sábado, 9 de novembro de 2013

Desobsessão rápida?!




autor Thiago D. Trindade



Entendemos o processo obsessivo como a incidência mental de um indivíduo, ou grupo, sobre um terceiro, podendo ser os envolvidos encarnados ou desencarnados.

Consideramos ainda a auto obsessão, quando a própria pessoa volta contra si mesmo sua força mental, prejudicando a si mesma. Nesse contexto, avaliamos ainda que a auto obsessão, quase sempre abre espaço para a aproximação de espíritos sofredores sobre o espírito auto obsediado.

O tratamento para todos os casos é a desobsessão, que é uma série de ensinamentos – e vivências práticas, o que é pouco considerado ultimamente – baseados na grande virtude do Perdão incondicional, um dos sinônimos do Amor Fraternal. No Capítulo V do Evangelho Segundo o Espiritismo, que trata sobre as aflições, percebemos a grande importância de se perdoar as ofensas.

A literatura Espírita é riquíssima de elucidações a respeito da desobsessão e de seus fatores correlatos. Há livros de André Luiz, Bezerra de Menezes, Manoel Philomeno, Joanna de Angelis, Emmanuel, dentre outros, que narram uma parcela das sagas evolutivas de pessoas, que se entrelaçam em teias de rancor e ódio. Sentimentos baixos que atravessam os séculos da Terra.

Há obras que versam diretamente sobre o tema, de André Luiz, pela mediunidade de Chico Xavier e Waldo Vieira, e, mais recentemente, de Suely Caldas Shubert, que “destrincham” essa nebulosa questão evolutiva para todos nós.

Em quase todos os casos, percebemos que o processo desobsessivo é lento e gradual. Uma parte depende do obsediado em aceitar o tratamento indicado, que é perdoar e instruir-se. A outra depende do obsessor(es), que se julgam, na maioria das vezes, vingadores de causam que jazem sob o pó dos anos terrestres, mantendo assim o ciclo de dor e sofrimento que se arrasta sem previsão de encerramento.

Não obstante, a Umbanda (assim como outras religiões) trabalha intensamente com a desobsessão. Investe na Educação Moral de seu adepto, e do grupo de Espíritos que lá chega em busca de alívio e esclarecimento.

Nos casos da desobsessão mais propriamente dita, onde o Espírito sofredor é confrontado com a Verdade do Bem, vemos a Umbanda atuando de forma diferente, se compararmos com a metodologia “Kardecista”. O obsessor é literalmente afastado do obsediado e encaminhado para estâncias onde receberá o cuidado necessário, enquanto ao obsediado ficará com a orientação para desenvolver-se moralmente.

“Vá e não peques mais”.


Muitos Espíritas “kardecistas” argumentam que a prática da Umbanda, nessa área, vai contra a Lei Divina, afetando o Livre Arbítrio de cada um e, não há moralização do obsessor, que pode voltar para sua prática descabida.

Consideremos que Espírito desorientados, dementados em vários graus, não possuem lucidez no uso de seu Livre Arbítrio, sendo escravos de si mesmos, ou seja, também auto obsediados.

A literatura Espírita “kardecista” é cheia de casos, onde não se “respeitou” o Livre Arbítrio do obsessor, ou ainda, há a utilização do engodo, ou farsa. No livro “Loucura e Obsessão”, de Manoel Philomeno e Divaldo Franco, que se passa em um Terreiro de Umbanda, vemos um grande número de obsessores sendo tratados por entidades de aparência indígena, que eram os guardiães da Casa. Alguns médiuns incorporavam os sofredores, aplicando o choque anímico sobre os desencarnados ou forçando-os a se exaurirem energéticamente. Sem cerimônia, os trabalhadores espirituais levavam os “nocauteados” para ambientes específicos, verdadeiros ambulatórios.

Percebemos a forma segura com que a Espiritualidade Superior conduz os sofredores dentro do preceito da Caridade ensinado pelo Cristo. Igualmente, encontramos o uso de mentiras para conduzirem desencarnados aturdidos por si mesmos, como podemos estudar em “Memórias da Mediunidade”, de Yvonne Pereira, quando ela narra o caso de Pedro, um desencarnado que involuntariamente um conhecido a saudosa médium.

