terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ide e Pregai

Ide e Pregai

Autor Thiago D. Trindade


Muitas pessoas, apenas lendo o que disse o Cristo: “Ide e pregai”, saem por aí recitando os versículos bíblicos, certos de que estão fazendo um favor para a Humanidade, e garantindo para si um espaço no Reino dos Céus. Alguns chegam a “pregar” ao berros usando o medo como argumento para pseudo-evangelizar. Falando mais do Mal, a quem chamam de diabo, do que dos Ensinos de Jesus.

O Mestre Nazareno devia ser mais compreendido quando citou o “Ide e Pregai”. Seria um contrassenso pensar que Ele se referia apenas a falar descontroladamente o que se decorou nas Escrituras. Afinal, Jesus mais trabalhou do que falou. Caminhou, indo fraternalmente aos sofredores. Acolheu. Amparou. Ouviu as dores. Falou, é verdade, mas verbalizava enquanto trabalhava, justamente para mostrar o Caminho a ser seguido.

Com ações, pregou.

Se refletirmos, entenderemos que a doação de si era o dízimo que o Excelso Mestre se referia. E lá no Velho Testamento, a tal oferta não era dita como dinheiro, já que os hebreus eram pobres de ouro, que lhes era praticamente desnecessários, se comparados às cabras e ovelhas.

Doar-se é o dízimo!

A oferta que Deus quer de nós para nosso próprio benefício. O Bom Cristão não acumula ouro no céu, mas o ouro da paz de espírito que se obtém na Pátria Espiritual, após uma vida “Indo” onde fosse necessário e “Pregando” com ações aos irmãos igualmente aflitos.

Doar dinheiro não é importante? É, em parte.

Compra de mantimentos e roupas, pagamento de água e luz são itens importantíssimos para garantir o melhor socorro aos necessitados. Mas e quem iria carregar os mantimentos? Uma pessoa contratada não está fazendo Caridade. Para quê pagar conta de água e luz se as pessoas não se reúnem para preparar os mutirões de Caridade e estudar os Ensinos de Jesus, para então divulga-los aos aflitos da alma? Dessa forma, concluímos que a doação\captação de dinheiro é importante, embora não seja tudo!

Para quê Casas de Religião suntuosas, como jogos de luzes, colunas de mármore, detalhes em ouro, estacionamento para carros de luxo, integrantes com vestes requintadas, se estão vazias da Humildade do Cristo?

Aliás, os primeiros Cristão trabalhavam em cavernas, catacumbas, senzalas (a escravidão não começou no século 16, mas há milhares de anos) e em casas simples de madeira e barro.

A preocupação deles não era o local de Serviço, mas como Servir da melhor forma possível. Por isso é fácil de se reconhecer se a Casa de Religião é Cristã: se ela cria condições para o desenvolvimento Moral de seu adepto e se realiza a Caridade Moral e Material para qualquer pessoa seja quem for.

O Cristão, assim disse o Mestre, não será medido pela sua oferta financeira ou pela sua retórica, mas pela sua oferta de si para o próximo.

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