quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Evangélico







autor Thiago D. Trindade

É curioso perceber, nos dias de hoje, que nos referirmos a determinados irmãos em Deus, de outro credo, chamando-os de evangélicos.

Os próprios, aliás, assim o fazem há poucos anos, certamente para se auto afirmarem, ainda que verbalmente, como seguidores do Cristo.

No entanto, em meio das ondas da vida terrena, se faz necessário algumas ponderações a respeito de como se identificar o seguidor do Nazareno. Igualmente, cabe ressaltar, que o Mestre Galileu não fundou religião alguma e isso é coisa nossa, ou seja, nós, os imperfeitos, que criamos todas as religiões sobre a Terra.

Vejamos, sucintamente, o que vislumbra cada uma das grandes – e profundamente Humanas – religiões que encontramos em nosso país.

Igreja Católica Apostólica Romana: A maior das Igrejas e uma das mais antigas (há ainda a Anglicana, Russa, Grega, Copta, etc.). Administrou politica e economicamente nações. Sua base é a Eucaristia e dela se obtém a salvação. Enfatiza o Velho e o Novo Testamento. Base Moral.

Protestantismo: Movimento iniciado por Martinho Lutero, que rompeu com a dominante ICAR, através do lançamento de 95 teses de discordância dos dogmas católicos. Sua base é a crença de que a aceitação de Jesus como Salvador é a chave para o Reino dos Céus. Enfatiza o Velho e o Novo Testamento. Base Moral.

Espiritismo “Kardecista”: Doutrina trazida à Terra pela Espiritualidade Superior e organizada por Allan Kardec, no século 19. Trata de Filosofia, Ciência e Religião, sendo pautada fortemente no Novo Testamento. Sua base é a crença de que fora da Caridade não há Salvação, e que o adepto deve se esforçar para vencer suas más tendências e não simplesmente contar com o Cristo para Salvá-lo. Base Moral.

Umbanda: Religião que surgiu no Brasil, no início do século 20. Sua definição é a manifestação do Espírito para a Caridade, sendo pautada fortemente no Novo Testamento e na Doutrina Espírita, priorizando alegorizas simplórias, mas de profundo senso moral, com integração da Natureza. Base Moral.

O que apresentamos acima é um pequeníssimo resumo, mas suficientemente claro, que nos impele à reflexão de que tipo de religiosos somos. O quão Cristãos somos, já que reconhecemos Jesus de Nazaré como Modelo e Guia.

E também por procurarmos ser Cristãos, devemos seguir Seu Evangelho, não no sentido de decorarmos os versículos bíblicos, mas estudando e praticando Seus Ensinamentos.

Eis algumas das considerações do Homem de Nazaré: Caridade – Dividir o que se tem (Lucas, 18:24 e 25; 21:2 e 3), Não julgar (João, 8:7-11; Tiago, 5:11 e 12), Perdoar incontáveis vezes e sem impor condições (Lucas, 17: 3 e 4), fazer-se o menor dentre os Servos para o nosso próximo (Marcos, 9: 35; Lucas: 9:48; 22: 26; João, 13: 12-17).

Jesus, adaptou os Dez Mandamentos, da seguinte forma, como percebemos logo acima. O Nazareno nos orienta a Amar a Deus e ao Próximo!

Em Marcos (9:41) encontramos a exortação do Cristo:

“Porquanto, aquele que vos der de beber um copo de água, em meu Nome, por que sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá seu galardão.”

É estéril debater com outro sobre qual religião é a melhor, se ela não faz seu adepto crescer na direção do Cristo. Uma religião “cristã” que prega a intolerância, o acúmulo de bens materiais não é algo que tenha por base Jesus Cristo, por que ele não nos ensinou isso. E é um total desconhecimento das Escrituras aludir ao Velho Testamento, que cita violências – massacres – contra os diferentes do “povo eleito”: julgamento (Êxodo, 18: 16), escravidão (Êxodo, 21:1-11; Números: 31:18), vingança (Números, 31:1-12, Jeremias 36: 3 e 7; 37:31), assassinato de crianças ( Números, 31: 17), promoção de ódio contra outro povo ( Números, 34: 52).

Deus, afinal, é “homem de guerra” (Êxodo, 15:3) ou Deus é Amor, conformo nos Ensinou e demonstrou Jesus?

Pensemos!

Jesus, em verdade, Tomou para si a responsabilidade do Velho Testamento e o revogou, outorgando-nos a Lei do Amor.

“Quando ele diz Nova torna antiquada a Primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer.”
(Hebreus, 8:13)

Chega de atirar pedras, escravizar, saquear, tomar, julgar!

Devemos, pois, em urgência evangelizar a nós mesmos, ou seja, nos desenvolvermos moralmente. Essa sim é a Quarta Revelação, uma vez que não significa que haverá somente o Protestantismo, a Igreja Católica, o Espiritismo ou a Umbanda, nem qualquer outra religião. Não haverá exclusividade para algo criado por seres imperfeitos. Haverá, sim, os Ensinos do Cristo, independente da designação religiosa.

“E nisto serão reconhecidos, por se amarem” “ que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.”
(João, 13: 34 e 35)


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