segunda-feira, 21 de outubro de 2013

domingo, 20 de outubro de 2013

Feudos





autor Thiago D. Trindade



Muitas vezes recebemos o encargo de ser responsável por alguma atividade, seja de ordem simples, seja de ordem complexa, envolvendo, talvez, o auxílio de terceiros.

O ego queima luminoso – em muitos casos – e a pessoa, sem perceber, se localiza diante de um precipício.

“Fui talhado para isso”, alguns afirmam com soberba.

Pode ser realmente. Compete, segundo o cronograma de resgate, determinada atividade. Mas o real mérito não está em meramente cumpri-la, mas sim em executá-la com Humildade, Comprometimento e, sobretudo, Fraternidade.

É uma prova difícil, portanto.

Infelizmente, muitos caem na postura inflexível de um senhor feudal, detentor absoluto da região em que habita, ou no caso, da atividade que deveria ajudar em seu próprio resgate.

Com surdez seletiva, que funciona quando há crítica construtiva, mas que desaparece mediante as idéias ácidas e comprometedoras que só fazem atrasar a Caminhada.

Mais ainda, tal como o senhor feudal encastelado, o dirigente acredita piamente que lhe desejam, a todo custo, roubar-lhe o lugar. É claro que há encarnados e desencarnados interessados em por fim à atividade do tarefeiro. Mas os adversários, inteligentes, não pretendem remover ninguém de seus postos. Pelo contrário. Insuflam o ego do tarefeiro e assim comprometem algo muito maior do que o próprio dirigente: a atividade em si.

Com a Humildade em reconhecer-se endividado e buscando atingir a Bem Aventurança, o tarefeiro sempre deve autoavaliar-se, ou seja, sair do castelo. Não para o condenado duelo, mas para avaliar se não precisa de novas lições.

E sempre precisa!

É muito difícil para o tarefeiro entender isso, por mais paradoxal que possa parecer. Mas é a realidade.

O dirigente muito trabalha, é muito exigido dele, restando pouco tempo para refletir sobre si próprio. Afinal, se é o dirigente, que mais “sabe”, deve ser ensinar, certo?

Não.

O dirigente, em sua esmagadora maioria neste mundo de provas e expiações, é o mais necessitado perante a Lei.

Por conta da aura do “senhor feudal”, encontram, os auxiliares, dificuldade se achegarem do “comandante” e fazer o saudável alerta. Afinal, o inseguro tarefeiro líder poderia – e vai – pensar que querem tomar seu lugar.

Refazimento deve ser a palavra de ordem.

Refazer-se sempre em busca da Perfeição.

Refazimento, aliás, implica em Recolhimento e Reflexão.

Em todas as situações, até quando as situações caminham conforme o planejado, deve-se refletir nas ações e na forma de observar a si e o que está à sua volta.

Se os textos bíblicos fazem alusão ao Dia do Descanso, no caso do povo judeu, ao sábado, porque ele é fundamental para a existência do Caminheiro.

Até os Espíritos, conforme assinala André Luiz e várias obras de sua autoria precisam refazer-se dos trabalhos que executam. Mas esse descanso não é ócio, pelo contrário, é o momento para novos aprendizados e reflexões.

Cada um tem seu limite orgânico e mental, e, infelizmente o forçamos, muitas vezes desnecessáriamente, para nosso próprio prejuízo. Caminhamos para o desastre da empreitada, que é a Missão individual de cada um.

Deixemos, pois, o feudalismo para os livros da História Medieval. Não somos absolutos em nada.

Atravessemos as muralhas do ego e busquemos os campos da Humildade.

Nos campos da Humildade, plantemos Perseverança.

Com Fé irrigaremos e com Perdão adubaremos.

Com Paciência saudemos os frutos da Sabedoria.

Alimentados pela Sabedoria, estaremos nutridos de Amor e então teremos força para contemplar o Céu.


sábado, 12 de outubro de 2013

Dragões?!

Dragões?!


