Um comercial tailandês que muito faz pensar sobre oportunidades perdidas e o remorso.
“Nunca estamos sós no Caminho. Conosco vai quem convidamos. Que seja sempre Jesus” Espírito Joaquim
domingo, 30 de agosto de 2015
Vídeo - A cegueira e o remorso
Um comercial tailandês que muito faz pensar sobre oportunidades perdidas e o remorso.
sábado, 29 de agosto de 2015
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Um simples gesto de Amor
Autor Thiago D. Trindade
O Amor é a base de toda a
Doutrina de Jesus. Uma pequena palavra, com 4 letras reunidas, mas que tem
profundo significado. Algumas vezes essa palavra é usada atos menos nobres, é
bem verdade. No capítulo 12 do Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado Amem
seus inimigos, a Espiritualidade, coordenada por Jesus, explica que não devemos
direcionar sentimentos baixos a nossos irmãos com quem temos desavenças
momentâneas, sejam encarnados ou não.
Devemos, na verdade, endereçar,
pela força do pensamento e por gestos, vibrações de apaziguamento. Não devemos
direcionar vibrações de animosidade, ódio, rancor, vingança, etc. esta, de
fato, é a primeira Caridade que é feita com o pretenso inimigo. Um gesto de
Amor fraternal!
Paulo de Tarso afirma que ainda
que falasse a língua do Anjos, se não tivesse Amor, nada seria, conforme vemos
em sua espetacular Carta aos Coríntios. Zaqueu, por sua vez, olhava sua Casa de
Auxílio em chamas, certo que sua persistência na mansidão, somada ao contínuo trabalho
de Amor iria vencer a ignorância dos que destruíam sua obra material e que
contribuíam para o brilho da obra espiritual do antigo publicano.
Nós já fomos apedrejados com toda
a sorte de ofensas. Mas também apedrejamos, não é?! Tenhamos em mente que todos
os problemas que temos são em decorrência de nossas más ações nesta ou em outra
vida.
É hora de quebrarmos esse ciclo
de tristeza, de acusação e de rancor.
Temos que aprender a Amar. Amar é
Perdoar incontáveis vezes. Amar é ser Paciente. Amar é entender que muitas
vezes nosso irmão ainda não tem a Luz do Evangelho dentro de si, nos cabendo a
missão de semear as Luzes do Cristo por toda a nossa volta através do exemplo e
do estudo sério.
Não é algo fácil, mas precisamos
fazer, se queremos, de fato, nos livrar dos problemas, de nossas dores morais.
Amar sempre! Assevera Emmanuel,
com seu vigor característico, sempre que Chico, era espancado por toda sorte de
ofensas.
Amar sempre, praticou André Luis
quando encontrou seu próprio pai nas regiões umbralinas, em puro sofrimento e
rancor, conseguindo, com a ajuda de sua mãe, por fim ajudar o homem que em vida
fora um tirano.
O Amor vence tudo. Dá força a uma
mãe visitar o filho em uma tenebrosa prisão.
O Amor Verdadeiro ilumina as
estradas mais escuras da existência humana.
Não Amou verdadeiramente
Francisco de Assis? Tereza de Calcutá não Amou?
Eles não eram diferentes de nós
quando resolveram tomar o Caminho do Cristo. Se são diferentes de nós agora, ou
seja, mais evoluídos moralmente, é porque se comprometeram verdadeiramente com
o Cristo e venceram.
Essa nossa conversa sobre Ampor,
que serve para todos nós, é para nos estimular a deixar de procurar culpados e
procurar, de fato, evoluir.
Eis uma receita:
Vitamina de Amor:
1 cumbuca de
Paciência,
1 colher de
Perseverança,
3 xícaras de
Humildade,
1 pitada generosa de
Bom Humor,
3 litros de Fé,
1 colher de
Resignação,
1 colher grande de
Estudo,
2 colheres de
Trabalho
Misture tudo e faça a
ingestão na Alma diversas vezes ao dia.
sábado, 15 de agosto de 2015
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Entendimento
autor Thiago D. Trindade
Paulo, o Apóstolo dos Gentios, em sua carta aos Romanos (14:1), afirma:
“Acolhei ao que é débil da fé, não, porém, para discutir opiniões”.
