sexta-feira, 24 de abril de 2015

Uma Heroína chama Irena Sendler

Crédito integral do texto: http://www.forumavarzim.org.pt/conteudo/%C2%ABholocausto%C2%BB-irena-sendler

“ NAO SE PLANTAM SEMENTES de COMIDA.
PLANTAM-SE SEMENTES de BONDADE.
TRATEM de FAZER UM CIRCULO de BONDADE,
ESTE O RODEARÁ e FARÁ CRESCER MAIS e MAIS. ”
Irena Sendler
O pai, um médico que faleceu de tifo quando ela ainda era pequena, fez-lhe memorizar o seguinte: “AJUDE SEMPRE A QUEM SE ESTIVER A AFOGAR, SEM LEVAR em CONTA a SUA RELIGIAO ou NACIONALIDADE. AJUDAR CADA DIA ALGUEM, TEM de SER UMA NECESSIDADE QUE SAIA do CORACAO.”
Morreu Irena Sendler, a polaca que salvou 2.500 crianças judias
VARSÓVIA – 13 Maio 2008 — Uma das grandes heroínas polacas da Segunda Guerra Mundial, Irena Sendler, que salvou 2.500 crianças judias do gueto de Varsóvia, morreu aos 98 anos.
Heroína desconhecida fora da Polónia e apenas reconhecida no seu país por poucos historiadores, devido ao obscurantismo comunista que havia apagado a sua façanha dos livros de história oficiais, Irena nunca contou a ninguém sobre sua vida durante aqueles anos.Em 1999 a história começou a ser conhecida graças a um grupo de alunos de Kansas, através de um trabalho de conclusão de curso, sobre os Heróis do Holocausto. Na pesquisa encontraram poucas referências sobre IRENA mas com um dado surpreendente: salvou 2.500 vidas.
Como era possível não existir informação sobre uma pessoa assim? Mas a maior surpresa viria depois. Ao procurarem o túmulo de IRENA descobriram que este não existia, porque ela estava viva.
IRENA vivia efectivamente há anos, numa cadeira de rodas, em resultado das lesões produzidas pelas torturas infligidas pela Gestapo. Ela não se considerava uma heroína e jamais reivindicou crédito pelas suas acções: “Poderia ter feito mais”, dizia e completava: “Este lamento acompanhar-me-à até o dia de minha morte!”. Aos 97 anos residia num asilo, em Varsóvia, num quarto cercado de flores e cartões de agradecimento de sobreviventes, e de filhos destes, em sua honra.
O REENCONTRO…
Anos mais tarde, quando a sua história saiu num jornal com sua foto antiga, diversas pessoas entraram em contacto: “Lembro-me de seu rosto...”  “Sou um daqueles meninos, que lhe devo a minha vida, o meu futuro, e gostaria de vê-la!                
Eis a história da sua acção:
Quando a Alemanha invadiu a Polónia em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia, onde cuidava das refeições comunitárias. Desde o Outono de 1940, Irena Sendler assumiu riscos consideráveis para levar alimentos, roupas e remédios aos habitantes do gueto que os ocupantes nazis instalaram num quarteirão da capital. Em 4 km2, colocaram 500.000 pessoas.
Ao assisti-los, no Gueto de Varsóvia Irena, ficou horrorizada pelas condições de vida impostas aos seus moradores. Devido à falta de comida, muitos morreram de fome ou em decorrência de doenças.  Os outros ainda foram mandados para as câmaras de gás do campo de Treblinka.
No fim do Verão de 1942, ELA resolveu unir-se ao movimento de resistência Zegota (Conselho de Ajuda aos Judeus) criado por um grupo de resistência heróica antes de o exército nazi destruir completamente o quarteirão. Como os alemães receavam uma epidemia de tifo aceitavam a ajuda dos polacos para controlar a situação e deixavam-nos tomar conta do local. Irena contactava com as famílias oferecendo ajuda para levar filhos e netos com ela para fora do Gueto de Varsóvia.
Um dos momentos mais dolorosos de sua experiência; era obter a confiança dos pais e convencê-los a entregar-lhe seus filhos. Estes indagavam sempre: “Pode prometer que meu filho viverá?.....  E a única coisa que poderia dar como certa era a de que morreriam se permanecessem ali. O mais duro era o momento da separação.
Começou a tirá-los em ambulâncias como vítimas de tifo, e valia-se de todos os meios e de tudo o que estivesse ao seu alcance para os esconder e tira-los dali: cestas de lixo, sacos de batatas, malas, etc. Nas suas mãos, qualquer coisa se transformava numa via de escape. Conseguiu recrutar pelo menos uma pessoa de cada um dos dez centros do Departamento de Bem-estar Social. Com a ajuda dessas pessoas montou centros de documentação falsa, com assinaturas falsificadas, dando identidades temporárias às crianças judias. IRENE vivia os tempos de guerra pensando nos tempos da paz!
Era incansável. Queria que eles um dia pudessem recuperar os seus nomes verdadeiros, a sua identidade, as suas histórias pessoais e as suas famílias. Foi então que inventou um arquivo onde registava os nomes dos meninos com suas novas identidades. Anotava os dados em pedaços de papel que enterrava, dentro de potes de conserva, debaixo de uma macieira, no jardim do seu vizinho.
Algumas vezes, quando Irena e suas companheiras se dirigiam a estas famílias a fim de as persuadir a lhes entregarem os filhos, era informada que todos haviam já sido levados para os campos de extermínio. Cada vez que isso ocorria, ela lutava com mais força para as salvar. Quando caminhava pelas ruas do gueto, Sendler usava uma braçadeira com a Estrela de David, em solidariedade para com os judeus, e afim de não chamar a atenção.
Um dia os nazis acabaram por descobrir as suas actividades e levaram-na para a prisão. Quebraram-lhe os pés e as pernas, além de inúmeras torturas. Queriam que dissesse quem eram os seus colaboradores e os nomes das crianças que ajudara a salvar. Por não revelar absolutamente nada, em total silêncio, foi sentenciada à morte.
Irena era a única pessoa que sabia os nomes e onde se encontravam as famílias que abrigaram as crianças judias. A caminho de sua execução, o soldado que a levava deixou-a escapar. Embora oficialmente ela constasse nas listas dos executados, ela continuava viva, pois a resistência havia subornado o soldado, salvando a vida de Irena.
Mais tarde, ela mesma desenterraria os vidros com as anotações e tentaria unir os 2 500 meninos que colocara em famílias adoptivas, devolvendo-os às suas verdadeiras famílias. Infelizmente, a maioria tinha perdido seus pais e irmãos.
Saber mais sobre Irena Sendler
Quando tudo parece ruir, é preciso resistir agindo!
FAV - nov. 2013




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