”, que muitas vezes relaxavam nas cobranças acadêmicas. A longo prazo, mais maduros, percebemos o resultado do desleixo duplo: o nosso e o dos professores bonachões.

A Dor, já citada na primeira frase da reflexão em tela, é uma austera professora. Nos impõe limites. Ensina que a Disciplina é fundamental para o sucesso.

Disciplina é Humildade de saber qual nossa verdadeira posição perante o mundo.

Disciplina ensina que mais além há algo melhor, sendo, portanto, um sinônimo de Paciência e Fé, ainda que mal lembrada por esse ponto de vista.

Disciplina é sobriedade.

Somos ainda imperfeitos e muitas vezes a Disciplina tem de ser imposta. Um verdadeiro tranco, que incomoda, gera insatisfação. Até surge o rancor, mal disfarçado pela nobre expressão “respeito”. E rancor não é Respeito!

À medida que evoluímos, percebemos que a Disciplina passa a ser manifestada naturalmente. A Disciplina se torna, por fim, aureolada por Respeito e Responsabilidade. Não há imposição.

Um Espírito altamente evoluído, justamente por ser assim, segue a Disciplina rígida de sua falange – ou grupamento. Tem seus momentos de árduo trabalho e também de repouso e alegria.

Um Espírito ainda muito apegado às materialidades, precisa de Disciplina para poder evoluir e ser disciplinado plenamente.

A Dor, essa professora rigorosa, ensina a Disciplina. Mas ensina o Perdão, a Humildade, a Paciência, a Perseverança e a Fé. Em suma, ensina a Amar.

Só se pode amar verdadeiramente com Disciplina, caso contrário descambamos para os mares turbulentos das paixões e não há, portanto, elevação alguma.

Se não houvesse a professora Dor, como haveria o Diploma da Superação?

A Dor marca. Escreve em nosso Espírito imortal nossas vivências e não há ninguém sem ter conhecido a Dor. Logo, na Escola da Vida onde todos estamos matriculados, a Dor é nossa professora e devemos respeitá-la de verdade. Absorver ao máximo a contribuição que ela nos traz.

E devemos homenageá-la em nossa formatura, trazendo para o palco essa austera senhora. Reconhecedores da grandeza silenciosa dessa dama, beijaremos suas mãos duras e seu rosto marcado. Então, com a voz vibrante, saindo do âmago de nosso ser, anunciamos:

“Estudei com a Dor e aprendi sublimes lições. Com a Dor aprendi a Crescer. Graças a Dor, eu Venci.”


sábado, 8 de novembro de 2014


Degustação de obra - O jesuíta e o pajé (Livro Contos de Redenção)



O Jesuíta e o Pajé


“Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos.” Mateus 21: 43



O pajé sentou-se diante do jesuíta. O interesse do velho índio ocorrera por conta de um pequeno curumim que falara em um homem morto em sacrifício e que depois surgira entre seus companheiros três dias depois. Em seguida, este estranho homem voara para o céu e desaparecera entre as nuvens.
- Que bom que vieste conhecer Deus! Exclamou o jesuíta que atendia pelo nome de Ubaldo.
- O senhor é Deus? Perguntou o pajé, arregalando os olhos, na lingua geral dos índios.
O jesuíta segurou a cruz de madeira e falou alguma coisa numa estranha língua que não era a mais usada pelo homem branco, que o antigo pajé compreendia um pouco. O gordo homem voltou-se para a grande cruz dourada no altar e resfolegou.
- Não sou Deus. – retrucou o português – sou o jesuíta Ubaldo. Estou aqui para salvar sua alma, apesar de muitos na Igreja afirmarem que vocês não as têm.
O pajé Akuan observou a feia taba de barro batido que os brancos tinham erguido e as achou escuras demais, além de frágeis. Em respeito ao jesuíta, o índio desviou seu olhar das paredes, já que não queria dizer a Ubaldo o que pensava da morada dele, caso fosse perguntado.
- Filho de Deus – prosseguiu o sacerdote – tudo que vemos é Obra de Deus. O sol, a lua, o mundo! Nós somos filhos de Adão e Eva, que foram expulsos do Paraíso...
O jesuíta então contou ao pajé sobre muitas coisas inseridas no grande livro chamado Bíblia. O índio, imóvel, prestava respeitosa atenção. Às vezes, o velho pajé, arqueava as sobrancelhas marcadas e pensava que algumas informações não possuíam o menor sentido.
Ubaldo, por sua vez, nunca tivera um ouvinte tão comportado e silencioso. A empolgação tomou conta do sacerdote e este logo narrou as batalhas que a Cristandade travara nos desertos longínquos e poeirentos em torno de de um lugar chamado Jerusalém.
- Falei muito hoje das histórias de Deus. – proferiu Ubaldo, solene – rezemos, pois, a mais divina das orações e amanhã continuaremos a sua caminhada para Deus.
- Pai Ubaldo – disse Akuan – vim aqui para ouvir sobre o Homem da Cruz, que se assemelha ao nosso Yurupari e você falou sobre Deus. Agora pajé vai falar.
- Não é assim, índio. Sentenciou Ubaldo com ar de petulância.
- No tempo em que os velhos não serão ouvidos e as histórias não serão contadas, então o mundo se afogará nas águas – disparou o pajé, com firmeza – essa é a Lei.
Ubaldo percebeu que o índio não iria ceder, e sua mente astuta o levou a lembrar que aquele velho selvagem era fundamental no processo de cristianização de toda a tribo. Sentando-se pesadamente no banco, o sacerdote esboçou um sorriso.
- Tupã é o Pai de Tudo – anunciou Akuan – criou as estrelas, o sol e a lua, como pai Ubaldo bem disse. Tupã nos deu a vida para caminhar em sua grande terra. Nos deu as flores para contemplar, os rios doces para beber e nadar. Criou o mel para adoçar nossa boca, embora tivéssemos de usar a coragem para poder saboreá-lo. Tupã........
 LEIA O FINAL DESTE CONTO EMOCIONANTE EM “Contos de Redenção”, comercializado em prol do Asilo e Creche Seara de Luz.