Isso significa que a fé é a
vivência dos Ensinamentos de Jesus. Paulo, em sua exortação, vai muito além do
conhecimento do que Jesus disse, indo diretamente ao que o Nazareno fez, que é trabalhar pelo próximo.
Afinal, a fé que Jesus nos ensinou é baseada em pureza de sentimento e ação.
Infelizmente, tal passagem não é
estudada e praticada como se deveria. O que temos hoje, em várias religiões,
são pessoas mais preocupadas em decorar pontuações nos textos do que trabalhar,
de fato, para Jesus. Opiniões exaltadas permeiam as rodas de conversas e
críticas ácidas são lançadas à esmo.
O tal “débil na fé” deve ser
conduzido com carinho, muito carinho, e com doce incentivo que se manifesta
através do exemplo, o bom exemplo. Aliás, quem é o débil na fé?
É aquele que vive isolado no
mundo, como um asceta?
É aquele que abraça as coisas
mundanas e não busca as coisas do Espírito?
É aquele que se esforça em vencer
suas más tendências?
Essas três alternativas, e todas
as outras que o leitor amigo recordar. Ora, quem aqui é perfeito? Estamos em um
mundo de expiações e provas e quem disser que sua fé não é débil, bem, está
dando uma demonstração de soberba. Quem tem a fé forte não diz, demonsta com
humildade.
Devemos seguir a orientação de
Paulo e devemos nos reconhecer débeis na fé, buscando fortalecer-nos através da
Reforma Íntima. Estudemos e trabalhemos mais! Devemos aprimorar nossa
disciplina através do nosso pensar, sentir e agir.
Esse entendimento é fundamental,
se, de fato, queremos ser cristãos.
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
Vídeo - programa retratos de fé (Islamismo)
Uma boa oportunidade de conhecermos um pouco mais sobre o Islamismo, que, infelizmente, vem tendo seus ensinamentos deturpados.
terça-feira, 4 de agosto de 2015
Degustação de obra - A tempestade (Livro Contos de Redenção)
Autor Thiago D. Trindade
autor Thiago D. Trindade
“Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam.” Mateus 6:19-20
Perdera tudo. Seus bens, outrora inúmeros, tinham se ido em meio aos excessos da carne. Sua família, que antes não fora prioridade, também se fora, arrancada da vida pelo terrível acidente que poupara o homem arruinado. Apagado, o homem observava com olhos semi-mortos as revoltosas ondas que se arrebentavam no cais de madeira onde se encontrava. O céu de chumbo era um reflexo da alma torturada daquele homem comum, sem nome.
Em sua desgraça, não percebia que estava encharcado até os ossos e suas vestes, de fina confecção, estavam esfarrapadas. Os cabelos grisalhos que resistiram aos anos e ao tormento de sua existência, escoiceavam ante a fúria dos ventos em tempestade que vinha pelo mar.
- Que o mar me trague. Desabafou o homem vencido, cheio de desprezo e desafio.
- Por que, tio? Indagou uma voz infantil.
Ao se virar, o atormentado se deparou com um menino moreno e de grandes olhos negros, que sorria. O garoto se colocou ao lado do homem e logo ficou tão encharcado quanto o sofredor.
- Saia daqui, moleque! Ralhou o homem – é perigoso ficar aqui!
- Então porque nós dois não saímos? Retorquiu o menino, ainda sorrindo.
- Fedelho abusado! – gritou o sujeito, erguendo seu punho em tom de ameaça – fora!
- Tio – continuou a criança, no alto dos seus sete anos – porque está chorando?
- Eu não choro! – respondeu o homem – é a água do mar!
- A lágrima é tão salgada quanto o mar – interrompeu o menino, com ar matreiro – vai ver, é por isso que não percebeu estar chorando.
