sábado, 25 de julho de 2015

Conversando sobre Reencarnação



autor Thiago D. Trindade


Em primeiro momento, ressaltamos ser um tema assaz profundo, ficando o incentivo à pesquisas e outras reflexões.

Foi o professor Allan Kardec, no luminoso século 19, quem cunhou a expressão “reencarnação”. Antes disso, os povos antigos se referiam a “nascer de novo” a nova vida na Terra.

Todos nós aqui sabemos, o livro de Mateus, que Jesus falava a Tiago, João e Pedro sobre João Batista como reencarnação de Elias, o profeta. Na própria bíblia há outros relatos sobre manifestação mediúnica e reencarnação, como a conversa entre o espírito Samuel e o rei Saul, no livro de Samuel, e, o diálogo de Jesus com Nicodemos e o tal “nascer de novo”.

Concentraremos, nesse momento, apenas a tecla da reencarnação.

Mas, reencarnação é bem compreendida por nós? Nem tanto ainda. Reencarnação é um gesto de Amor de Deus. Reencarnação é a oportunidade de crescimento através do esforço em quitar dívidas ou para o auxílio de alguém.

No caso de pagamento de dívidas, vemos no livro Loucura e Obsessão, da editora a Federação Espírita Brasileira, de Divaldo Franco e do espírito Manoel Philomeno, que se passa em um terreiro de Umbanda, vemos um espírito encarnado que é atormentado por ver-se em um corpo que não correspondia ao seu psiquismo. Ajudado pelo Benemérito Bezerra de Menezes e pela preta velha Emerencina, o jovem e sua família são instruídos através da Moralização cristã, que lhes daria forças para a vitória de suas más tendências, conforme está assinalado no capítulo 17 do Evangelho Segundo o Espiritismo.

No caso da reencarnação em benefício de alguém, temos o caso do espírito Laura, no livro Nosso Lar, de Francisco Candido Xavier e do espírito André Luiz, onde vemos a amorável senhora reencarnar para auxiliar o antigo esposo, mais atrasado evolutivamente.

Em ambos os casos, caímos na situação familiar, onde vemos espíritos compromissados uns com os outros, tendo por meta a evolução moral, e, tomando o Cristo por Caminho, Verdade e Vida. Lembremos ainda que nossa verdadeira família é a Humanidade, conforme o Cristo exorta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”.

Então, alguém pode pensar: é fácil reencarnar. Não! Está cada vez mais difícil, por conta da modificação vibratória do planeta, que está saindo de um mundo de expiações e provas para um mundo de regeneração, onde o mal é em menor escala.

Também é necessário que entendamos como ocorre a reencarnação, em termos espirituais.

A primeira forma de reencarnarmos, é compulsória, onde o espírito endurecido pode não querer reencarnar, ou ainda não consegue compreender seu eventual estado de sofrimento. Alguns destes, assim que saem das zonas umbralinas, necessitam de reencarne imediato para evitar sofrimento desnecessário, que é planejado unicamente por espíritos mais elevados que podem ter ou não alguma ligação mais estreita com o reencarnante sofredor. Com isso lembramos da Justiça Divina, que nunca nos permite carregar além de nossa conta, não é? Ainda sobre essa situação, percebemos claramente que o véu do esquecimento é uma benção, evitando em muitos casos a loucura, que irá atrasar ainda mais a evolução do espírito. Infelizmente, há pessoas que se dedicam a descobrirem que foram em vidas passadas, chegando a conhecer uma pequena fração de determinada reencarnação, chegando a e aproximar da loucura ao se descobrirem carrascos, violadores cruéis daqueles que hoje são parentes. A culpa os consome de tal forma, que em alguns desses casos, tratamentos de ordem material e espiritual. Se queimaram brincando com fogo.

O segundo caso é quando o espírito, mais evoluído moralmente, ou não, mas consciente de sua obrigação em vencer suas más tendências, programa sua futura reencarnação, ou seja, avaliando conjuntamente com espíritos mais evoluídos, traçam um plano de metas do que é possível ser realizado e deixando outras “contas a pagar” para reencarnações posteriores. Por isso não devemos nunca adiar nosso compromisso de evolução moral.

É bom lembrar que a mediunidade, por exemplo, e na maioria das vezes, é um recurso da Providência Divina para quitação de dívidas morais.

E entre uma reencarnação e outra, já que somos portadores de um único e indivisível espírito, sendo possuidores de incontáveis corpos de matéria, o que fazemos? Nós flutuamos sobre as nuvens? Nem perto disso.

Conforme registram André Luiz, Bezerra de Menezes, Emmanuel e tantos outros, no período em que permanecemos na erraticidade, ou Plano Espiritual, de forma consciente e clara, reavaliamos nossas ações na Terra, vislumbrando o resultado de nosso livre arbítrio. Também trabalhamos e estudamos muito, embora pese mais nossas realizações quando encarnados, pois como assevera Jesus: “ficarão aqui até pagarem o último centavo de suas dívidas”.  

Esse entendimento explica aquelas crianças que tocam lindamente instrumentos musicais complexos, ou as que tem espantosa facilidade com idiomas e novíssimas tecnologias. No livro A Vida Além do Véu, editorado pela Federação Espírita Brasileira, e escrita por um pastor protestante em 1913, conhecemos várias escolas em determinada esfera espiritual.

Infelizmente, muitos encarnados não aceitam a separação de entes queridos, tomando por situação permanente. E passam a obsediar os desencarnados, levando a todos ao desespero. A todos os desencarnados devemos levar sentimentos de carinho, de amor!

É da Lei de Deus que ninguém irá ficar para trás na Criação, logo todos ficaremos juntos na Verdadeira Felicidade. Poderemos nos reencontrar com nossos amados desencarnados nos sonhos, nas preces, quando nos desencarnamos também, nas doces lembranças, e, mais, quando podemos ter a possibilidade, pelas vias da reencarnação, de segurar um ente amado em nossas mãos, ainda que envelhecidas e cheias de amor.

O que nos importa é simplesmente amar, quem quer que seja, encarnado ou não, e quebrando os laços de dor e sofrimento, que muitas vezes são chamados de obsessão.

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