segunda-feira, 16 de maio de 2016

Sobriedade



autor Thiago D. Trindade




Quando pensamos no termo “sobriedade”, nos remetemos logo ao hábito de ingerir bebida alcoólica ou outro entorpecente dos sentidos. Na verdade, sobriedade significa equilíbrio, sobretudo quando se refere a caráter emocional.

Paulo, quando em Tessalônica, faz alusão a sobriedade do Homem como base para seu Renascimento, que deve se revestir de uma couraça composta por Fé e Caridade, além do capacete de Esperança (Tessalonicenses 1, 5:8).

O equilíbrio interno é fundamental para aquele que busca a Reforma Íntima, ou seja, aquele que propõe a Caminhar na Estrada para a Perfeição.

Para o sofredor sair de seu doloroso estado, não precisa, necessáriamente de uma conhecimento sólido sobre o que precisa fazer. Deve equilibrar-se para poder meditar sobre seus passos vindouros.

Às vezes é preciso uma ajuda externa – a Caridade – mas é fundamental que a pessoa entenda que antes de tudo é necessário equilíbrio interior.

Passo a passo, com prudência e sem levar-se pelo entusiasmo, devemos meditar sobre o Plano Diretor que nos levará à Verdadeira Bonança.

Sobriedade requer esforço para resistir às tentações, e mais, aos fracassos.

Sobriedade é saber Perseverar, sobretudo, no seu padrão mental.

As palavras: Paciência, Humildade, Perseverança e Fé são “cimentadas” pelo Equilíbrio Mental e sem esse fator, podem acreditar, fica muito difícil sair do lugar sombrio em que nos encontramos.

Dissociar o Equilíbrio Mental, também conhecido como Padrão Vibratório, da Reforma Íntima é contra senso.

Paciência sem Equilíbrio Mental é impossível.
Humildade sem Equilíbrio Mental é impossível.
Perseverança sem Equilíbrio Mental é impossível.
Fé sem Equilíbrio Mental é impossível.

Um adendo a respeito da Fé:
Vemos pessoas desequilibradas, que são facilmente manipuladas, que são reconhecidas como “pessoas de fé” serem, na verdade, designadas como desequilibradas emocionalmente. Essas pessoas são denominadas, acertadamente, como fanáticas e não tem nada a ver com o real significado da Fé, que é calma, raciocinada, luminosa, ou seja, mentalmente equilibrada.

E voltando:
Na verdade, poucas pessoas podem afirmar que são sóbrias, e quem o é não alardeia por aí. Simplesmente se apresentam através de sua conduta Paciente, Humilde, Perseverante e cheia de Fé.

O verdadeiro sóbrio não se priva do mundo e de seus tons de cinza, mas se atém à moderação no rir, no falar, no ouvir, no pensar, no sentir.

Sem mordiscar a intoxicante imoralidade.
Sem ingerir o destilado do excesso fanático.
Sem o opiáceo do descaso.
Sem o brilho encantador dos prazeres desregrados.

Hoje em dia vemos alguns líderes religiosos afirmarem, aos gritos, que Jesus não bebia vinho. Que na transmutação da água em vinho, Ele bebeu suco de uva.

Para quê levantarem essa polêmica, ao invés de buscarem se aprofundar nos Ensinos Dele?

Mas, vamos lá.
Vinho é suco de uva fermentado!
Mesmo suco de uva contém um mínimo de teor alcoólico, após algum tempo de guardado.

E onde há, na Bíblia, a citação que Jesus bebeu suco de uva?

O vinho era muito mais fácil de conservar na pobre Palestina. Só os muito ricos possuíam câmaras frias para conservar os alimentos, dentre eles o tal suco e evitar que ele fermentasse transformando-se em vinho.

Há quem diga que Jesus não ia à festas, em total desconhecimento dos Registros.

A vida de Jesus não era insossa! Certamente, como nós, o Mestre devia apreciar uma bela conversa, ouvir com gosto uma melodia, e até mesmo cantar as belezas da vida! Como alguém ousa apregoar que a vida do Carpinteiro era um tom monocórdio?

Contra senso brutal.

É possível imaginar o Excelso Amigo abraçando as criancinhas que se agarravam em suas pernas com carranca de enfado? Ou que ele, sem qualquer traço emocional passasse pelos anciões, sem qualquer gesto de afeição pelos que estavam no inverno da matéria?

Eu não consigo! E você, consegue imaginar um absurdo desse?

Sem falar que o Mestre, na Última Ceia, dividiu o pão e o vinho com os Discípulos, ou seja, especifica-se que Ele também guardou para si uma porção dos alimentos e os ingeriu e não os distribuiu meramente.

E a passagem, grafada por Lucas (7: 34) que cita diretamente, onde Jesus comenta o tom pejorativo com que os fariseus se referiam a ele:

“Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores.”

Jesus participava ativamente da cultura do Povo de onde nascera. Nunca deixou de ser judeu, nem de vivenciar seus costumes. A Boa Nova era, e é, tão soberbamente bem fundamentada que abarcava, abarca e abarcará todas as culturas.

Jesus era, por exemplos e palavras, um moderado. O próprio Bom Senso. Era Ele sóbrio e seu Equilíbrio era a base de sua sustentação como Filho de Deus.

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