Com um grunhido, o homem tentou afastar o menino, mas este permaneceu onde estava. Trovões ribombavam. As ondas assumiram ainda mais estatura e a estrutura de madeira do cais gritava em convulsão. Os olhos cansados do homem torturado por si mesmo voltaram-se para o garoto. Como ele chegara ali? Como ele, sendo tão criança, não temia aquele lugar?
- Menino – disse o atormentado – este lugar vai cair no mar. Sua mãe está te esperando. Imagine você que ela deve estar preocupada contigo.
- Verdade – respondeu o garoto, solene – mamãe e papai, com certeza estão preocupados. Eles ficam tristes quando sofremos.
- Pois então – o homem percebeu que estava convencendo a criança – é melhor ir embora e acabar com a preocupação deles.
- Só vou, se o tio for comigo – retrucou calmamente o menino – as lágrimas do seu coração não são maiores do que a dos outros. O tio culpa o mundo. Culpa o Papai do Céu pelas suas perdas. Mas a culpa não é do Papai do Céu!
- A culpa é minha então?! Gritou o homem, e nesse momento uma onda quase o derrubou no chão de madeira – eu nunca roubei ou matei! Trabalhei honestamente! Perdi meu dinheiro e perdi minha família!
- Tio – disse o garoto, sério – acho que você está enganado. A prova disso é justamente o fato de ter usado o que não era só seu. Sempre trabalhou honestamente? Procurou sempre o alto lucro e o acúmulo, isso bem fez. Depois gastou a fortuna no jogo e nos braços de outras mulheres. Sua família, que sofria com sua ausência e tirania velada, estava sempre sendo espoliada. Roubada. Não roubou dinheiro, mas um bem mais valioso, não é? Quando seu trabalho foi devorado pela luxúria, tio, sua família esteve ao seu lado. Sua companheira, que sabia de tudo que você fazia, orava para sua luz antes dela mesma.
Relâmpagos rasgavam o céu. Os dedos de eletricidade, vindos do alto, se voltavam para o homem e o menino, perdidos naquele canto esquecido do mundo. Perplexo, o homem encarou o garoto. Sua face marcada e sofrida estava ardendo de dentro para fora. Suas mãos se agarraram ao parapeito de madeira, que sacolejava convulsivamente.
- O que é você?! Exclamou o sofredor, pois uma criança não falava daquele jeito, nem ninguém, ou quase ninguém, sabia de suas ações na vida privada.
- Tio, se lembra de quando conheceu a tia? Sorriu o menino.
Imediatamente, o homem se viu jovem, com vasta e escura cabeleira. Era verão e ele, a pedido de uma senhora, pegava um sapoti para a netinha dela. Foi quando passou Heloísa, de vestido azul claro, cheio de flores, caminhando pela calçada. O cabelo dela, escuro e liso, ia preso por um arco. O perfume da moça fez o peito do então jovem encher-se de um sentimento que não era lembrado por longo tempo.
- Tio – prosseguiu a criança – se lembra do nascimento dos seus filhos?
O homem, novamente envelhecido, não estava quando cada um dos seus três filhos chegou ao mundo. Estava sempre no trabalho, imerso em contas e recebimentos. Mas lembrou-se da emoção de segurar os pequenos pela primeira vez, sob os olhares da esposa. Com rapidez, o torturado os viu brincado ao longe, e percebeu que nunca dera um sorriso para eles. Jamais conversara com os filhos. Aquela verdade o feriu mais do que qualquer outro golpe.
- Eles foram seu maior tesouro, tio – disse o garoto – o mais valioso dos bens do mundo. E só quando o senhor os perdeu, viu que tinha, de fato, ficado pobre.
- Se nada tenho, por que viver? Indagou o homem.
- Você tem que viver para ficar rico de novo, oras! Respondeu calmamente o pequeno menino, com simplicidade.
- Riqueza nenhuma irá trazer minha família! Nenhuma! – exclamou o homem – nenhum abraço de cabaré irá me confortar!