Autor Thiago D. Trindade



Os dragões, há milhares de anos fazem parte do imaginário de todos os povos do mundo. Uns possuem asas e cospem fogo, enquanto outros são mais parecidos com gigantescas serpentes dotadas de poderes mágicos. Cada povo chamou essa grande criatura como lhe aprouve, como os indígenas brasileiros, que nomearam a grande cobra cuspidora de fogo de Boitatá. O herói cristão Jorge da Capadócia, lendário guerreiro que enfrentou um terrível dragão montado em seu cavalo branco. Na verdade, essa batalha representava a luta contra a imperfeição que impera no coração do Homem, sob os nomes da ignorância, do rancor, do ódio e da injustiça.

Muitos cientistas, ao largo das fábulas, afirmam que os dragões nada mais eram do que dinossauros, que de alguma forma sobreviveram no inconsciente coletivo de nossos ancestrais mais longínquos, e que chegaram a nós, nos dias de hoje. Ou talvez, conforme assinalam alguns, um número reduzidos de exemplares reptilianos tenham sobrevivido a catástrofe que erradicou as descomunais feras, como é o caso dos entusiastas do monstro do Lago Ness, na Escócia. Afinal, crocodilos, jacarés e outros animais como o tubarão, que é um peixe, vivem com pouquíssimas modificações morfológicas há milhões de anos.

Nos últimos anos, extensa literatura vem citando Entidades com a designação de dragões, como os senhores do mal. Não pretendemos entrar no mérito do conteúdo dessas populares obras, pois não é o objetivo. Mas, baseados, na Doutrina Espírita, nos pegamos divagando sobre esse título “dragão, senhor do mal”. Soa como oriundo dos livros de Tolkien, de quem sou muito fã.

Aprendi, como procuro aprender para melhorar-me, dentre outras coisas, que todos somos filhos de Deus. Toda a Criação, em suma, é originária do Pensamento Divino.

E a nós, Humanidade, compete – conforme assinalado na Doutrina Espírita – um grau de razoável evolução, o suficiente, na verdade, para obtermos o Livre-Arbítrio em algumas das moradas de Nosso Pai.

Temos consciência de que há seres mais ou menos evoluídos moralmente, o que não tem a ver com intelectualidade. Os tais “senhores do mal” são inócuos em moral, mas de ampla intelectualidade.

Impressiona o fato de muitos renderem a esses chefes de falanges obsessoras o título de “dragão”. De acordo com nossa cultura global recente, dragão é uma alcunha de alta honra, por exemplo: Arthur Pendragon, o Rei lendário do Reino Unido; o herói cego Shiryu de Dragão; o Draco do filme Coração de Dragão; e tantas outras referências. Na Ásia, o dragão está no calendário e é um signo zodiacal, muito cobiçado por pais ansiosos por filhos ultra-capazes.

Porque não chamamos esses seres “trevosos” pelo que eles são? Porque não os chamamos simplesmente de sofredores? Não deveríamos inflar seus atoleimados egos por algo que remete ao poder ou ao mistério. Complicamos o simples. Nosso amigo André Luiz, na obra Libertação, chamaria o temível Gregório, chefe de uma cidade inteira de sofredores, de dragão? “o dragão Gregório, o senhor do mal”, não soaria estranho? Pois é, soa.

Não entramos, como já expresso antes, no conteúdo sobre a visão espírita dos “dragões” que permeiam a neo literatura espiritista.

Recordando uma conversa com um amigo que pela graça divina atua como doutrinador em uma casa kardecista na cidade do Rio de Janeiro. Ele descreveu um espírito sofredor que apresentou-se como um dragão, tentando impor-se aos membros da mesa de desobsessão. Era, o irmão desorientado, um fantoche menor, diga-se de passagem. Se este espírito infeliz se portou assim, concluímos, certamente porque há outros mais sagazes que tem obtido sucesso em impetrar tais farsas.

Poderíamos considerar que Allan Kardec fazia alusão a não importância de nomes, mas sim ao conteúdo das informações oferecidas! E logo nós estamos escrevendo sobre a importância de um “nome” ou ainda uma palavra? Nesse caso, dedicamos essas tortas linhas por conta do clamor que os chefes de falanges sofredoras tem ganho nos últimos tempos.

