segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O Terceiro Céu de Paulo





autor Thiago D. Trindade





Em suas inúmeras, e preciosas, cartas, Paulo de Tarso, narra fato interessante, que verificamos ao ler em sua 2ª Carta aos Corintios (12:2):

“Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu, se no corpo ou fora do corpo não sei, Deus o sabe.”

Esse versículo, encontrado por nós em nossos estudos, é mais um indício de “noções” de Espiritismo que encontramos na Bíblia. Em algumas religiões, como o Protestantismo, a Igreja Católica Apostólica Romana, e outras, percebemos seus adeptos acreditam que o Céu é único. E considerando ainda que Céu é uma oposição ao Inferno, assim chamados por eles, enquanto nós chamamos simplesmente de Pátria Espiritual.

Uma vez apresentado o referido versículo, muitos, senão todos os 47 entrevistados, se mostraram perplexos, alegando total desconhecimento desta informação de Paulo de Tarso.

Para quem Estuda a Doutrina Espírita, percebe-se em vários momentos da Bíblia, conteúdos explicados na Codificação, bem como em livros a ela associadas como, por exemplo, as obras do Espírito André Luiz, que narra a Espiritualidade sendo dividida em níveis vibratórios, ou, se preferir o leitor amigo, em níveis de evolução moral.

O Espírito André Luiz, no livro “Nosso Lar” e em “Os Mensageiros”, ambos publicados pela FEB, através da formidável mediunidade de Francisco C. Xavier, cita que a Colônia Espiritual fica em região próxima à Terra, e inserida nas zonas umbralinas, a despeito de sua modernidade e possuir habitantes relativamente moralizados. Já no Posto Avançado “Campo da Paz”, se encontra assentada em região umbralina de vibração mais pesada. O que o autor espiritual apresenta, em contrapartida, é que existem estâncias espirituais mais evoluídas, fora das zonas umbralinas, onde ele mesmo, à época, não podia sequer conceber ou conhece, sendo um desses locais a morada de sua antiga mãe terrena.

Para muitos espíritas, Nosso Lar, dentre outras cidades espirituais, é um lugar idílico, com informações enriquecedoras e avançado grau tecnológico. E, no entanto, está no Umbral da Terra, um planeta de Expiações e Provas. À medida que evoluímos moralmente, outros planos vibratórios se descortinam e novas revelações nos são dadas.

Daí, a fala do Apóstolo dos Gentios, no versículo seguinte (12:4), que assevera:
“foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.”

Certamente, o tal amigo de Paulo, tinha um vulto moral assombroso, afinal se o ex-fariseu tinha grandiosa luz dentro de si, e ainda destinado a nobre Missão do Evangelho, o que pensar desse inominado senhor? Consideremos o seguinte:
a)      Talvez esse homem sem nome fosse o próprio Apóstolo a ver esse “terceiro céu” e que, por humildade extrema, creditou a um fictício homem que lhe era amigo e sem nome. Lembremos ainda que as cartas paulinas são altamente detalhadas e um nome de amigo não seria esquecido por Paulo;
b)      O acontecido teria sobrecaído a algum Seareiro do Cristo silencioso, que muito fez em ações, mas pouco falou ou escreveu, bem a exemplo de Jesus.

Na verdade, não importa o nome da pessoa que foi até o terceiro céu e ouviu coisas maravilhosas. Importa é que se comprova mais uma vez na Bíblia, um dos pilares do Espiritismo: o da Pluradidade de Mundos e, se Paulo estava incerto se o “viajante” estava desdobrado ou não em seu perispírito, nós temos a certeza de que o médium sem nome deixara o corpo físico. Tal afirmativa se dá a inúmeros relatos, séculos depois, em nosso tempo, de pessoas que perambulam no Plano Espiritual, em diversos subplanos vibratórios.

Quem tem alguma noção de Espiritismo irá afirmar: “ontem à noite fui  a uma estância de paz, onde aprendi ou ajudei.” Ou então afirmará: “fui a um lugar ruim, acho que estive no Umbral...”

Quem não tem noção de Espiritismo irá dizer: “tive um sonho, parece que fui ao Céu, via anjos e me sinto abençoado.” Ou, em caso oposto: “Fui ao inferno, que pesadelo! Vi demônios e estou angustiado!”

Iremos, sempre, usar expressões e as associações que conhecemos para explicar o fenômeno mediúnico vivido. A maior lição que temos nesse estudo em tela é que devemos sempre buscar melhorar -  manter – nossa sintonia de forma saudável, pois dessa forma nos aproximamos da Divindade. E, quando tivermos de ir às zonas umbralinas, tenhamos a verdade de que lá iremos para aprender e a ajudar, ao invés de estacionarmos nessas esferas dementadas por nossas viciações.

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