“Nunca estamos sós no Caminho. Conosco vai quem convidamos. Que seja sempre Jesus” Espírito Joaquim
domingo, 25 de setembro de 2016
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Entrevista - Tata Marcos Ribas (Rompendo barreiras da ignorância)
É com muito prazer que trazemos essa fantástica entrevista. Como de costume, trazemos um convidado que contribui para com nossa sociedade, através de suas ações de promoção do Bem. Neste caso, trazemos um olhar diferente de uma pessoa que luta em defesa de um dos povos que formaram o Brasil, os Bantos. O estudioso entrevistado ainda tece interessantíssimos comentários acerca do Culto Candomblé Angola, desmistificando muito do que se vê por aí, inclusive apresentando a nós, leitores do Reflexõs e Caminho, a visão que essa rica religião afrobrasileira tem sobre Jesus Cristos, guias espirituais, Natureza, dentre outros temas que foram surgindo ao longo da prosa.
Agradeço imensamente a Marcos Ribas, solidamente reconhecido em seu meio como Tata Kiretauã, que mantém o email para contato: tatetokiretauangola@hotmail.com .
Apreciem essa interessante conversa, que muito irá contribuir para nossa formação cultura, e ainda nos ajuda a compreender uma rica e complexa religião tão pouco compreendida ainda.
1 – Fale um pouco de você como sacerdote.
Primeiramente
gostaria de agradecer por terem me proporcionado essa entrevista, pois dessa
forma tenho mais uma oportunidade de falar um pouco sobre nossa tradição e
cultura religiosa e com isso, tentar promover um pouco de entendimento para as
pessoas que não conhecem.
Meu
nome dado por meus pais carnais é Marcos e após o meu segundo nascimento (para
meu Nkisi), o nome que recebi de minha Divindade foi Kiretaua.
Fui
iniciado em janeiro de 1986 para o Nkisi Mukumbi, onde cumpri todas as etapas e
obrigações para depois receber os direitos de ser um Nganga (Sacerdote). A
tradição religiosa a qual pertenço é originária dos antigos povos Bantu e minha
Mbutu (nação) é o MUXIKONGO (Kongo Angola), onde a casa matriz de minha raiz
fica localizada em Salvador BA... O terreiro é conhecido como Bate Folha e
possui mais de cem anos de fundação..... Alguns anos atrás, se tornou
patrimônio público do Brasil, pois a casa foi tombada pelo patrimônio histórico
do governo federal (IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional).
Minha
luta é contra qualquer tipo de preconceito e discriminação, sempre tentando
passar a nossa verdadeira essência, onde por puro preconceito, muitos julgam
nosso culto religioso sem ao menos conhecerem, “acham isso ou aquilo, pois
ouviram falar” ou participaram de algum ritual em casas “milongadas” que
chamamos de “BECO”. Essas casas “MILONGADAS/MISTURADAS, são casas sem tradição
religiosa e familiar, que misturam várias
formas de cultos e se perderam dentro de situações que não servem como base do
culto tradicional e nem devem ser chamadas de Candomblé.
2 - Qual a contribuição dos Banthus (ou
Bantos) na formação do brasileiro?
Bantu
(BANTU é o plural de NTU = pessoa, gente, ser humano) na formação do
brasileiro, não acredito que teve uma importância expressiva, mesmo porque, são
pessoas negras, onde a discriminação e o preconceito sempre estiveram
presentes.
Um povo que foi trazido para esse país, contra
sua vontade como escravos, onde passaram por todas as formas de atrocidades e
sofrimento e que mesmo depois de sua libertação continuaram sendo vítimas da
mesma discriminação e preconceitos que ocorriam quando ainda eram escravos. Que
não tiveram as mesmas oportunidades de estudo e de trabalho conforme o branco
tinha.
Quando
fundaram as primeiras casas religiosas de Candomblé, continuaram a ser vítimas
de intolerância religiosa e discriminação, então tornou-se muito difícil a integração e a
contribuição de forma abrangente com os brasileiros. Se ainda nos dias atuais
acontecem as intolerâncias religiosas, preconceitos e discriminações, imaginem
a cento e cinquenta anos atrás.