Até parece que uma pessoa só é verdadeiramente obsediada somente quando há um “dragão” envolvido. E mais, os tais dragões estão em número cada vez maior e buscando os holofotes, após milênios guiando suas marionetes das sombras mais profundas do Plano Espiritual. É meio esquisito.

Nunca se falou tanto no Cristo e nunca se agiu tanto em malefício do mundo!

Nossa hipocrisia, como sociedade, tem gerado essa discrepância absurda e vemo-nos falando com admiração justamente daqueles a quem devemos dar o exemplo do Bem. Quem já viu um tirânico obsessor ruir em lágrimas de arrependimento sabe do que estamos falando. Quem, pela graça do Mestre Galileu, testemunhou um espírito endurecido reconhecer-se sofredor jamais poderia chamar um irmão de dragão, uma fera monstruosa e totalmente longe da Humanidade, como observamos nas primeiras linhas. É incoerência e falta de Caridade.

Não devemos chamar esses líderes cegos pelo “título” dragão, mas sim de irmão e de sofredor. De irmão, pela sua condição de filho de Deus, como nós e você, que lê essas linhas mal escritas. De sofredor, um estado temporário, mas fundamental para a Caminhada para a Verdadeira Felicidade.

Tenhamos bom ânimo e estudemos mais o Consolador Prometido, abraçando com Razão e Fé os Ensinamentos de Jesus e seus auxiliares, aprendendo e crescendo.

Amar é a única solução, eis a Verdade.

E assim, os sofredores, um a um, do menor ao maior – se isso realmente existe – irão se render ao Mestre Nazareno.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Um certo jovem de Assis

Autor Thiago D. Trindade

Antes de refletirmos sobre Giovanni di Pietro di Bernardone, ou Francisco de Assis, como preferem alguns, devemos primeiro entender brevemente o contexto histórico em que esse homem viveu, que pode ser observado em qualquer livro de História do Ensino Médio.

A espiritualidade europeia estava auto aprisionada em mosteiros, desenvolvendo-se de forma introvertida e contemplativa. O pensamento erudito era pessimista em relação ao mundo e a Humanidade. Para eles, o mundo e a Humanidade, em essência, eram maus.

Mas esses mosteiros eram ainda centros de conhecimento profundo, com vastas bibliotecas e muito do que se conhece de literatura e História é graças ao trabalho dos mestres copistas, que também dominavam o pensamento abstrato, o teológico e também a Psicologia.

Embora os monges fossem pessoalmente pobres, suas Ordens eram ricas, proprietárias de terras e ouro, graças as doações na nobreza e do povo.

O pensamento corrente era de que a vida de monge era garantia para a entrada no Paraíso. Muitos leigos, após uma vida imoral, doavam grandes somas de dinheiro e iam para a clausura eclesiástica, certos de que o Paraíso lhes aguardava como príncipes.

Podemos observar que esse pensamento até então em vigor vai contra o pensamento do Cristo. E um franzino italiano iria lembrar a dominante Igreja disso.

Na época de Giovanni Bernardone, o modelo feudal declinava em favor da burguesia mercantil. Seu pai, Pietro Bernardone, era um poderoso comerciante.

Nascido em berço de ouro, o jovem Giovanni, que era apelidado de Francesco (que significa francês em italiano), ou para nós, Francisco, cresceu ao sabor do desregramento.

Com gosto pelas fortes emoções, foi soldado. Acabou prisioneiro e contraiu problemas de saúde que o acompanharam pelo resto de sua encarnação.

Mas, espera aí! Um homem que é até hoje conhecido pela sua mansidão era um arruaceiro e soldado mercenário? É, ele foi.

Se observarmos a História Cristã, vemos que muitos dos maiores auxiliares de Jesus eram os mais mundanos que a Humanidade tinha a oferecer: Pedro, era violento, teimoso e preconceituoso; Mateus e Zaqueu, temíveis publicanos, e, Paulo, que fora fariseu e implacável perseguidor de cristãos são alguns exemplos a serem lembrados aqui.

O Cristo sempre gostou de pegar um punhado de carvão, pretensamente, insignificante, e o transformava em reluzente diamante, que refratava as luzes celestes.