- Sua família, certamente, não vai voltar nestes tempos – retrucou o garoto, com franqueza típica das crianças – mas e a outra parte de sua família que permanece na Terra, que é muito grande? Tio, você tem muito trabalho!
- Que família? Devolveu o homem, irritado.
O cais, de repente, corcoveou como um cavalo de rodeio, sob as esporas inclementes do peão de boiadeiro. A tempestade tornara-se tão forte que o infeliz homem caíra de joelhos diante do menino, que permanecia sereno ante a ira da Natureza. A qualquer momento a estrutura de madeira seria destruída.
- Tio, até você se encontrar com sua família – disse o menino – cuide de cada criança, cada senhora desvalida. Estenda suas mãos fortes para cada necessitado. – o garoto então contemplou a tempestade que açoitava aquele canto do mundo – não pode recuperar o tempo que perdeu. Mas pode usar o que lhe resta nesse trabalho. Cada criança com quem brincar, cada sorriso que der a elas, será para seus filhos que estará sorrindo! Cada senhora consolada por você, será o mesmo que consolar sua esposa.
- O que irão pensar de mim?! Exclamou o homem, balançando a cabeça diante daquela idéia estúpida de consolar quem não conhecia.
- Que importa? – respondeu o menino, rindo – além disso, esse seu novo trabalho irá servir para outros, que como você há pouco, não sabem reconhecer a verdadeira riqueza que possuem!
O homem calara diante do menino. Por um momento esquecera de sua família e até da tempestade. Nesse momento um trovão ribombou e o cais de madeira começou a ruir, diante da violência das águas. A criança, finalmente com medo, tropeçou e caiu na direção das águas revoltas. No instante em que o garoto seria tragado pelas ondas, o homem o agarrou pelos braços.
- Você não vai cair! Chega de perdas! Gritou o homem.
Saltando pelas tábuas que se soltavam, o homem escapou do cais, levando consigo o pequeno nos braços. Quando, por fim, alcançaram a terra firme, o cais foi tragado pelas ondas e o vento forte derrubou o homem. Usando seu corpo como escudo, o homem protegeu o garoto dos ventos e das águas, que tinham alcançado a faixa da praia, e o açoitou violentamente por longo tempo. As ondas salgadas
autor Thiago D. Trindade
“Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam.” Mateus 6:19-20
Perdera tudo. Seus bens, outrora inúmeros, tinham se ido em meio aos excessos da carne. Sua família, que antes não fora prioridade, também se fora, arrancada da vida pelo terrível acidente que poupara o homem arruinado. Apagado, o homem observava com olhos semi-mortos as revoltosas ondas que se arrebentavam no cais de madeira onde se encontrava. O céu de chumbo era um reflexo da alma torturada daquele homem comum, sem nome.
Em sua desgraça, não percebia que estava encharcado até os ossos e suas vestes, de fina confecção, estavam esfarrapadas. Os cabelos grisalhos que resistiram aos anos e ao tormento de sua existência, escoiceavam ante a fúria dos ventos em tempestade que vinha pelo mar.
- Que o mar me trague. Desabafou o homem vencido, cheio de desprezo e desafio.
- Por que, tio? Indagou uma voz infantil.
Ao se virar, o atormentado se deparou com um menino moreno e de grandes olhos negros, que sorria. O garoto se colocou ao lado do homem e logo ficou tão encharcado quanto o sofredor.
- Saia daqui, moleque! Ralhou o homem – é perigoso ficar aqui!
- Então porque nós dois não saímos? Retorquiu o menino, ainda sorrindo.
- Fedelho abusado! – gritou o sujeito, erguendo seu punho em tom de ameaça – fora!
- Tio – continuou a criança, no alto dos seus sete anos – porque está chorando?
- Eu não choro! – respondeu o homem – é a água do mar!
- A lágrima é tão salgada quanto o mar – interrompeu o menino, com ar matreiro – vai ver, é por isso que não percebeu estar chorando.