Mas, mesmo
assim, algumas situações serviram de contribuição para os brasileiros.... Na
culinária temos pratos e temperos que são de origem africana/bantu, também
algumas palavras que se tornaram costumes em nosso vocabulário, como por
exemplo capoeira (kapoeira), (Quitanda)Kitanda, Samba, Bunda, Canjica (Kanjika),
Muleque (Muleke) e o próprio nome UMBANDA, que vem da língua Kimbundu......
Umbanda = Magia da Cura – KIMBANDA = Curandeiro.
3 – Que é Candomblé Angola?
Candomblé
de Angola é uma religião baseada na tradição e cultura dos antigos povos Bantu,
que foram os primeiros africanos escravizados a chegarem no Brasil, por volta
de 1516.
Consiste
basicamente no culto e devoção às energias da natureza viva. Onde acreditamos
que essas forças energéticas nos fortalecem, nos ensinam e nos dão caminhos no
sentido do crescimento espiritual e material, tornando-nos pessoas melhores.
Nossa
religião é baseada na iniciação e para pertencer à mesma, o primeiro passo é
ser um iniciado. Diferente da Umbanda ou do espiritismo de Alan Kardec, não
somos médiuns e sim Mona riá Nkisi (Filho de Nkisi), e em nossos rituais somos tomados por nossas
Divindades, entramos em um processo de possessão, que vem de dentro para fora,
diferente da incorporação de um médium, que recebe uma entidade/espírito de
fora para dentro... São questões diferentes, pois um espírito necessita de um
corpo para se manifestar e se comunicar, trabalha fazendo a caridade em busca
da evolução, onde o médium também evolui nessa sintonia de semelhante atraindo
semelhante.
Acreditamos
que todos os seres humanos possuem sua Divindade, porém se o indivíduo será
iniciado ou não para ela, já é outra questão. A Divindade está dentro de nós
desde o momento em que nascemos e buscamos a nossa primeira respiração com
nosso próprio esforço (os nativos Bantu chamam esse processo de Muikua = hálito
quente da vida), assim que deixamos a proteção do útero de nossas mães, somos escolhidos
por nossa Divindade dependendo do elemento da natureza mais abundante em nosso
corpo físico.
4 - Qual a contribuição do candomblé Angola
para seu adepto?
Nossa
religião nos ensina a sermos melhores como pessoas, respeitando a natureza e
toda forma de vida. Aprendemos que o preconceito e a discriminação, são males
que não devem fazer parte de nossos sentimentos.... Aprendemos que nossa
religião não deve ser vista e sim sentida, através de nossos sentimentos e
emoções que se manifestam através do amor e da fé.... Aprendemos através de
nossos rituais e fundamentos, que realmente o que importante é o que vem de
dentro para fora e isso nos alicerça para várias situações de vida..... Uma
laranja ou um tomate, podem estar bem bonitos por fora, a laranja bem amarela e
o tomate bem vermelho, porém quando cortamos e os mesmos estão podres por
dentro, não nos valem de nada.... Assim são feitos nossos rituais, dentro dos
nossos nbakisi (quarto de santo), onde apenas os iniciados com idade e que
estão preparados podem participar dos mesmos.
O que é visto por todos no salão, nos momentos de festividade, trata-se
apenas de uma “comemoração” do que foi realizado anteriormente, pois o que
realmente importa foram os fundamentos e rituais contemplados em nosso quarto
sagrado.
Os ensinamentos são baseados na humildade e no
respeito do mais novos para com os mais velhos e dentro do nosso núcleo
familiar, não importa o que vc é em sua vida material, pode ser um milionário,
um médico, um general do exército, um delegado de polícia ou o presidente de um
país, lá dentro vc será apenas um filho de santo, igual a todos os mais novos,
com os pés no chão e de cabeça baixa, pedindo a benção para os mais velhos.
Aprendemos
que só seremos ouvidos por nossas Divindades se falarmos através do sentimento,
através do amor verdadeiro, aliás, apenas com muito amor e fé conseguimos
passar por nossa iniciação, pois nossos preceitos são rigorosos e longos, como
por exemplo dormir em uma Dixisa (esterira) por vinte e um dias dentro de nosso
quarto sagrado e depois mais noventa dias em nossas casas, usando branco em
todo esse período e reverenciando nossas Divindades em vários momentos do dia e
da noite..... Agradecendo ao criador por cada alimento que nos é oferecido e as
Divindades que através de suas energias nos proporcionam esses alimentos.
