quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Da intervenção dos espíritos no mundo corporal





Autor Thiago D. Trindade

Iremos trocar algumas impressões acerca do capítulo 9, do Livro dos Espíritos, que leva o nome desta mesma modesta reflexão. No entanto, concentraremos, a princípio, nossa prosa entre as questões 456 e 465.

Iniciamos nossa reflexão pela clássica pergunta, que permeia a Humanidade há milhares de anos: “Podem os espíritos ver tudo o que fazemos?”. Sim, podemos responder rapidamente. Paulo de Tarso, em suas cartas, afirma categoricamente que somos observados por uma multidão de testemunhas.

Mas quem nos observa? Eis uma instigante pergunta.

Todo o tipo de espírito observa nossos mais ínfimos atos e até pensamentos. Aqueles que são mais evoluídos do que nós, estando a nos inspirar e a amparar em nossa jornada. Incluímos aqueles espíritos, também, que possuem padrão evolutivo similar ao nosso, tentando aprender e a ajudar como podem. E não nos esqueçamos daqueles espíritos menos evoluídos moralmente do que nós. E cabe-nos, não só por palavras, mas sobretudo por ações, mostrar a esses irmãos o caminho luminoso da Moral do Cristo.

E, todos esses espíritos, não nos enganemos, conhecem os nossos mais íntimos pensamentos. Falando, rapidamente, com termos jurídicos, temos nossa consciência por juiz e essa imensidade de testemunhas para ratificar a verdade em nossas ações. Mais adiante, neste importantíssimo Livro, na questão 459, descobrimos que somos bombardeados pela influência dos espíritos. Tanto para o Bem, como aquelas idéias de última hora, verdadeiramente salvadoras, como aquelas ruins que nos podem levar a autodestruição.
Alguém poderia afirmar, baseado com o que citei acima: “ Ora, uai, não temos vontade própria? Não temos Livre Arbítrio?”. Temos sim. E não perdemos nenhum pouco de nossa responsabilidade evolutiva quando somos bombardeados pelos pensamentos dos espíritos. Embora os nossos pensamentos se misturem com os dos espíritos, sempre, repito, sempre, teremos os primeiros pensamentos como nossos. Se o pensamento é bom ou ruim, o mérito é nosso.

Pois bem, outro confrade pode articular: “Mas como identificar se o pensamento é oriundo de um espírito bom ou mau?”. Mais uma vez, Paulo de Tarso orienta: “ Examinai tudo e retenha o que lhe convém.”

Se nós, diante de qualquer situação da vida, nos tornássemos mais cuidadosos, mais analistas, evitaríamos muitos problemas. Prudência, em verdade, é uma virtude que começa no pensamento. Vemos muitas histórias tristes por aí que começaram na tal afobação ou melhor, na não reflexão. Pequenos dramas que se tornam tormentos capazes de se arrastar por séculos.

Jesus, Excelso Mestre, com sua simplicidade monumental afirmou sucintamente: “Vigiai e Orai”. Geralmente falamos ao contrário “Orai e Vigiai””, mas é melhor para nós a vigilância sobre tudo que nos cerca, pois assim temos a chance de refletir e, em oração nos sintonizar com aqueles que nos querem ver crescer verdadeiramente na direção da ainda incompreendida Felicidade. E, na base do arrastamento, levamos através de nossa ação bem refletida, algum irmão menos evoluído moralmente.

Por isso que nas instruções acerca d Moral do cristo, os guias espirituais, orientam a perdoarem os ofensores. É necessário quebrar o ciclo de rancor e vingança, comodismo e culpa. Em quase todos os casos de obsessão, aliás, há forte conexão mental entre os envolvidos. Vejamos alguns exemplos que temos na literatura Espírita já consagrada:
1 - No Livro Loucura e Obsessão, encontramos uma triste trama, capitaneada pela conexão entres espíritos sofredores encarnados como tio e sobrinho, que eram bombardeados por espíritos que buscavam vingança. Coube a uma Preta Velha e ao Benemérito Bezerra de Menezes a elucidação do caso, através da prática do perdão e do entendimento de que as dores são necessárias para o burilamento do espírito.
2 – Na linda obra Recordações da Mediunidade, vemos a inesquecível Yvonne Pereira, ainda encarnada, porém em desdobramento, sugestionar ao espírito Pedro que mudasse as suas ações e aceitasse o auxílio salutar do espírito José, e dessa forma deixasse de obsediar um homem.

Reparamos agora, nessa altura da prosa em que estamos, que aprofundamos, um pouco, aquela pergunta formulada pelo velho mestre lionês, a pergunta 464, que versa sobre como discernir se o pensamento é bom ou mau e a 459, que busca conhecimentos sobre o tal bombardeio de pensamentos. Afinal, falamos de influência entre desencarnados e encarnados, e, finalmente, entre encarnados e desencarnados.

Tudo depende, da sua, da minha, da nossa sintonia. Nossa força mental, a maior potência que Deus nos deu deve ser melhor conduzida, uma vez que ela pode edificar ou destruir, curar u adoecer. Nossa força mental, bem usada pode construir em nós o céu, mas, se mal usada, criará o inferno dentro de nós.
E como descobrir como usar melhor nossa força mental? É usando nossa força mental sempre pautada pela Moral do Cristo.







Nenhum comentário:

Postar um comentário