sábado, 18 de fevereiro de 2017

Entrevista - Carlos Baccelli



Nossa série de entrevistas prossegue, sempre objetivando fortalecer nossas Reflexões acerca do Caminho do Cristo. Nessa 'prosa', temos o prazer que acompanhar o pensamento do consagrado médium espírita Carlos Baccelli, que prontamente atendeu ao nosso convite, deixando momentaneamente seus inúmeros compromissos para responder a algumas perguntas.

O (a) leitor(a) perceberá que nosso convidado é incisivo em suas argumentações, sem se esquivar de assuntos polêmicos, como por exemplo o uso indiscriminado do nome de Chico Xavier, cisões no Movimento Espírita, mediunismo, etc.

Agradecemos muito ao Sr. Baccelli por ter contribuído com nosso modesto blog! Muito obrigado!!












1 – Reflexões e Caminho: Como o senhor avalia a importância do Culto no Lar? O senhor o pratica?
- Sem dúvida, mormente nos tempos atuais, o Culto do Evangelho no Lar é de suma importância para mante a família unida no clima da oração, em conexão com os Planos Superiores da Vida, sempre predispondo os seus integrantes a receberem a inspiração nas melhores decisões a serem tomadas. Em casa, o nosso Culto é sempre realizado aos domingos, a partir das 17:00 horas.




2 – R.F.: O senhor estuda rotineiramente os livros da Codificação Espírita?
- Sim, além de estudá-los, os livros da Codificação são livros de consulta indispensável para que possamos, gradualmente, ir assimilando o seu transcendente conteúdo. Além do Pentateuco, igualmente, temos  sempre em mãos a coleção da “Revue Spirite”, fundada por Allan Kardec, repositório de profundos esclarecimentos de natureza doutrinária.
 



3 – R.F.: Qual a sua opinião sobre o Movimento Espírita atual?
- Inegavelmente, como já nos advertia Chico Xavier, existe uma tendência à elitização, que precisa ser enfrentada com lucidez, na certeza de que o Espiritismo, na revivescência do Cristianismo, veio para o povo. Os Encontros Espíritas, em geral, infelizmente, estão se tornando inacessíveis ao grande público, devido o elevado preço de suas taxas de inscrição. E mais: ao que nos parece, os oradores convidados para tais Eventos são, preferencialmente, os que não contrariam as diretrizes do chamado Movimento de Unificação – além de, quase necessariamente, terem que possuir títulos acadêmicos em seus currículos.
 
 4 – R.F.: O senhor se considera privilegiado por ser médium?
- Claro que não. Aliás, o único privilégio que tenho tido na condição de médium é o de trabalhar no cumprimento de meu singelo dever, o que, sem duvida, me é motivo de grande alegria. No mais, devo dizer que mediunidade para mim tem sido sinônimo de luta, e de luta grande no campo da intolerância e da crítica de que, particularmente, tenho sido alvo há exatos 45 anos, desde quando, em parceria com Chico Xavier, tive oportunidade de publicar o nosso primeiro livro mediúnico.
 



5 – R.F.: Seus livros psicografados, muitas vezes trazem informações que chocam alguns setores do Movimento Espírita. Há quem diga que as novas informações, se fossem verdade, seriam ratificadas por outros médiuns via Controle Universal do Ensino dos Espíritos. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
- Creio que esteja faltando um estudo isento da parte dos críticos, porquanto muitos outros médiuns já têm sido instrumentos de informações semelhantes. A questão é que esses “outros médiuns”, insinuados pela crítica doutrinária, não passa de um ou outro que essa mesma crítica considera na condição de médiuns “titulares” na Doutrina. Um absurdo, sem dúvida. Vamos a um exemplo: vários médiuns têm recebido a informação de que Chico Xavier era a reencarnação de Allan Kardec, e, não obstante, a não aceitação de tal realidade, da parte dos contestadores da tese, continua.  A critica espírita, com raras exceções, é extremamente tendenciosa.
 
 
6 – R.F.: O senhor sabe que os espíritos de luz, muitas vezes, se valem de pseudônimos e daí transmitem suas mensagens. Os amigos espirituais que escrevem através do senhor estão todos identificados por alguma exigência sua?
- Eles não se identificam por exigência minha – o médium não exige, o médium serve sem impor condições. Segundo Kardec, o nome, ou o codinome, do espírito comunicante possui importância relativa, e não absoluta. Muitos dos Espíritos da Codificação não se identificaram a não ser como “Espírito Protetor”, “Anjo Guardião”, etc.
 



7 – R.F.: O senhor já foi alvo de fascinação?
- Se fui, eu não saberia dizer, porque o fascinado não sabe do estado de fascinação que esteja padecendo por ação dos espíritos infelizes.