Essa doutrina
e ensinamentos fortalecem nosso caráter e com certeza nos tornamos pessoas
melhores, onde entendemos que as questões materiais são necessárias para nosso
bem estar, porém as questões do sagrado, são muito mais importantes em nossa
vida e formação.
5 – Em sua visão, o que falta ao adepto do
Candomblé Angola para valorizar a própria crença?
Procurar
conhecer as casas de tradição.....Não entregar suas cabeças sem pesquisarem
primeiro a origem da casa e do responsável..... Não acreditarem no primeiro que
se diz sacerdote, pois muitos por aí se dizem, porém não passaram pelos
processos necessários e nem receberam direitos para isso!
Em
nossa religião, só pode dar quem recebeu...... Vc não pode dar o que não tem!
Então para um sacerdote poder entregar os direitos para um filho se tornar
sacerdote, o mesmo tem que ter recebido esses direitos de seu sacerdote (pai
e/ou mãe), por isso devemos tomar muito cuidado com as origens das casas que
existem por aí!
6 – Banthu, Jeje e Nagô (Iorubá) são
culturas diferentes, que por várias razões se mesclaram. Panteões que contém
Voduns, Orixás e Inkices estão por aí, com lendas e tradições forjadas em solo
brasileiro. Em sua opinião, isso deve acabar, em prol da pureza
cultura-religiosa?
Geralmente
essas misturam ocorrem em casas e/ou raízes que não são de tradição. As casas
antigas tradicionais possuem seus cultos alicerçados em seus antigos e não
comungam das misturas de outras nações.
Falando
por mim, em nossas casas não usamos qualquer situação que venha de outros povos
e temos muito orgulho disso.
Temos
nossos costumes, fundamentos e cultos próprios, línguas próprias, fundamentos
próprios, rituais e Divindades próprias.... Não precisamos e não devemos usar
nada que não venha de nós mesmos.....
7 – Como o Candomblé angola, dentro da sua
prática, reconhece Jesus Cristo?
Jesus
Cristo para nós é o maior e mais evoluído espírito que já passou por esse
planeta! Nós o respeitamos por tudo que significou e significa para humanidade,
porém não o cultuamos como Divindade...... Temos Jesus Cristo como nosso
semelhante e está ligado às questões do homem encarnado e desencarnado, matéria
e espírito..... Semelhante atrai semelhante! Por ser um espírito de muita luz e
evolução, muito preparado para vir ao nosso planeta, nos deixou valiosos
ensinamentos de humildade, paz, amor, caridade e fé.... Apesar de tudo isso, não temos cultos para ele
em nossa tradição religiosa! O culto aos Minkisi e Akixi (Pl. de Nkisi e
Mukixi) em África Bantu é bem mais antigo que a passagem de Cristo pela
terra.... Temos registros através de antropólogos e pesquisadores, que o culto
às energias da natureza, existe de 6000 a 9000 anos A.C.
Em
nosso planeta já estiveram outros grandes espíritos, pois acreditamos que Deus
o nosso criador, de tempos em tempos envia semelhantes (espíritos), mais
evoluídos para deixar suas mensagens e ensinamentos que nos servem de base e
exemplo! Tivemos outros espíritos de muita luz, como Chico Xavier, Madre
Tereza, Gandhi, Irmã Dulce, Papa João Paulo II entre outros, porém Jesus Cristo
é o maior entre todos.
Para
nós do Candomblé de tradição Bantu, sabemos bem distinguir o que é semelhante
(Espírito) e o que é Divindade (Energia/Divino).
A
grande diferença dos espíritos para as Divindades, é que os espíritos são
nossos semelhantes, tiveram vida em terra, encarnam e desencarnam e as
Divindades não são nossos semelhantes e não tiveram vida em terra, são
elementos da natureza viva, a essência da criação de Deus. Um
espírito/entidade, necessita de um médium para incorporar e poder trabalhar
fazendo a caridade e assim evoluindo na espiritualidade e seu médium, também
evoluindo através dessa mesma caridade, trabalhando em conjunto.