Simples assim.

Como sabemos, o Mestre Galileu chegou a cada um desses citados de forma única. E foi quando Francisco partia para sua segunda guerra, após sonhar com uma bela donzela, um opulento castelo e com um exército a lhe servir, que uma voz lhe indagou: “Quem te pode ser de maior proveito, o senhor ou o servo?” Sem hesitar, o jovem escolheu o “senhor”, mas a “voz” o estimulou a regressar ao lar com a promessa de que haveria uma orientação a ser dada.

Essa foi, certamente, a primeira vez que o povo olhou Francisco com desconfiança, pois praticamente desertara. Seu pai, muito provavelmente, gastou uma razoável soma de dinheiro pagando propinas para que as autoridades esquecessem as acusações de deserção do exército papal.

Mas não foi daí que Francisco saiu praticando a Caridade.

Antes o jovem, em uma caverna, procurou entender o que se passava com ele. Procurou meditar, autoanalisar-se, ou, como dizemos hoje em dia, procurar sua Reforma Íntima (que aliás deve ser construída aos poucos).

Se para nós é difícil o conceito de Reforma Íntima, apesar de todas as informações que temos, imaginemos o quão difícil era para um jovem, na Idade Média, numa Era onde havia somente uma corrente de pensamento filosófico, e que qualquer coisa diferente era considerado crime passível de morte.

Embora Francisco não compreendesse sua própria vida, brotava nele o desejo de servir. Tanto que caminhando na mata, deparou com um leproso (que até hoje essa doença é vista como uma “maldição divina”) e deu-lhe seu rico manto. E mais, deu-lhe um beijo no rosto retorcido.

Foi um gesto impulsivo, como sabemos, mas que o satisfez. E essa sensação lhe era inédita e verdadeira.

Chegando à Igreja de São Damião, ouviu a Voz do Cristo, a partir de um pequeno crucifixo, que lhe pediu para reformar a igreja. Afoito, o jovem não refletiu sobre qual Igreja falara o Cristo, embora depois ele descobrisse que o Mestre se referia à reformar o mundo. Francisco saiu veloz da igrejinha e regressou à loja do pai, que estava ausente. Tomando os caros tecidos do negócio familiar, vendeu-os a baixo preço na feira para o povo, que logo após o taxou de louco e, em seguida, o apedrejou. Salvo pelo pai, foi confrontado por ele, que não compreendia o gesto e as motivações do filho.

Nesse momento, que é celebrado sempre que fala em Francisco de Assis, o jovem despiu-se de suas belas roupas que usava.

Agora sim, Francisco estava pronto para iniciar o serviço do Cristo, pois as vestes ricas, pesadas e limitantes, significavam o abandono do Homem Velho que todos nós devemos despojar.

Francisco, portanto, seguia o Ensinamento do Cristo: “... dê tudo que tens e me segue” (Mateus, 20:21). Mas esse revolucionário italiano precisava beber mais da fonte doutrinária de Jesus. Sua reestruturação mental e moral ainda estava frágil. Afinal era jovem e a rejeição de sua família e sociedade vergastavam-lhe a alma que ansiava por luz.

Buscou aprofundar suas meditações nos Ensinos do Cristo, mas não procurou mosteiro algum. Francisco procurou por Jesus nas vilas pobres, nos doentes e miseráveis de todas as cores. Encontrou na miséria do mundo a luz do Cristo.

Francisco entendeu que Jesus concedia a todos, sem distinção, a oportunidade de entrar no Reino dos Céus.

O missionário sabia que iria atravessar tempestades, pois o Evangelho de Jesus já era, há muito tempo, deturpado para atender interesses egoístas. Como solução, Francisco não procurou debates teóricos, pois sabia que não era páreo para os articulados doutores da Igreja.

Preferiu, o jovem, fazer do trabalho em nome do Cristo o seu cartão de visitas, logo, sua Tese.

Apesar das dificuldades, seu plano prosperou e chegou a fundar a Ordem dos Frades Menores, que fazia o impressionante voto de pobreza absoluta.