Degustação de obra - O Jardim (Obra Contos de Redenção)



O jardim

“Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua oferta.” Mateus 5: 23-24



O mestre estava prestes a completar cem anos. Sua lucidez e sabedoria brilhavam como o sol de verão, mas sua saúde declinava violentamente, desde o último inverno. Seus cinco discípulos, percebendo o fim do líder, procuraram cercá-lo de carinhos e cuidados. No entanto, dentro de cada um deles, a suspeita inflamava o coração e a mente. Logo se perguntavam quem seria o novo mestre.
O carinho sincero foi sendo substituído por adulação e gestos pretensiosos. Todos queriam saber quem iria suceder o líder do templo. O adoentado sábio apenas fitava, de sua janela, os jardins multicoloridos que se estendiam à volta do templo. Os dias passavam e o ancião enfraquecia cada vez mais.
- O mestre tem que anunciar seu sucessor! Exclamou Li a Ben Wu, enquanto ambos tomavam chá na cozinha.
- Pois sim – concordou Ben Wu, alisando sua longa barba grisalha – mestre Ig Fon tem que fazer o anúncio o quanto antes. E é certo que será a mim que cairá o encargo da liderança, já que sou o mais antigo e sábio.
- Ora! Ser velho não é título de nada! – retrucou Li, sarcástico – e sua sabedoria, hum, é mais voltada para o vinho, não é?
- Respeite-me tolo pervertido! Não acha que sei das suas libertinagens?! – rosnou Ben Wu, enfurecido – quando eu for o mestre, irei expulsá-lo do templo!
Imediatamente os dois se atracaram. Eram conhecedores de variadas técnicas, mas imersos em cobiça e rancor, lutaram meramente como dois animais. Por fim, munido de uma faca, Li degolou Ben Wu, que estava desarmado.
Os barulhos da briga haviam chamado a atenção de todos no templo e os outros três discípulos de Ig Fon vieram correndo. Estes renderam Li com violência e o encarceraram em seu quarto. Em silêncio, os três candidatos a mestre do templo pensaram intimamente que a boa fortuna os havia favorecido, eliminando imediatamente dois rivais. Restavam somente mais dois.
Irrompendo bruscamente pelo aposento de Ig Fon, que jazia imperturbável em seu simples leito, os três pupilos relataram o ocorrido entre Ben Wu e Li.
- Devemos entregar Li à Justiça. Ele merece apodrecer na cadeia. Disse Fang, de punhos cerrados.
- E enterrar Ben Wu entre os camponeses – emendou Mai Mai, meneando a cabeça em tom de reprovação – ele nos desonrou e não pode permanecer aqui no sagrado templo.
- Ben Wu e Li morreram para nós porque o mestre não anunciou o sucessor. Disparou Chen, arrogante.
Fang e Mai Mai fitaram Chen com o semblante perplexo. Fingindo escândalo, os dois reprovaram a atitude de Chen, enquanto o mestre apenas contemplava os jardins do templo. Aos olhos dos discípulos, o ancião de cabelos cor de pérola jamais parecera tão decrépito.
- A Justiça já está dentro de Li. Será ele.........