As
Divindades são energias e não tem pecados, não evoluem, pois são as forças
energéticas da própria natureza viva criadas por Deus... Falarei um pouco sobre
isso para um melhor entendimento de todos!
Partimos
do princípio que a primeira criação de Deus (Nzambi Mpungu) e também a mais
importante de todas é a natureza, como forma da criação da vida. Para nós, com
algumas semelhanças com a Ciência, acreditamos que no início da formação do
nosso planeta, tudo era água.... Com o passar do tempo, essa água foi abaixando
e surgiu a terra e com seu surgimento também vieram as bactérias que deram o início
a vida! Primeiro surgiu a vida através da FLORA e depois a FAUNA e como
consequência o homem, num processo evolutivo através do animal bilhões de anos
mais tarde.
Temos
uma Divindade das águas salgadas que se chama Samba Kalunga (Semelhante a
Iemonja/Iemanjá dos povos Nagô/Yorubá) que para nós, essa Divindade é
considerada e cultuada como sendo o útero do planeta, pois todas as formas de
vida surgiram das águas salgadas.
Se
observarmos um feto quando está sendo gerado dentro do útero de sua mãe, esse
se encontra dentro de uma bolsa d’agua, que conforme o nosso suor, também é
salgada... Um fio de nosso cabelo sendo submetido ao teste de DNA,
encontraremos vários elementos da natureza em nosso corpo (sal, água, ferro,
fósforo, cálcio e outros), com isso podemos chegar a conclusão que, também
somos parte da natureza.
Nzambi
Mpungu (Deus) é uma fonte de energia infinita e inesgotável e que através de
frações dessa mesma energia, criou o universo e nosso planeta... A base e
alicerce de tudo é a natureza (terra, ar, água, plantas, chuva, vento, raio,
trovão e etc...), pois sem ela não existiria vida..... A mesma é a fonte da
vida de todo o planeta!
O
homem, por mais evoluído que seja, é capaz de criar coisas maravilhosas com
suas invenções tecnológicas, pode fazer muitas coisas, porém não pode controlar
a natureza, que quando quer, faz e pronto, sem se importar com que está a sua
frente, toma tudo de volta sem medir consequências... E para o homem só resta
correr e se proteger! Somos muito pequenos diante da natureza, a mesma é a
essência de Deus e por mais que o homem não a respeite, ela tem o poder e a
força para se renovar sempre que seja necessário!
Tudo evolui
menos a natureza que é a mesma desde o princípio do planeta... A agua, a terra,
a vegetação, a chuva, o barro, o raio, o trovão, são da mesma forma desde suas
criações.........Isso é Deus, que nos mostra através da natureza, que nada ou ninguém
é mais poderoso do que ele!
Falei
tudo isso, para tentar explicar que Jesus Cristo está ligado ao espiritual, a
nós que somos seus semelhantes, e as Divindades estão ligadas a Deus, que é energia
tanto quanto elas.
8 –
Qual a sua projeção para o Candomblé Angola no futuro?
Nossas
responsabilidades são grandes, porém se cada sacerdote, cada herdeiro de casa
ou raiz, cada iniciado em nossas tradições fizer sua parte com amor e fé,
continuaremos crescendo..... Independente da raiz, luto por uma união
verdadeira e forte entre todas as casas tradicionais... Seja Tumbensi, Tumba
Jussara ou Bate folha, que são as três
casas matrizes, devemos nos manter unidos, pois apenas assim seremos fortes e
dessa forma poderemos lutar contra a intolerância religiosa e contra qualquer
tipo de preconceito e discriminação, que causam tantos males ao ser humano.
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Rápido e rasteiro
"Quando aprendemos a usar a inteligência e a bondade ou afeto em conjunto, todos os atos humanos passam a ser construtivos."
Dalai Lama
A salvação de todos
autor Thiago D. Trindade
É crença comum de que todo aquele que
disser que é cristão será salvo. Um grande equívoco já que o Mestre afirma que
nem todo aquele que disser “Senhor!
Senhor!” será salvo, conforme assinala Mateus (7: 21-23).