Francisco se preocupava bastante em seguir os Ensinos do Nazareno. Usava, a exemplo do Mestre Galileu, austeridade máxima consigo mesmo e de enorme condescendência para com o próximo.

Chamava o corpo de “Irmão Burrico” e o frade ensinava que a Moralização era fundamental para a Felicidade Futura. O jovem seguidor do Cristo ainda afirmava que o corpo era uma das mais belas obras de arte, já que tínhamos sido feitos à imagem e semelhança de Deus. Dessa forma, Francisco de Assis, se antecipou aos mestres renascentistas que só viriam séculos depois.

Para Francisco, o corpo é um Templo de Deus e o mundo em si é outro Templo que deve ser conservado e honrado em nome do Criador.

O frade se descobriu pequeno como um grão de mostarda ante a grandeza da Obra de Deus. Percebeu que era um integrante, e não o senhor da Natureza, como nos esclarece a questão 540 do Livro dos Espíritos e o Capítulo 10 de A Gênese, integrantes da Codificação Espírita. Para esse Servidor do Cristo, a Criação está intensamente conectada.

O manso italiano era, em plena Idade Média, o primeiro ecologista. Na obra conhecida como “O Cântico ao Irmão Sol” ou “Cântico das Criaturas”, vemos acertadamente o jovem de Assis chamar o vento, o sol, o lobo, as árvores de irmãos, já que como nós, foram criados pelo Amor Divino.

A Paciência, A Perseverança, A resignação, A Humildade e a Fé de Francisco eram admiráveis. Enfrentou as dificuldades com uma firmeza inferior somente à Paixão de Cristo e ao sofrimento dos primeiros mártires do Cristianismo, conforme assinalam alguns estudiosos.

Seu desconforto físico era uma constante. Sua visão, cada vez pior, somada aos problemas estomacais, lhe agrediam dia e noite. Muito semelhante a outro Francisco, nascido no Brasil, em início do século 20...

Quanto de nós ousam seguir o Evangelho do Cristo que nos manda amar irrestritamente?

Meditemos sobre isso.

Meditemos se nossa paciência, perseverança, resignação e fé não precisam ser mais desenvolvidas com estudo e trabalho.

Por que nós não tiramos de nossos desconfortos físicos a força necessária para trabalhar para nós mesmos e inspirar os outros?

Nos últimos anos, Francisco de Assis é lembrado somente como Protetor do Meio Ambiente. Na verdade, o frade trabalhou intensamente com leprosos, alienados e famintos. Chamava a Morte, o Desencarne, de Irmã e sorria para ela, pois sabia que era um gesto de Deus.

Francisco sabia que o desencarne era fundamental para o desenvolvimento Moral\Espiritual da Humanidade. Como Amigo da Morte, o frade levava a mensagem de Jesus de que nada se leva deste mundo se não as ações praticadas, fossem boas ou más. O Trabalhador do Cristo lembrava que a vida na Terra era o tempo de semear.

Certamente com um pouco de severidade, o leal Servidor ensinava ao povo que não se negociava o Reino dos Céus, apesar dos apelos da dominante Igreja, mas somente o serviço ao próximo era capaz de levar uma alma ao Paraíso. Francisco, em suas simples palavras, enfatizava o ensinamento de Jesus que fazia alusão que se fizesse o menor dos servidores, será digno do Reino dos Céus. (João, 13: 1-11).

Por gestos e palavras, Francisco ensinava que era necessário morrer para os excessos mundanos, entraves para a entrada no Reino dos Céus. Francisco ensinava que o mais sublime sinônimo de Amor é o Perdão, que tem por igualdade de significado: o Carinho, a Compreensão, a Empatia, o Servir.

Acreditamos que é assim que Francisco de Assis deve ser lembrado – e estudado – pelo seu exemplo em despir-se dos entraves limitantes de sua evolução pessoal.

Seguidores de seu exemplo em Servir, infelizmente, são poucos: Adolfo Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Eurípedes Barsanulfo, André Luiz, Chico Xavier, Irmã Dulce, Tereza de Calcutá, Gandhi, Frei Damião, e uns poucos...

