sábado, 15 de março de 2014

Intempéries



autor Thiago D. Trindade

Muitos reclamam de seus problemas, de suas provações. Se apegam as coisas mais ínfimas, esquecendo que tudo é transitório. Pensemos em Jesus. Ele era pobre, financeiramente falando. Suas sandálias eram, certamente, gastas e muito provavelmente andava descalço parte do tempo.
Seus pés, com toda certeza, eram castigados pelas pedras dos caminhos poeirentos pelos quais passava, e ainda sofriam com a temperatura escaldante dos dias. 

Nem por isso Jesus deixou de levar a Boa Nova. 

As vestes de Jesus eram simples e muito usadas, e pouco eram eficazes contra o vento quente e poeirento dos dias e do frio noturno. Ainda assim, o Cristo perseverou em sua Missão na Terra. Jesus não se intimidou com as intempéries, nem com os elementos da Natureza. Ele simplesmente prosseguiu, certo de que as dificuldades eram momentâneas. Poderíamos observar que era evidente que Jesus suportaria as privações, já que é o Governador deste planeta.

Mas e quanto aos discípulos? Tão pobres financeiramente quanto o Mestre. E mais, eram pobres de moralidade. Mas eram os pupilos do Nazareno guiados pela força da Fé em mudar a si mesmo e ao mundo. E, seguindo o exemplo de Jesus, venceram as intempéries que havia dentro de seus corações, tornando-se imunes as dificuldades da vida material. 

Devemos encontrar nas intempéries da Vida a oportunidade de crescermos, vencendo a nós mesmos no comodismo das imperfeições. 

Devemos abandonar a fogueira aconchegante para levarmos tochas de Esperança aos cantos mais escuros e frios de nossa alma e na dos outros. 

Devemos tocar no solo pedregoso descalços para podermos calçar pés ainda mais débeis do que os nossos. 

Devemos tirar nosso manto e pô-lo em corpos vacilantes e ignorantes no propósito de evoluir.
Não devemos fugir das intempéries, mas abraçá-las com a certeza de que só iremos crescer se compreendermos que elas existem para nos fazer evoluir.

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