Falar da boca para fora é fácil,
simples. Antes de exaltar a própria – e pretensa – salvação, ao contrário de
como muitos tem feito por aí aos berros, aliás, um sinal retumbante de orgulho,
é necessário agir.
Agir como?
Vestir-se como o Cristo, apontar dedos
para aqueles a quem julga pecadores, ou pior, impor seu ponto de vista como
único e verdadeiro?
Não.
O doce Carpinteiro nos ensinou,
através de gestos e parábolas, que o verdadeiro Cristão é reconhecido pelas
suas obras.
É aquele que pratica a Caridade em
toda sua concepção: a material, onde o Cristão divide o que tem com aquele
desprovido de bens materiais; e a moral, que se faz com a doçura da palavra
amiga, o saber ouvir, a doação de um conselho progressista, uma prece...
Essas são as obras que o Cristo se
referiu. Tomemos, pois, a lição da viúva (Marcos, 12: 41-44), que dividiu o que
tinha com algum desconhecido e tratemos de sermos verdadeiramente salvos.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Coerência
autor Thiago D. Trindade
Vemos pessoas das mais variadas
origens sociais e religiosas que se posicionam duramente contra os
homossexuais. E saem por aí, em nome da Religião, vilipendiando seu semelhante
que, supostamente culpado, é condenado em vida na Terra e além dela também.
Ocorre que o homossexualismo não gera
aberrações. As aberrações são criadas por nós. Repito: todos nós criamos as
aberrações com mau uso do Livre Arbítrio e as maiores aberrações são feitas
também pelos heterossexuais, como veremos mais adiante uma listinha bem
peculiar.
Jesus, Excelso Mestre, em sua
passagem material pela Terra, revogou a Lei de Talião, aquela do “olho por olho, dente por dente” e implantou a Lei do Amor, fundamentada em dois
artigos: Amar a Deus e Amar ao próximo como a si mesmo. O Cristo não excluiu
ninguém: os de outras raças, credos, posições sociais, características sexuais.
Então todo aquele que diz ter
Religião, ao apontar o dedo feroz a um homossexual vai contra os Ensinos do
Grande Líder deste planeta. Ou seja, quem tanto bate no peito dizendo que tem
Religião, na verdade, não a pratica. Não tem um pingo de Religiosidade dentro
de si.
Vejamos algumas considerações feitas
por aí e que certamente já ouvimos – se já não as proferimos, infelizmente:
“Gays
são monstros!” afirmam alguns. Mas os heterossexuais apresentam uma grande
quantidade de pessoas assim conceituadas, que matam, estupram, roubam, cometem
sandices em escalas imensas. Historicamente, Gêngis Khan, Napoleão Bonaparte,
Hitler, Stalin, Pol Pot, Idi Amin Dada, Saddan Hussein, Muamar Kadhafi, dentre
outros, eram heterossexuais, alguns desses com verdadeiros haréns, e são
lembrados como monstros pelos milhares de almas que feriram.
“O
casamento gay é antinatural!” berram outros. Quantos casais homossexuais
levam sua vida com discrição e honestidade, e quantos casais heterossexuais
estampam capas de jornais com escândalos? E casamento, como sabemos nós que nos
propomos a estudar à luz da Doutrina Espírita, nada mais é que uma dupla de
Espíritos que se reúne na Terra para enfrentar desafios em parceria,
auxiliando-se mutuamente.
Os homossexuais são minoria, e a
quase totalidade desse grupo é de pessoas que lutam honestamente para prosperar
materialmente e espiritualmente. Exatamente como eu e você, que lê estas linhas
tortas.
O problema é que apontamos o dedo,
querendo tirar a atenção para nós mesmos. Tirar os olhos dos outros das nossas
imperfeições. E não percebemos os outros três dedos de nossa mão em riste que
miram diretamente no coração.
Não estamos aqui levantando
bandeiras. Estamos refletindo nas palavras do Cristo.
De todos os criminosos, quantos são
homossexuais e quantos são heterossexuais?
Nos casos de obsessão, quantos são os
homossexuais envolvidos? E quantos heterossexuais atravessam essa dificuldade?
