“Nunca estamos sós no Caminho. Conosco vai quem convidamos. Que seja sempre Jesus” Espírito Joaquim
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
sábado, 20 de agosto de 2016
Samaritano
autor Thiago D. Trindade
Certo dia, um
homem sem rosto, sem nome, sem sabermos se era pobre ou rico, judeu ou
gentio,saiu de Jerusalém para Jericó. O tal homem acabou assaltado e, por
alguma razão, foi gravemente ferido. Não sabemos se o viajante tentou reagir,
ou se ele reconheceu alguns dos assaltantes.
Deixado para
morrer, o viajante sem nome ficou estirado ao chão poeirento do canto mais
pobre do Império Romano.
Veio então um
sacerdote, um membro da elite judaica, um pilar da sociedade, pois cabia a essa
classe de cidadãos a guarda das tradições, da religiosidade. Para o povo, os
sacerdotes eram os representantes de Deus! E o tal nobre passou pelo homem
ferido e seguiu seu caminho.
Mais tarde, um
levita chegou pela estrada. Os levitas também tinham sua vida em volta do
templo. Os levitas eram os auxiliares dos sacerdotes, servindo como guardas,
padeiros, pintores, cuidadores dos animais, etc. Esses cidadãos tinham o mesmo
compromisso que os sacerdotes em zelar pela manutenção das tradições, e dentro
dessa premissa, estava a religião. E o levita passou pelo homem ferido e
continuou seu caminho.
Depois, veio um
homem. Não se sabe se veio de Jericó ou Jerusalém. Ele apenas surgiu. Mas
sabe-se que veio da Samaria, uma região mal vista pelos hebreus desde a morte
do Rei Salomão. Inclusive, os povos da Judéia, Peréia e Galiléia, afirmavam que
os samaritanos não eram parentes, alegando que esse povo deturpara as tradições
em algum momento da história local. Esse homem discriminado, sem rosto, sem
condição social definida, viu o viajante caído e foi até ele. O homem caído foi
resgatado por outro, marginalizado por muitos.
O samaritano
limpou as feridas com óleo e vinho, que aliás eram os medicamentos
antissepticos usados à época, e um bem muito valioso para os oprimidos pelos
romanos. Corajosamente, o filho de Samaria levou o desconhecido a uma estalagem
e pagou para que cuidassem do homem que jamais vira em sua vida.
Que lição
poderosa essa!
Essa lição, ou
parábola, está no livro de Lucas (10: 25 até 37). Jesus proferiu essa parábola
a um doutor da lei, que indagou ao Nazareno como ele deveria proceder para
alcançar a vida eterna, ou seja, o Reino de Deus.
Mas será que
esta parábola se adéqua ainda aos dias de hoje?
Que papel
desempenhamos? O sacerdote? O levita? O samaritano, talvez? Ou a do estropiado?
Bem, conhecemos
a Lei do Amor, que nos manda amar a Deus, amar o próximo. Sabemos que o perdão
é a chave para a evolução, pois perdoar é o mais gesto de amor. Os sacerdotes
eram os responsáveis por zelar pelos Ensinamentos de Deus. Nós somos como os
sacerdotes. E fazemos como os sacerdotes da parábola quando nos levamos pelo
rancor, inveja, ciúme, vingança, deixando ao relento algum irmão tão ou mais
carente do que nós.
Temos um templo
externo para manter, como os levitas. O maior templo é o lar e o segundo é a
Casa Religiosa. O lar, santuário doméstico, muitas vezes é conspurcado pela
intolerância e tirania, enquanto ao templo religioso é espaço para frieza,
soberba e discriminação contra aqueles que pensam diferente do outro. E
abandonamos à própria sorte nossos familiares, nossa grande obrigação, e aos
confrades jogados à triste cisão.
Podemos também
agir como o samaritano. Ajudar o caído com ações e palavras. Podemos limpar as
chagas abertas com o óleo da misericórdia e lavar as feridas com o vinho do
amor fraternal. Discretamente podemos acalentar um espírito em sofrimento.
Mas e quanto ao
estropiado? Esquecemos dele? Somos, certamente, estropiados morais. Somos
tomados por viciações variadas, tais como o rancor, a inveja, o ciúme e por aí
vai. E ficamos estirados ao chão poeirento e duro da existência que impomos a
nós mesmos, se recusando a levantar em nosso benefício.
Somos, em
verdade, esses quatro personagens da parábola dita por Jesus. Temos que vencer
o sacerdote e o levita em nós. Temos que robustecer o samaritano com a fé e a
caridade que irão nos impulsionar para o Alto. Temos que nos reconhecer estropiados
morais para aceitar, de fato o tratamento ofertado por algum samaritano que o
Caminho trouxe até nós. Desta forma, alternamos o samaritano e o estropiado e
assim iremos fortalecer o primeiro e curar o segundo, até que por fim,
repitamos, com pureza e verdade, a fala de Paulo de Tarso: “travei o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (II
Timóteo) que faz alusão direta em vencer as próprias viciações, se aproximando,
ainda que um pouquinho, da angelitude.