E onde quer que esses Missionários estejam, nos conclamam a seguir o Cristo, primeiro dentro de nós mesmos e, em seguida, em nossa família.

E, quando menos esperarmos, estaremos contemplando a luz divina de braços dados com toda a Humanidade e, conheceremos a bela dama, de nome Felicidade; conheceremos o Castelo do Reino dos Céus; e tomaremos parte do exército de companheiros de Francisco de Assis, elementos sonhados anos antes, quando partia para a guerra, em solo italiano.

O pequeno frade nos ensinou que Estudar e Trabalhar; Trabalhar e Estudar são fundamentais para Servir melhor ao próximo.

E Servir melhor ao próximo é:

AMAR
AMAR
AMAR

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Vídeo - Richard Simonetti no programa Transição falando sobre o poder do Pensamento.

Excelente entrevista! http://www.youtube.com/watch?v=GCn6nWGSNuU

Chico Xavier no Programa Pinga Fogo/ 1972

Excelente entrevista com Chico Xavier elucidando diversas questões acerca do cotidiano. http://www.youtube.com/watch?v=rjxnM0GFNvg

Ide e Pregai

Ide e Pregai

Autor Thiago D. Trindade


Muitas pessoas, apenas lendo o que disse o Cristo: “Ide e pregai”, saem por aí recitando os versículos bíblicos, certos de que estão fazendo um favor para a Humanidade, e garantindo para si um espaço no Reino dos Céus. Alguns chegam a “pregar” ao berros usando o medo como argumento para pseudo-evangelizar. Falando mais do Mal, a quem chamam de diabo, do que dos Ensinos de Jesus.

O Mestre Nazareno devia ser mais compreendido quando citou o “Ide e Pregai”. Seria um contrassenso pensar que Ele se referia apenas a falar descontroladamente o que se decorou nas Escrituras. Afinal, Jesus mais trabalhou do que falou. Caminhou, indo fraternalmente aos sofredores. Acolheu. Amparou. Ouviu as dores. Falou, é verdade, mas verbalizava enquanto trabalhava, justamente para mostrar o Caminho a ser seguido.

Com ações, pregou.

Se refletirmos, entenderemos que a doação de si era o dízimo que o Excelso Mestre se referia. E lá no Velho Testamento, a tal oferta não era dita como dinheiro, já que os hebreus eram pobres de ouro, que lhes era praticamente desnecessários, se comparados às cabras e ovelhas.

Doar-se é o dízimo!

A oferta que Deus quer de nós para nosso próprio benefício. O Bom Cristão não acumula ouro no céu, mas o ouro da paz de espírito que se obtém na Pátria Espiritual, após uma vida “Indo” onde fosse necessário e “Pregando” com ações aos irmãos igualmente aflitos.

Doar dinheiro não é importante? É, em parte.

Compra de mantimentos e roupas, pagamento de água e luz são itens importantíssimos para garantir o melhor socorro aos necessitados. Mas e quem iria carregar os mantimentos? Uma pessoa contratada não está fazendo Caridade. Para quê pagar conta de água e luz se as pessoas não se reúnem para preparar os mutirões de Caridade e estudar os Ensinos de Jesus, para então divulga-los aos aflitos da alma? Dessa forma, concluímos que a doação\captação de dinheiro é importante, embora não seja tudo!

Para quê Casas de Religião suntuosas, como jogos de luzes, colunas de mármore, detalhes em ouro, estacionamento para carros de luxo, integrantes com vestes requintadas, se estão vazias da Humildade do Cristo?

Aliás, os primeiros Cristão trabalhavam em cavernas, catacumbas, senzalas (a escravidão não começou no século 16, mas há milhares de anos) e em casas simples de madeira e barro.

A preocupação deles não era o local de Serviço, mas como Servir da melhor forma possível. Por isso é fácil de se reconhecer se a Casa de Religião é Cristã: se ela cria condições para o desenvolvimento Moral de seu adepto e se realiza a Caridade Moral e Material para qualquer pessoa seja quem for.

O Cristão, assim disse o Mestre, não será medido pela sua oferta financeira ou pela sua retórica, mas pela sua oferta de si para o próximo.