Segundo orientação passada a
Francisco Candido Xavier por seus guias espirituais, o homossexual é um
Espírito encarnado em um corpo de gênero oposto à sua psique para expiação e
prova. É, portanto, uma forma de aprendizado ao Espírito Imortal. Agora, é uma
forma de aprendizado mais rigorosa? Existem expiações e provas também difíceis,
e que geram menos ódio por parte dos ignorantes, como xipofagia, por exemplo.
O problema não é sexualidade, mas sim
o caráter que deve definir o Homem.
É nossa obrigação, em relação aos
nossos irmãos homossexuais, respeitá-los. Não é tolerar, é respeitar mesmo!
A ignorância é o maior entrave desse
entendimento. E também a preguiça. Afinal, é muito mais cômodo tripudiar e
odiar do que ser verdadeiramente candidato à Verdadeira Felicidade, não é
mesmo?
Não esqueçamos que também somos parte
de algum grupo que está em “desvantagem” em relação a outro. Vejamos alguns
exemplos:
Enquanto nação: “Os brasileiros são atrasados, ignorantes e desonestos”.
Sobre raça: “os negros deviam permanecer na senzala e os índios deveriam ter sido
exterminados”.
Sobre as mulheres: “lugar de mulher é no fogão”.
Sobre os homens: “ou pega todas as mulheres ou é traído”.
Sobre tipo físico: “os gordos são preguiçosos. Os magros demais
são esquisitos e não confiáveis”.
Sobre faixa etária: “os velhos são imprestáveis”.
Sobre faixa social: “esses empregados braçais são todos bestas
de carga, são incapazes de pensar sozinhos”.
Pois é. Sabemos que foi leve a
leitura acima, já que no cotidiano as palavras são de calão mais baixo...vimos
como é perceber os três dedos voltados para o nosso coração, enquanto lançamos
apenas um dedo solitário contra alguém, quem quer que seja.
Que nós derrubemos a montanha do
preconceito!
Rápido e rasteiro
“Se a tranquilidade da água permite
refletir as coisas, o que não poderá a tranqüilidade do Espírito?”
Chuang Tzu
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Fala, Kardec!
Terceiro Diálogo - O Padre II
Do Livro “O Que é o Espiritismo” de Allan Kardec
Do Livro “O Que é o Espiritismo” de Allan Kardec
O padre – Se a Igreja, vendo surgir uma nova doutrina, nela encontra princípios que, no seu entender, crê dever condenar, contestai-lhe o direito de discuti-los e de combatê-los, de precaver seus fiéis contra aquilo que ela considera um erro?
Allan Kardec – De forma alguma contestamos um direito que reclamamos para nós mesmos.
Se ela tivesse se contido nos limites da discussão, nada de melhor;
mas, lede a maioria dos escritos emanados dos seus membros ou publicados em nome da religião, os sermões que pregaram e aí vereis a injúria e a calúnia extravasar de todas as partes, e os princípios da doutrina sempre indigna e maldosamente deturpados.
Não se tem ouvido, do alto do púlpito, seus partidários serem qualificados de inimigos da sociedade e da ordem pública?
aqueles que ela reconduziu para a fé, anatematizados e rejeitados pela Igreja, pela razão que ela entende melhor ser incrédulo que crer em Deus e na alma através do Espiritismo?
não se afligiram por não haver para os espíritas as fogueiras da Inquisição? Em certas localidades, não os apontaram à repreensão dos seus concidadãos, chegando a fazê-los perseguir e injuriar nas ruas?
Não se impôs, a todos os fiéis, fugirem deles como de pestilentos, desviando os serviçais de entrarem ao seu serviço?
As mulheres não foram solicitadas a separarem-se de seus maridos, e os maridos de suas mulheres, por causa do Espiritismo?
Não se fez perder seus lugares nos empregos, retirando aos operários o pão do trabalho e aos necessitados o pão da caridade porque eram espíritas?
Não foram despedidos de certos asilos até os cegos, porque não quiseram abjurar sua crença?
Dizei-me, senhor abade, está aí a discussão real?
Os espíritas opuseram a injúria pela injúria, o mal pelo mal? Não.
A tudo opuseram a calma e a moderação.