LEIA O FINAL DESTE CONTO EMOCIONANTE EM “Contos de Redenção”, comercializado em prol do Asilo e Creche Seara de Luz.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Pés lavados



Autor Thiago D. Trindade



No episódio da lavação dos pés (João, 13: 1-11), percebemos mais uma vez o brilhantismo do Mestre Jesus. Em um gesto de Humildade, o Sublime Professor, se ajoelha diante de seus discípulos e começa a lavar-lhes os pés.


Ao nos doarmos verdadeiramente a outra pessoa em um gesto fraterno, atraímos para nós energias vitalizantes quenos impulsionam no Bem. A inspiração se faz presente através da força mental empregada na Caridade.


Jesus, Mestre dos Mestres, se fez pequeno na Terra para demonstrar sua incalculável grandeza espiritual.

Deixou, inclusive, um plano de metas para sermos, um dia, iguais a Ele.


Servir.


Todo serviço deve ser acompanhado por Humildade e Determinação.


Humildade por entender que somos minúsculos ante a magnificência da Criação.


Determinação para enfrentarmos as dificuldades que se encontram em nosso caminho na direção do Pai.

Servir é o propósito de todo habitante da Terra.

Servir é um ato de Amor.


Pedro, áspero e exagerado, de início se recusou a permitir que Jesus lhe lavasse os pés (João, 13:8). O que Pedro demonstrava era soberba mal disfarçada de humildade.


Como o líder poderia limpar-lhe os pés?!


Não.


Pedro é quem deveria lavar os pés de Jesus e assim brilhar aos olhos dos outros. Seria uma chance de se sobressair aos demais, podemos concluir...


O Cristo, porém, o advertiu e o pescador cedeu, muito certamente contrariado. De repente, tomado pelo entusiasmo, que corriqueiramente o assaltava, Pedro pediu ao Mestre que lhe lavasse a cabeça e as mãos.


Servir, sim. Mas com bom senso.


De que serviria lavar a cabeça e as mãos, se estes já estavam limpos? Não havia lição ali a ser dada.


A lição estava nos pés empoeirados sobre a carne dura do homem. A poeira representava as imperfeições morais que Pedro trazia.


Ao abaixar-se ante o pupilo, Jesus se fez pequeno. O cair delicado da água fresca deram ao pescador conforto físico e mental. Certamente, o Mestre doou ao discípulo energias revigorantes que serviriam ainda para retirar os cascões de negatividade que Pedro carregava.


Um gesto de pura afeição.


Um gesto de fraternidade.


Lavando a matéria, Jesus lavou a alma do embrutecido Pedro.


Após essa aula de Humildade, onde o Mestre lavou a cada um dos pupilos, e estes fizeram o mesmo uns nos outros,evidenciando mais uma vez a grande eficácia pedagógica da atividade em grupo.


Ainda assim, um deles permanecia com o coração sombrio.


Judas Iscariotes.


Seu coração não estava aberto para receber Amor. Em seu egoísmo, fechara-se e a isso não havia nada que o doce Jesus poderia fazer, pois o rebelde usava seu Livre Arbítrio para assim proceder.


O exemplo da lavação dos pés é uma convocação ao entendimento de que a Humildade, nestes dias velozes, nunca foi tão negligenciada. Na cultura do “deus Ego”, vemos desvalidos materiais e, sobretudo, os desvalidos morais, com os pés recobertos de lama e chagas pulsantes.


Quantos fariam tal como Madre Tereza de Calcutá, que passava seus dias e noites entre os miseráveis de todos os matizes, cuidando de suas mil feridas da carne e da alma?

Quem, senão essa Verdadeira Cristã seria capaz de beijar um leproso retorcido e, embevecida, anunciar que aquela pessoa era o Cristo em resplandecente luz?


Almas verdadeiramente abnegadas se prostram ante os mendigos da alma e ungem seus pés com lágrimas de Amor.

Beijam suas faces macilentas de rancor.

Abraçam seus corpos deformados pelas dores morais.


Servem!


Tão apenas servem!


Jesus sabia que Judas iria traí-lo. Mas seu gesto de Amor para com ele não foi menor do que para com os outros. Inclusive, foi no momento em que o traidor saía para lançar o golpe que levaria o Mestre ao Calvário, que Jesus lançou o seguinte Mandamento, conforme lemos em João (14:34 e 35):

“Que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.”

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes Amor uns aos outros.”


Jesus nos ensinou como lavar a alma daqueles que sofrem.


Os discípulos fizeram isso.


Outros apóstolos, como Paulo de Tarso, Francisco de Assis e Eurípedes Barsanulfo, fizeram isso.

Madre Tereza de Calcutá fez isso.


Ainda hoje, eles lavam os pés dos sofredores em cada metro quadrado desse mundo.


E você, porque não lava a alma de alguém hoje?


Video - Estradas