 
8 – R.F.: Em sua opinião, como o senhor avalia o impacto de Chico Xavier no Espiritismo brasileiro?
- Ele pode, sem dúvida, sem dividido em antes e depois de Chico Xavier. O “impacto” de Chico Xavier não aconteceu apenas no Espiritismo brasileiro, mas no Espiritismo mundial, porque sem as Obras mediúnicas de sua lavra o Espiritismo continuaria sendo uma doutrina do século XIX. Chico atualiza Kardec, e, através de seu exemplo, demonstrou como o Espiritismo deve ser vivenciado pelos seus adeptos.
 



9 – R.F.: Muitos espíritas tem alardeado ter extrema proximidade com Chico Xavier, fazendo revelações bombásticas e até mesmo criando cisões em alguns segmentos do Movimento Espírita. Como o senhor observa essa situação?
- Com preocupação, porque, em verdade, desses que andam alardeando amizade próxima com Chico Xavier, pouco estiveram com ele. Um deles, muito conhecido no Movimento Espírita, agora um tanto afastado por questões de saúde, só esteve em Uberaba, participando de uma reunião no “Grupo Espírita da Prece”, uma única vez. Sou testemunha ocular do que afirmo, porque, desde os 17 de idade, participei de reuniões com Chico, chegando a ser Secretário na “Comunhão Espírita Cristã”, antiga casa de trabalho do Médium, em Uberaba.



 
10 – R.F.: O senhor realiza uma atividade doutrinária de grade impacto, não apenas em Minas Gerais, mas também em todo o Brasil. O senhor se sente satisfeito com a própria obra?
- Não considero que esteja realizando uma atividade doutrinária de “impacto”. Conforme disse, apenas procuro cumprir com o dever, atento ao que me diz a consciência, e não a opinião de quem cuja maior obra tem sido a de sempre criticar o esforço alheio.



 
11 – R.F.: Alguns críticos afirmam que os livros psicografados pelo senhor deixaram de ser espíritas para serem designados como espiritualistas, não pelos personagens, mas pelo conteúdo muitas vezes diferente do que é encontrado na Codificação Espírita. Qual sua opinião sobre isso?
- Todo livro espírita, necessariamente, é espiritualista, ou não?! Agora, qual o critério de avaliação que está sendo utilizado para rotular algumas obras de nossa lavra mediúnica de antidoutrinárias?! Sinceramente, não reconheço tal autoridade em nenhum daqueles que assim se manifestam, principalmente pelo seu sofrível conhecimento das próprias Obras da Codificação.
 



12 – R.F.: Os direitos autorais de seus livros psicografados vão para algum trabalho assistencial? Se sim, qual?
- Os direitos autorais de todos os nossos livros são cedidos às Editoras que por eles se responsabilizam, e tenho a satisfação de dizer que, na atualidade, sou um dos médiuns que mais títulos possuem cedidos graciosamente a diversas Editoras: IDEAL, IDE, BOA NOVA, DIDIER, LEEPP e a outras, do Exterior – França, Alemanha, Itália, Espanha, etc. –, que têm feito a tradução de algumas dos livros que os Espíritos escrevem por nosso intermédio. Todas essas Editoras, ao que sei, mantêm diversificadas obras assistenciais.



 
13 – R.F.: Pode falar de seu livro psicografado mais recente?
- Trata-se de “PAZ DE ESPÍRITO”, de autoria do Dr. Inácio Ferreira, editado pela LEEPP – Uberaba, Minas Gerais. Em oitenta capítulos, o Dr. Inácio discorre sobre temas diversificados da vida cotidiana, procurando nos auxiliar na conquista da serenidade.



 
14 – R.F.: Alguma mensagem final?
- Agradeço pela oportunidade que se me faz tão rara, de vez que, em geral, os jornais e revistas espíritas – com pouquíssimas exceções –, manifestam a sua opinião negativa a respeito desse ou daquele companheiro de Doutrina, sem dar a ele oportunidade de falar sobre o seu trabalho. Infelizmente, em nosso meio doutrinário vige uma espécie de AI-5, do tempo da ditadura militar no Brasil.  


5 comentários:

  1. esse crápula é um aproveitador da memória do Chico!

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  2. Sempre isento, o professor Tiago nos traz uma de suas 'prosas'! Baccelli foi corajoso nas respostas, mas ainda está muito queimado com o Movimento Espírita

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  3. Adoro o Baceli!

    Vania Maria, Lavras-Minas Gerais

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  4. Bacelli e Wanderlei estão disputando que recebe mais mensagem de Inácio Ferreira. Aliás, o antigo médico deve estar revoltado com o uso de seu bom nome...

    Pedro Paulo Coutinho, BH

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  5. O Médium Baccelli, tem uma folha de serviço prestados a doutrina, tem
    muita gente que não conhece o trabalho do Baccelli e diz muitas besteira, comentários anônimos não tem valor nenhum. Carlos Antônio Baccelli, o último dos moicanos, um dos médiuns mais sérios que conheço da atualidade, reconhecimento e gratidão ao nosso querido Irmão de IDEAL ESPÍRITA. (Valério Roma SP)

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