A consciência pública já lhes rendeu a justiça de que eles não foram os agressores.
Se ela tivesse se contido nos limites da discussão, nada de melhor;
mas, lede a maioria dos escritos emanados dos seus membros ou publicados em nome da religião, os sermões que pregaram e aí vereis a injúria e a calúnia extravasar de todas as partes, e os princípios da doutrina sempre indigna e maldosamente deturpados.
Não se tem ouvido, do alto do púlpito, seus partidários serem qualificados de inimigos da sociedade e da ordem pública?
aqueles que ela reconduziu para a fé, anatematizados e rejeitados pela Igreja, pela razão que ela entende melhor ser incrédulo que crer em Deus e na alma através do Espiritismo?
não se afligiram por não haver para os espíritas as fogueiras da Inquisição? Em certas localidades, não os apontaram à repreensão dos seus concidadãos, chegando a fazê-los perseguir e injuriar nas ruas?
Não se impôs, a todos os fiéis, fugirem deles como de pestilentos, desviando os serviçais de entrarem ao seu serviço?
As mulheres não foram solicitadas a separarem-se de seus maridos, e os maridos de suas mulheres, por causa do Espiritismo?
Não se fez perder seus lugares nos empregos, retirando aos operários o pão do trabalho e aos necessitados o pão da caridade porque eram espíritas?
Não foram despedidos de certos asilos até os cegos, porque não quiseram abjurar sua crença?
Dizei-me, senhor abade, está aí a discussão real?
Os espíritas opuseram a injúria pela injúria, o mal pelo mal? Não.
A tudo opuseram a calma e a moderação.
A consciência pública já lhes rendeu a justiça de que eles não foram os agressores.
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Oportunidade
Autor Thiago D. Trindade
Reclamamos muitas vezes que o mundo
não nos dá oportunidades. Dizemos que se tivéssemos apenas uma chance, ou
oportunidade, iríamos fazer e acontecer. Nos agarramos a uma idéia falsa de que
tudo não depende de nós.
Longe disso!
Ao longo de nossa existência, na Roda
das Reencarnações, calçamos a Estrada que percorremos. E em cima dessa Verdade,
encaramos as conseqüências, boas e ruins.
A Verdade da Reencarnação ensina que
todos nós, filhos de Deus, temos oportunidades iguais: criar uma família
terrena feliz, sucesso profissional. Citei oportunidades materiais
propositalmente.
Vejamos:
Um desempregado diz que se tivesse
apenas uma chance de um “bom emprego” iria ajudar a família e aos amigos.
Porque “bom emprego”? Não bastaria
apenas ter um emprego que garantisse seu sustento? Em alguns casos o
desempregado é um insatisfeito e julga que seu trabalho é subvalorizado – e
vamos considerar que seja – e é melhor não trabalhar do que se sujeitar a um
trânsito ruim, a colegas ruins, a um chefe ruim, a uma renda ruim. Se não é subvalorizado,
por sua vez, aí é falta de Humildade do mesmo jeito.
O sujeito, de qualquer forma, perde a
oportunidade de aprimorar sua Paciência, Humildade, Perseverança, o Perdão... a
Fé.
Prefere atravessar dificuldades
materiais a vencer o orgulho e a vaidade.
Contendores que passam anos a brigar
e discutir perdem a oportunidade de fazerem as pazes, ou pelo menos, deixar de
desejar o mal para o outro, caminhando em fim para a Fraternidade Universal.
É um círculo vicioso: “queixa, rancor, cobiça”, que não terá
fim sem o entendimento de que Paciência, Perseverança, Humildade e Fé são
fundamentais para a Vitória.
Voltando ao desempregado:
Este deveria aproveitar o tempo para
entender que esse transe difícil é salutar para ele: assim ele passa a
aproveitar melhor suas finanças, em detrimento do supérfluo; passa a ser mais
humilde e paciente; passa a se valorizar mais como filho de Deus.
É comum pessoas procurarem Centros
Espíritas e Tendas de Umbanda procurando a solução rápida e cômoda para a
“falta de oportunidade”. Em alguns casos, há influência de espíritos obsessores
que atrapalham – veja só, não impedem – a busca por trabalho. Mas, na maior
parte dos casos, a causa é o próprio consulente, numa rígida chance para sua
própria evolução.
