sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Breves reflexões acerca da educação dos filhos à luz do Evangelho e da Codificação Espírita


 Autor Thiago D. Trindade


Refletindo, em um primeiro momento sobre a importância do Evangelho, ou se preferirem, sobre a educação religiosa, devemos aceitar o fato de que o Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Sendo o Nazareno o Caminho, devemos adotar suas pegadas para assim atingirmos a Verdade, e, dessa forma, chegaremos à Verdadeira Vida, que é a Plenitude Espiritual.

Jesus, sendo nosso modelo, começa seus primeiros ensinamentos ainda na infância, se sujeitando – e ele é o Governador Espiritual de nosso mundo – a autoridade de José e Maria, demonstrando a importância da hierarquia familiar e respeitando as posições de tutelado e tutor.

Mais tarde, em seu Mandato de Amor entre nós, Jesus trouxe lições que nos orientam a proteger aqueles que estão indefesos, ou mais fracos física ou moralmente, assumindo uma postura, de grosso modo, paternal, em virtude das informações que nós temos e o outro não. As informações a respeito de fraternidade nos é uma responsabilidade. A educação religiosa, por conta disso, começa no lar, conforme trataremos mais adiante, e migra para a Casa Religiosa, onde pautada nos Ensinamentos Crísticos de Amar a Deus e ao próximo, encontramos diversas fontes de novas idéias e situações para fixar as informações evangélicas de forma construtiva, gradativa, participativa e de acordo com a fase específica que a pessoa esteja atravessando.

Portanto, tomemos a religião como segunda escola, que, consorciada com a primeira, a família, teremos por objetivo a formação moral do indivíduo, que por sua vez, estará municiado de condições para enfrentar suas provas e expiações.

Na Doutrina Espírita, encontramos um manancial de informações que revelam a responsabilidade de se formar um indivíduo. No Livro dos Espíritos, mais precisamente, nas questões 582 e 583, encontramos preciosas orientações acerca da missão da paternidade. Sabemos que somos imortais e fadados à perfeição, mas, no entanto, carecemos de desenvolvimento moral.

Nessas questões citadas, vemos um preocupado Kardec indagando a espiritualidade se a paternidade deve ser vista como uma missão, e mais adiante, o nobre pedagogo prossegue perguntando sobre as responsabilidade dos atos dos filhos. Ora, a Espiritualidade é direta. É claro que a paternidade é uma missão, uma confiança que Deus nos outorga em preparar moralmente um Espírito.  E caso esse Espírito tutelado cometa algum erro em virtude do nosso fracasso em educar, a responsabilidade é mais nossa do que do educando. Pode também acontecer o seguinte: nós fazemos de tudo para o crescimento moral do tutelado e ainda assim o tutelado escolhe mal. Nessa situação a responsabilidade do mau uso do livre arbítrio é dele e não do tutor.

Não é fácil educar um filho. Não com os desregramentos que a sociedade nos impõe. A solução, porém, consiste em uma única palavra: exemplo.

Jesus é perfeito, mas teve um pai exemplar.
Jesus é perfeito, mas teve uma mãe exemplar.

Por isso, devemos, não só adotar Jesus como modelo, mas também José e Maria, pois seu exemplo de dedicação à formação moral, precedeu o Mestre Nazareno.

A nosso tutelado, devemos sempre dar o exemplo, seja ele nosso filho carnal ou espiritual. Devemos, com nossa conduta sã, saber impor limites. Muitas vezes dizemos “não”, por ser esta também uma forma de Caridade, mas sempre devemos dar as devidas explicações para não criarmos em nossos filhos a perigosa curiosidade que nos desafia.

Devemos exercitar nossa paciência, humildade, fé e esperança e nossos filhos irão ver claramente isso. Façamos a nossa parte, com o Evangelho a embasar nossa conduta e com a Codificação Espírita a estabelecer nossos planos de ação, conferindo-nos a capacidade de adoção de abordagens pedagógicas específicas junto a nossas crianças.

Que nós possamos orar juntos com nossos filhos. A oração é uma ferramenta muito poderosa, que vem sendo posta de lado. O culto no lar deve ser feito em família, bem como em família deve ser o enfrentamento das dificuldades, para que nosso protegido, quando estiver na posição de “chefiar” um núcleo de encarnados, ele saiba o que fazer.

Sigamos, pois, o exemplo de José e Maria, que mesmo sabendo que seu filho era maior do que eles, ainda assim não se desviaram da tarefa de moldar um filho para o mundo.

No entanto, alguém pode considerar que muitos lares estão sendo desfeitos. Verdade. Mas não existe “ex-filho”. Existe filho e não importa onde os pais estejam, serão responsáveis pelos tutelados e a figura do padrasto ou madrasta não tira de ninguém a outorga conferida por Deus de ser responsável por um Espírito.

Nas relações onde um casal de homossexuais toma uma criança para criar, bem, a responsabilidade é a mesma e reconhecemos as famílias bem sucedidas são avaliadas pela sua conduta, o que já refletimos em outros textos. Aliás, embora não seja o tema central deste texto, informamos aqui que muitas crianças estão em abrigos, à espera da adoção, mas por preconceito, casais homossexuais, repleto de amor fraternal, são impedidos de simplesmente porem seus pés em muitos orfanatos. E assim a roda de rancor e miséria moral se estende.

Sigamos, pois, o exemplo de José e Maria, que mesmo sabendo que seu filho era maior do que eles, ainda assim não se desviaram da tarefa de moldar um filho para o mundo.



3 comentários:

  1. Belo texto! Os pais, em relação aos filhos, antes de tudo, estabelecem uma relação de amor. O amor é o maior exemplo a ser seguido e deixado por Jesus. Gostaria de sua autorização para distribuir esse artigo, com a justa citação da fonte, para os pais das crianças que frequentam a Evangelização Infantil, no Centro Espírita que trabalho, no primeiro dia de aula!
    Paz e luz!

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    1. Prezada Raquel, fique à vontade para divulgar o texto. Abraço fraterno!

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