Os livros supracitados vieram à Terra pelas mãos de respeitados médiuns e foram tutelados, não só por Manoel Philomeno (sendo que este Espírito até se reconheceu preconceituoso a tudo que não fosse caracterizado com Espiritismo, conforme o próprio considerou) e Charles, respectivamente, mas sim por Adolfo Bezerra de Menezes e Leon Denis, como verificamos nas apresentações das duas obras editadas pela Federação Espírita Brasileira.

Não podemos cair no corporativismo cego que hasteia bandeiras de preconceitos, atrasando a nós mesmos. As informações da Verdade vêm há dois mil anos e até hoje escolhemos o que queremos, deixando de lado o que nos é inconveniente.

Não devemos medir esforços em auxiliar nossos Amigos Espirituais, melhorando, em primeiro lugar, a nós mesmos, para assim realizarmos as verdadeiras obsessões que permeiam esse mundo, todas baseadas no orgulho.

8 comentários:

  1. Olá Thiago
    Participo de um grupo de estudos sobre obsessão e gostaria de levar seu texto para estudo , gostei da abordagem que deu ao tema, porém alguns trechos não consegui entender explo o ultimo parágrafo. Posso te fazer perguntas?
    Abraços
    Helena

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  2. Caríssima Helena! Obrigado por escrever. Claro que pode levar o texto para estudo. Em referência ao último parágrafo, refiro-me a Reforma Íntima, ou seja, um estabelecimento de metas de auto-renovação. Se nós vencemos nossas imperfeições, significa que nos libertamos de nossas amarras. Agora, entendamos que toda obsessão é baseada no orgulho, ou seja, o EU quero, Eu posso, a vítima sou EU. o orgulho tem por sinônimo o : preconceito, ganância, luxúria, egoísmo, etc. Fraterno abraço e escreva sempre! Thiago

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  3. Olá
    Obrigada pelo esclarecimento, então acredito voce usou apalavra obsessão no lugar de desobsessão?
    O trecho abaixo está faltando algum trecho?
    " Igualmente, encontramos o uso de mentiras para conduzirem desencarnados aturdidos por si mesmos, como podemos estudar em “Memórias da Mediunidade”, de Yvonne Pereira, quando ela narra o caso de Pedro, um desencarnado que involuntariamente um conhecido a saudosa médium.
    Abçs Helena

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  4. Cara Helena,

    Estou gostando de nossa prosa! Bem o trecho que pusemos entre aspas é a síntese da explicação que o Espírito José, um médico espiritual, dá à Yvonne. No livro em questão há todo um longo parágrafo que por hora não expus. Para este mês publicarei neste nosso Blog um grande estudo, com citações inteiras e respectivos comentários; não só do "Memórias da Mediunidade", mas também de "Memórias de um Suicida", "Loucura e Obsessão" e "Paineis da Obsessão". Será publicado em partes, pois em Word ficou com mais de 30 páginas.

    Fraterno abraço

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  5. Bom Dia Tiago

    Tambem estou gostando de nossa prosa e vou acompanhar a publicação dos estudos das obras de Yvonne Pereira e do Divaldo Franco estou curiosa para saber a abordagem que vc, vai dar. Não encontrei o livro Memórias da Mediunidade, so encontrei o Recordações da Mediunidade ,que ainda nao fiz a leitura,mas já baixei .
    Abçs Helena

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    1. Cara Helena! Confundi os títulos! Recordações da Mediunidade e Memórias de um Suicida, ambos escritos pelas mãos de Yvonne! Falha minha!!!!!

      Thiago

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  6. Bom Dia
    Vou anexar seus esclarecimentos e amanhã faremos o estudo. Somos um grupo de estudo independente , ou seja sem filiação a centro espirita, terreiro, igreja, sinagoga embora os membros frequentem a religião/doutrina de sua preferencia. Estamos trabalhando as bases para a formação de um nucleo de reabilitação .
    .Mais uma vez agradeço a sua paciencia em responder as minhas dúvidas .
    No aguardo da prosima publicação
    Abçs
    Helena

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