sábado, 23 de agosto de 2014

Escala Espírita


Autor Thiago D. Trindade

Iremos, neste texto,refletir sobre o instigante tema “Escala Espírita”, que se inicia pela questão  100 do Livro dos Espírito, indo até a questão 113.

Trata-se, em verdade, de um extenso tema, cabendo ressaltar que nossa breve prosa é apenas para semear a curiosidade e posteriormente aprofundar os estudos, bem como esclarecer algumas dúvidas, e, ainda apresentar a temática a aqueles, que como eu, são aprendizes da Doutrina dos Espíritos.

Devemos, primeiro, compreender a classificação dos Espíritos baseada no grau de adiantamento deles, assentado nas qualidades desenvolvidas e nas imperfeições que ainda tem de vencer. Kardec, orientado pelos Espíritos superiores declara que essa classificação não é absoluta, dependendo basicamente de quem se debruça sobre o tema. O que é certo, segundo o mestre lionês, é que a Escala Espírita nos ajuda a compreender um pouco sobre nós mesmos enquanto seres em evolução. Afinal, a Ciência dos Homens tudo classifica e seria mais fácil para nós entender melhor usar tais considerações. Para nós, naverdade, fica mais fácil entender por que Jesus é o Cristo, o Ungido. Entendendo um pouco que seja a Escala Espírita é perceber que nós existimos em níveis vibracionais, ou melhor em níveis morais. E hoje, certamente, estamos melhor do que ontem, justamente por querermos evoluir. Ou seja, nós queremos ascender alguns degraus o quanto antes.

Mas voltemos a tratar da Escala Espírita. Com a criação de um quadro, que foi se aperfeiçoando ao longo dos anos diante do olhar atento do velho professor francês, chegamos ao seguinte:

Espíritos da Terceira Ordem: Espíritos Imperfeitos. Predomina nestes valores materiais sobre os valores espirituais. O ego, sinônimo de inveja, maledicência, cobiça, luxúria, etc. queima ardentemente. Eles tem a intuição de Deus, sabem que existe uma força superior que tudo rege, mas não O compreendem.
 Temos a enfática informação de que tais Espíritos, embora não façam o mal, também não fazem o bem, marcando assim sua inferioridade. Podem ter alto grau de intelectualidade, mas usam mal seu livre arbítrio.

Dessa forma, percebemos a classificação de um Espírito através de sua transmissão de idéias, pelo seu conteúdo. Espíritos atrasados se traem, através de suas idéias pouco elevadas. Infelizmente, muitos de nós tem sido enganados por belas palavras, muito bem articuladas, porém completamente vazias, enquanto Espíritos elevados tem sido ignorados ou denegridos por sua manifestação considerada simplória, mas cheia da vibração do Cristo.

De acordo com a Escala Espírita, observamos cinco classes desta Ordem:

Décima classe – Espíritos impuros. Aqueles inclinados ao mal. Se preocupam em disseminar discórdia, se vinculando aos encarnados e desencarnados para terem seus desejos atendidos. E assim suas vítimas caem, fracassando em suas provas evolutivas. Os Espíritos da décima classe são grosseiros, não conseguem sustentar suas argumentações por muito tempo. Quando os Espíritos estão encarnados, são marcados pelas viciações.

Os Espíritos inseridos na Nona classe são os chamados levianos, irrefletidos, zombeteiros,etc. não se incomodam com a verdade, provocando desgostos, alegrias fugazes. São mistificadores habilidosos. Em alguns casos, Espíritos superiores os empregam, e, dessa forma, aos poucos, os Espíritos levianos vão se moralizando. Até que se moralizem, tais entidades gostam de se aproveitar de nossas esquisitices, das feridas de nosso ego, em sua, de nossa invigilância e impaciência.

Na Oitava classe, vemos os pseudo-sábios, que são Espíritos que possuem conhecimentos amplos, se comparados aos outros da Décima e Nona classe. Aparentam início da seriedade e solidez moral. Mas não passam de iludidos, ainda imersos no orgulho que teimam em abandonar.

Na Sétima classe, encontramos os Espíritos Neutros, que não moralizados o bastante para fazer o bem, também não espalham o mal. Não ultrapassam, aliás, a condição comum da Humanidade, seja em moral, seja em inteligência. São os apegados ao mundo.

Avançando pela Sexta classe, vemos aquelas entidades que são chamados de Espíritos batedores e perturbadores. Tais Espíritos podem se encaixar em todas as Classes da terceira Ordem. Geralmente se manifestam por pancadas, deslocamento de objetos, agitação do ar (que os antigos chamava de vento súbito). Geralmente são tutelado por Entidades superiores, quando julgam necessário a ocorrência de fenômenos visíveis para nós.

A Segunda Ordem está configurada pelos Bons Espíritos. Nesta Ordem, as Entidades acendem moralmente sobre a matéria, estando, portanto, mais adiantados na escalada evolutiva. Porém não estão ainda completamente desmaterializados, mantendo traços da existência corporal e forma de linguagem. Compreendendo Deus, sentem em seu íntimo a harmoniosa felicidade da paz dos Bons Servos de Deus. Essas Entidades inspiram os bons pensamentos, protegem a vida e bão apreciam nenhum sofrimento. Quando encarnados são bondosos com seus semelhantes, não sendo movidos pelo ego.

Entendemos que a Segunda Ordem é dividida em quatro classes:

Quinta classe – Espíritos benévolos. A bondade neles é dominante. São Espíritos mais moralizados do que intelectualizados. Na Quarta classe estão aqueles que são chamados Espíritos Sábios, possuindo vasto conhecimento eembora possuam vasto cabedal intelectual, ou científico, se preocupam em servir à criação, sem nunca deixarem dominar pelas paixões imperfeitas.

Prosseguimo pelo Espíritos ajustados na Terceira classe. São aqueles que possuem moral muito elevada, bem como capacidade intelectual. São os Espíritos de Sabedoria.

Os Espíritos Superiores são os componentes da Segunda classe. Entidades sublimes que conjugam intelectualidade e moralidade e são interessados em nosso progresso, já tendo vencido suas más tendências e reencarnando aqui somente para iluminar o mundo através de seu exemplo de amor.

A Primeira Ordem, composta por Espíritos Puros, é formada por Entidades que não sofrem nenhuma influência da matéria. São absolutos em moral e intelectualidade, se comparados a outros Espíritos das outras Ordens.

Nessa Ordem, há apenas uma classe, a Primeira. Não sofrem provas ou expiações e são os mensageiros e ministros de Deus. São os chamados anjos, arcanjos ou serafins e é possível comunicar-se com eles, porém tais Espíritos não apreciam sentimentos mesquinhos, preferindo sempre interlocuções elevadas. Não são ociosos, pelo contrário, coordenam legiões, ou falange, das demais Ordens objetivando o progresso.

Ressaltamos, como estudiosos da Doutrina de Jesus, a importância da intelectualização, mas percebemos nessa curta reflexão, que a moral é a base de nosso crescimento. Somos todos filhos do mesmo Criador e colhemos constantemente o que plantamos em nosso cotidiano. Fomos criados simples e ignorantes, mas como Jesus de Nazaré disse: “Seremos Deuses”.

Finalizamos que para galgarmos as classes dos Espírito, devemos seguir as recomendações de Emmanuel:

“instruir-se sempre!”
“Perdoar sempre”
“Amar sempre”

Um comentário:

  1. Uma dúvida surgiu. Podemos, segundo esses ensinamentos incluir Jesus nessa divisão na ordem dos Espíritos Puros- Classe Única, ou em uma classe mais elevada como dos
    espíritos Crísticos?

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