quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O homem de Tarso


Autor Thiago D. Trindade 



Paulo, na primeira carta aos Coríntios (4:6-13) fala diretamente sobre as dificuldades de ser Cristão, que vai desde a difamação até violências físicas. No entanto, a Apóstolo da Gentilidade faz sobressair a Paciência e a Fé, embasados no poderoso cimento da Resignação.

A capacidade de Paulo em suportar as humilhações do mundo – e claro que vamos incluir as ações da espiritualidade inferior – mostra a grandeza desse homem em servir à Boa Nova. Embora os ensinos de Paulo fossem severos, esbanjam compreensão e conciliação.

O apóstolo entendia perfeitamente que aqueles a quem ensinava eram exatamente iguais a ele próprio – quem sabe até mais brandos – no obscuro passado, quando se dedicava a caçar os primeiros Cristãos. Esse currículo sombrio dava a Paulo o verdadeiro “conhecimento de causa” ao vislumbrar a seus pupilos a grandeza do Mestre Nazareno.

Com Jesus, Paulo aprendera a conciliar seu próprio Eu, derrotando o Ego. Com isso, o apóstolo se fez imbatível moralmente. Suas argumentações eram simples:

“Eu era violento. Não tinha paz na consciência. Hoje, com Jesus, sou manso e minha consciência está em paz.”

A cada pancada que levava, a cada prisão, a docilidade de Paulo arrebanhava cada vez mais pessoas, que então abriam seus corações para os Ensinos da Boa Nova. Respeitando a si mesmo, com as lições de Paulo, o aluno aprendia a respeitar o próximo. Dessa forma, o Segundo Mandamento do Cristo, que é amar ao próximo com a si mesmo era perpetrado.

Em nossas dificuldades, nos esquecemos dos exemplos daqueles que vieram antes de nós. Acreditamos que somos a grande vítima do mundo.

Mas não é assim.

Se fraquejamos, foi porque nossa determinação falhou. E determinação é sinônimo de Perseverança, Otimismo, Sobriedade.

Devemos caminhar com firmeza de propósito, seja no claro, no escuro, sob sol, sob chuva... sob a dor da perda dilacerante.

Saibamos que só carregamos o que podemos suportar.

Saibamos que existem dores materiais muito maiores do que aquelas que temos.

Saibamos que existem dores morais muito maiores do que aquelas que percebemos.

Em nossas fraquezas esquecemos da Bondade e Justiça de Deus e que tudo é transitório na matéria. Todos os percalços, opções, subidas e descidas na vida são depurativos para nosso Espírito Imortal.

Lembremos de Paulo que falava e exemplificava, mas era incompreendido por muitos.

Os Doze Apóstolos foram também perseguidos por não serem compreendidos.

E quanto a Jesus? O quão incompreendido era e é até hoje quando vemos seus pretensos seguidores, ao longo da História, fazendo tudo diferente do que Ele ensinou...

Mas perseveremos.

Quando caluniados, procuremos a conciliação.

Quando formos esbofeteados, ofereçamos a outra face, até que o agressor se canse e se pergunte que força é essa que nos sustenta, até vencer o ódio impiedoso.

Quando nos chamarem de lixo, mostremos que da escória surgem belas flores de Bondade.

Assim como Paulo fez.


Um comentário:

  1. Ainda não conseguimos mensurar a importância que teve o homem de Tarso nos primórdios da implantação da Boa Nova. Além de toda a sua sabedoria na divulgação e expansão do evangelho, impediu que essa nova filosofia se tornasse monopólio de um povo, se tornando uma filosofia universalista na época. Claro que hoje já foi desfigurada de seu real propósito pelo próprio homem materialista, mas evoluiu para um conceito moderno se tornando uma filosofia espiritualista. Obrigado!

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