Essa, na verdade, é a Grande
Oportunidade! O problema é que ela não é vista assim. A Oportunidade do
Aprendizado Real!
Mais uma vez, conforme lemos ao longo
dessa modesta obra: Paciência, Perseverança, Humildade e Fé.
A Lei da Ação e Reação é uma Verdade,
e se aplica ao nosso estudo sobre oportunidades.
Mas o que essa Lei diz?
Se você fez, você paga.
Jesus, o Governador desse
Planeta-Escola disse isso. Entendamos o seguinte: quem passa aperto financeiro
hoje, certamente esbanjou em vidas passadas, ou terá a chance de riqueza em uma
vida futura. É um fato comprovado por aqueles que se prestam a estudar o
Espiritismo com seriedade, e, assim entender cada vez mais a Justiça Equânime
de Deus.
Quem é rico tem um grande fardo:
criar condições para o seu progresso através do desenvolvimento material e
moral de terceiros. Desenvolvimento material: salários e empregos que dêem
condições de existência material digna; desenvolvimento moral: estimular a lei
do progresso através de Cultura e Igualdade a terceiros.
Todos queriam ser ricos e aí fariam:
salários e empregos dignos e distribuiriam por aí Cultura e Igualdade...
certo... nós, eu e você que lê essas linhas, já tivemos essa chance e muito
fatalmente a desperdiçamos, ou não a praticamos adequadamente – poderíamos ter
feito melhor.
Emmanuel, em “Há dois mil anos”
(psicografia de F.C. Xavier, editora FEB, 2009, 48° edição, 495 páginas), cita
o imperador romano Adriano reencarnando através de uma pobre escrava.
Ação e Reação.
Ou... vendo pelo prisma da
Oportunidade:
Oportunidade de Evolução perdida e
Oportunidade de Recuperação dada.
A literatura espírita é recheada de
informações assim, lembremos Adolfo Bezerra de Menezes, André Luiz, Emmanuel e Manoel
Philomeno, que trouxeram importantíssimas elucidações através de médiuns como
Divaldo Pereira Franco, Francisco Cândido Xavier e Yvonne Pereira do Amaral,
dentre tantos outros Seareiros do Bem.
Ou então, ouça o relato de alguma
Entidade incorporada, como um Preto Velho ou Caboclo de Umbanda. Coloque-se
diante desses sábios Emissários do Alto e pergunte a eles sobre a Lei de Ação e
Reação e ouvirá eles falarem de oportunidades e Justiça Divina.
Ou ainda, procure estudar alguns
relatos de casos obsessivos por vingança, depositados nos Registros dos Centros
Espíritas. Perceberá a alternância entre os “vingadores” ao longo das
reencarnações. Entenderá melhor a estagnação material e moral que esses
espíritos endividados enfrentam. Leia alguma carta psicografada de alguém que
percebeu como jogou a encarnação fora!
Nós criamos todas as Oportunidades
que temos e mais, devemos encontrar dentro de nós a força de vontade – Fé –
para encararmos as conseqüências.
As dificuldades são Oportunidades de
nos melhorarmos moralmente para Vencermos de Verdade.
As facilidades são Oportunidades de
nos melhorarmos moralmente, distribuindo benesses para Vencermos de Verdade.
Tudo é Oportunidade. Usemos as
Oportunidades para crescer e não para chafurdarmos na lama das más tendências.
Aliás, do ponto de vista pedológico, a lama é um material riquíssimo em
nutrientes, que na espécie animal ou vegetal certa, impulsiona o
desenvolvimento.
Concentremo-nos, pois, na Grande
Oportunidade chamada Reencarnação!
Rápido e rasteiro
“Não estais animado para a luta?
Firmeza na Fé, filho! Paciência para encontrar o Caminho certo e Coragem para
atravessá-lo. Se encontrar pedras no Caminho, erga uma torre chamada Esperança
e contemple o céu com um sorriso. Quanto mais torres erguer, melhor, pois
saibas que outros poderão se guiar por elas, seguindo teu exemplo de Fé,
Paciência e Coragem.”
Espírito
Joaquim
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