Os Samaritanos
(com “S” maiúsculo mesmo) estão por aí, nas ruas frias, nos hospitais, nas
favelas. Não escolhem lugares luminosos, sob muitos olhares e não negociam suas
ações. Tanto encarnados quanto desencarnados, tais servidores do Cristo, tal
como o homem sem rosto da parábola, são discretos e longe da perfeição. São
pessoas comuns que, no esforço de vencerem suas más tendências, criam condições
de melhoria material e moral de terceiros que muitas vezes não conhecem. Tais
Samaritanos, o verdadeiros, não esperam agradecimentos e quase sempre são
incompreendidos por aqueles que o cercam. Mas seus tímidos sorrisos de
esperança brotam quando um olhar de gratidão pelo amparo é dirigido a eles.
Que nós
estudemos mais a parábola do Samaritano, e mais, que possamos seguir seu
exemplo, lembrando sempre que o maior Samaritano de todos é Jesus de Nazaré
terça-feira, 16 de agosto de 2016
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
Igualdade
Autor Thiago D. Trindade
A lucidez do
professor Allan Kardec, foi realmente impressionante. Incumbido de organizar,
na Terra, a Doutrina dos Espíritos, determinada por Jesus, o Codificador se viu
às voltas com uma série de questionamentos morais e científicos, que
gradualmente foram elucidados por nobres Espíritos, como Fénelon, Santo
Agostinho, São Luis e outros valorosos irmãos espirituais. Dessa forma,
chegamos a Codificação Espírita, cujos pilares são o Evangelho Segundo o
Espiritismo, Livro dos Médiuns, Livro dos Espíritos, Gênese e Céu e Inferno. Há
outros, é verdade, mas esses são a base da Doutrina, o início do desvendar do
véu.
Mas, por que
dissertar, ainda que muito brevemente, sobre fundamentos do Espiritismo?
Simples. A resposta é a igualdade de todos perante à Criação. Igualdade perante
a Lei do Progresso, a Lei da Ação e Reação, em suma, a Lei do Amor.
Kardec, muito
preocupado com a posição da Humanidade, com seus dramas e alegrias, no capítulo
10, da terceira parte, na questão 803, pergunta se perante Deus os homens são
iguais. A resposta, claro, é positiva e a Espiritualidade ainda cita uma frase
muito comum a nossos ouvidos: “O sol brilha para todos”.
O sábio lionês
observa que todos nós estamos sujeitos às mesmas Leis da Natureza. Ou seja,
ninguém é privilegiado. Nem mesmo Jesus, que foi criado simples e ignorante há
incalculáveis anos, e hoje é o Governador Espiritual da Terra.
E falando no
mestre, há mais de 2 mil anos, Jesus alardeava que éramos todos iguais. E
iguais a Ele. Vejamos:
Quando Maria,
sua mãe, e seus irmãos, procuraram por Jesus em Betânia, o Carpinteiro estava
em pleno serviço fraterno. E Jesus respondeu a seus discípulos que o alertaram
da chegada da bondosa mulher: “Quem é
minha mãe e quem são meus irmãos?!”
Sem dúvida, essa
frase fora dita pelo Mestre com energia, e o choque que seus discípulos
sentiram certamente os fez pensar sobre a verdadeira família, aos olhos de
Deus.
E outras frases
Jesus disse, todas profundas verdades que repetimos, mas não praticamos como
devemos. Ei-las:
“Meus discípulos serão reconhecidos por
muito se amarem.”
“Amar o próximo como a ti mesmo.”
Mas o que essas
duas frases, que estão aí em cima, tem a ver com a igualdade preconizada por
Kardec?
A verdade é que
estamos todos no mesmo barco. Na grande família universal, temos a obrigação de
compreender as imperfeições dos outros, sem esperar que compreendam nossas
próprias imperfeições. E se o irmão não quiser compreender nossas imperfeições?
A resposta esta com Jesus:
“Pai, perdoa-os, pois não sabem o que
fazem.”
Voltemos, agora,
à resposta obtida por Kardec, lá na questão 803, onde faz referência ao sol
brilhar para todos. O sol, grandioso astro, derrama sua luz para todo o mundo
de forma igual. Falando em termos espirituais, Jesus é o nosso sol moral. A luz
que ilumina o Caminho, que nos leva à Verdade, que nos direciona a Vida.
O problema é que
alguns de nós usam o livre arbítrio para nublar o sol do Cristo que há dentro
de cada um de nós. Escondem o sol do Cristo com rancor, inveja, cobiça e
vingança. E se não há sol, como as flores da virtude irão crescer dentro de
nós? Como, sem Cristo, seremos felizes?
Se na soprarmos
ventos de fraternidade, de perdão, de fé
esperança, como deixaremos nossas dores para trás?
Entendamos isso,
de nada nos vale conhecer todas as vírgulas da Codificação Espírita, os livros
do Evangelho se nós não arregaçarmos as mangas e trabalharmos em prol do nosso
próprio desenvolvimento.
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