terça-feira, 6 de junho de 2017

Eis-me aqui!

Thiago D. Trindade

Muitos se preocupam em conhecer o que há no mundo espiritual, mas não se preocupam em conhecer a Moral do Cristo. Recorrem a livros, ou outras fontes, que narram detalhadamente o que há nas regiões de sofrimento e as ações das entidades que lá habitam. No entanto, rejeitam com enfado os dizeres simples de Jesus, que nos manda: não julgar, servir a todos sem distinção, perdoar incontáveis vezes...

Muitos tem posto o Evangelho de lado por achar que é insosso!

Essas fundamentais informações não são insossas para aqueles que tem boa vontade, empenho e fé em seus corações, que baseadas pela Razão, formam um grande farol, que ilumina não só a Terra-matéria, mas desde os abismos mais profundos de sofrimento até os planos mais elevados, mostrando a Jesus que mais um Filho de Deus está mais perto da Verdadeira Felicidade.

“Eis-me aqui!” bradou Ananias (Atos, 9:10) quando foi convocado por Jesus. Ananias, sabendo-se perseguido pelo mais perigoso dos caçadores de cristãos de seu tempo, não titubeou nem um pouco ante o chamado do Mestre. O heroico cristão não se desviou de sua missão, mesmo sabendo que não seria fácil.

Afinal, já não era tão jovem ou forte. Não era, Ananias, culto e nem contava com prestigiada rede de contatos ou recursos financeiros.

Ananias contava, porém, com boa vontade e uma fé inabalável. Por isso ele triunfou. O homem de Damasco triunfou sobre si mesmo em buscar a Moral do Cristo.

Diariamente, em várias ocasiões, Jesus nos convoca ao serviço. Aflitos de ambos os planos da Vida tropeçam em nosso caminho. E mais! Lembremos que também somos aflitos em busca de cura para nossas almas doloridas moralmente e, em alguns casos, materialmente. O que fazemos costumeiramente? “não o conheço, esse ou aquele”, ou ainda: “não gosto desse, não vou ajudar”. E viramos as costas.

Já pensamos se Ananias viesse a rejeitar o Serviço que o Cristo determinava a ele, que era socorrer o sanguinário Saulo de Tarso? Sem dúvida Saulo seria auxiliado por outra pessoa, esta verdadeira seguidora do Mestre Galileu. E a Ananias pesaria mais um débito bem pesado: a dívida chamada omissão.

A omissão acontece quanto temos certa informação e optamos por não usá-la. E justamente por conhecermos os Mandamentos de Jesus, que é Amar a Deus e ao próximo, não devemos ousar pô-los de lado e fingir que está tudo bem.

Quando afirmamos, lá atrás, que também somos aflitos, é porque nossa aflição só será diminuída mediante à consolação de outros aflitos. Isso quer dizer que mesmo que a salvação seja individual, ela depende dos elos de luz que forjamos servindo ao próximo. Ananias sabia disso e não temeu, pois quando se pôs ao serviço, fazendo sua parte, nada lhe faltou: a força física e a força espiritual.

Embora o terrível Saulo estivesse abaladíssimo com o surgimento do Cristo a ele (Atos, 9:4), certamente fora fundamental para que abraçasse Jesus, o carinho ofertado por Ananias, sua presa. Afinal, Saulo poderia ter acreditado que Cristo governava pela imposição, e, graças ao exemplo do perseguido de Damasco em atender fraternalmente seu perseguidor, o homem de Tarso despiu-se do Homem Velho.

Dessa forma, entendemos que Ananias fora fundamental para Saulo entender que o Amor Fraternal não distinguia rostos, nem mesmo de pessoas cruéis como ele próprio tinha sido.

Compreendemos ainda que Saulo havia sido fundamental para Ananias, pois o homem de Damasco não fugira de sua grande prova de elevação moral, quando o Cristo pôs nas suas calejadas mãos o maior dos perseguidores de sua época, demonstrando a ele a Caridade material, ao curar suas feridas físicas, e a Caridade Moral, não julgando as más ações de Saulo.

É tempo de nós arregaçarmos as mangas e abraçar o Serviço.

Quem de nós aqui, ao ouvir a convocação de Jesus pode dizer:


Eis-me aqui!




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