Ide e Pregai
Autor Thiago D. Trindade
Muitas pessoas, apenas lendo o
que disse o Cristo: “Ide e pregai”, saem por aí recitando os
versículos bíblicos, certos de que estão fazendo um favor para a
Humanidade, e garantindo para si um espaço no Reino dos Céus.
Alguns chegam a “pregar” ao berros usando o medo como argumento
para pseudo-evangelizar. Falando mais do Mal, a quem chamam de diabo,
do que dos Ensinos de Jesus.
O Mestre Nazareno devia ser mais
compreendido quando citou o “Ide e Pregai”. Seria um contrassenso
pensar que Ele se referia apenas a falar descontroladamente o que se
decorou nas Escrituras. Afinal, Jesus mais trabalhou do que falou.
Caminhou, indo fraternalmente aos sofredores. Acolheu. Amparou. Ouviu
as dores. Falou, é verdade, mas verbalizava enquanto trabalhava,
justamente para mostrar o Caminho a ser seguido.
Com ações, pregou.
Se refletirmos, entenderemos que
a doação de si era o dízimo que o Excelso Mestre se referia. E lá
no Velho Testamento, a tal oferta não era dita como dinheiro, já
que os hebreus eram pobres de ouro, que lhes era praticamente
desnecessários, se comparados às cabras e ovelhas.
Doar-se é o dízimo!
A oferta que Deus quer de nós
para nosso próprio benefício. O Bom Cristão não acumula ouro no
céu, mas o ouro da paz de espírito que se obtém na Pátria
Espiritual, após uma vida “Indo” onde fosse necessário e
“Pregando” com ações aos irmãos igualmente aflitos.
Doar dinheiro não é
importante? É, em parte.
Compra de mantimentos e roupas,
pagamento de água e luz são itens importantíssimos para garantir o
melhor socorro aos necessitados. Mas e quem iria carregar os
mantimentos? Uma pessoa contratada não está fazendo Caridade. Para
quê pagar conta de água e luz se as pessoas não se reúnem para
preparar os mutirões de Caridade e estudar os Ensinos de Jesus, para
então divulga-los aos aflitos da alma? Dessa forma, concluímos que
a doação\captação de dinheiro é importante, embora não seja
tudo!
Para quê Casas de Religião
suntuosas, como jogos de luzes, colunas de mármore, detalhes em
ouro, estacionamento para carros de luxo, integrantes com vestes
requintadas, se estão vazias da Humildade do Cristo?
Aliás, os primeiros Cristão
trabalhavam em cavernas, catacumbas, senzalas (a escravidão não
começou no século 16, mas há milhares de anos) e em casas simples
de madeira e barro.
A preocupação deles não era o
local de Serviço, mas como Servir da melhor forma possível. Por
isso é fácil de se reconhecer se a Casa de Religião é Cristã: se
ela cria condições para o desenvolvimento Moral de seu adepto e se
realiza a Caridade Moral e Material para qualquer pessoa seja quem
for.
O Cristão, assim disse o
Mestre, não será medido pela sua oferta financeira ou pela sua
retórica, mas pela sua oferta de si para o próximo.
Que reflexão deliciosa!
ResponderExcluirVou roubartilhar
Magnífico texto! Rubens Amaro
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