Com um grunhido, o homem tentou afastar o menino, mas este permaneceu onde estava. Trovões ribombavam. As ondas assumiram ainda mais estatura e a estrutura de madeira do cais gritava em convulsão. Os olhos cansados do homem torturado por si mesmo voltaram-se para o garoto. Como ele chegara ali? Como ele, sendo tão criança, não temia aquele lugar?
- Menino – disse o atormentado – este lugar vai cair no mar. Sua mãe está te esperando. Imagine você que ela deve estar preocupada contigo.
- Verdade – respondeu o garoto, solene – mamãe e papai, com certeza estão preocupados. Eles ficam tristes quando sofremos.
- Pois então – o homem percebeu que estava convencendo a criança – é melhor ir embora e acabar com a preocupação deles.
- Só vou, se o tio for comigo – retrucou calmamente o menino – as lágrimas do seu coração não são maiores do que a dos outros. O tio culpa o mundo. Culpa o Papai do Céu pelas suas perdas. Mas a culpa não é do Papai do Céu!
- A culpa é minha então?! Gritou o homem, e nesse momento uma onda quase o derrubou no chão de madeira – eu nunca roubei ou matei! Trabalhei honestamente! Perdi meu dinheiro e perdi minha família!
- Tio – disse o garoto, sério – acho que você está enganado. A prova disso é justamente o fato de ter usado o que não era só seu. Sempre trabalhou honestamente? Procurou sempre o alto lucro e o acúmulo, isso bem fez. Depois gastou a fortuna no jogo e nos braços de outras mulheres. Sua família, que sofria com sua ausência e tirania velada, estava sempre sendo espoliada. Roubada. Não roubou dinheiro, mas um bem mais valioso, não é? Quando seu trabalho foi devorado pela luxúria, tio, sua família esteve ao seu lado. Sua companheira, que sabia de tudo que você fazia, orava para sua luz antes dela mesma.
Relâmpagos rasgavam o céu. Os dedos de eletricidade, vindos do alto, se voltavam para o homem e o menino, perdidos naquele canto esquecido do mundo. Perplexo, o homem encarou o garoto. Sua face marcada e sofrida estava ardendo de dentro para fora. Suas mãos se agarraram ao parapeito de madeira, que sacolejava convulsivamente.
- O que é você?! Exclamou o sofredor, pois uma criança não falava daquele jeito, nem ninguém, ou quase ninguém, sabia de suas ações na vida privada.
- Tio, se lembra de quando conheceu a tia? Sorriu o menino.
Imediatamente, o homem se viu jovem, com vasta e escura cabeleira. Era verão e ele, a pedido de uma senhora, pegava um sapoti para a netinha dela. Foi quando passou Heloísa, de vestido azul claro, cheio de flores, caminhando pela calçada. O cabelo dela, escuro e liso, ia preso por um arco. O perfume da moça fez o peito do então jovem encher-se de um sentimento que não era lembrado por longo tempo.
- Tio – prosseguiu a criança – se lembra do nascimento dos seus filhos?
O homem, novamente envelhecido, não estava quando cada um dos seus três filhos chegou ao mundo. Estava sempre no trabalho, imerso em contas e recebimentos. Mas lembrou-se da emoção de segurar os pequenos pela primeira vez, sob os olhares da esposa. Com rapidez, o torturado os viu brincado ao longe, e percebeu que nunca dera um sorriso para eles. Jamais conversara com os filhos. Aquela verdade o feriu mais do que qualquer outro golpe.
- Eles foram seu maior tesouro, tio – disse o garoto – o mais valioso dos bens do mundo. E só quando o senhor os perdeu, viu que tinha, de fato, ficado pobre.
- Se nada tenho, por que viver? Indagou o homem.
- Você tem que viver para ficar rico de novo, oras! Respondeu calmamente o pequeno menino, com simplicidade.
- Riqueza nenhuma irá trazer minha família! Nenhuma! – exclamou o homem – nenhum abraço de cabaré irá me confortar!
- Sua família, certamente, não vai voltar nestes tempos – retrucou o garoto, com franqueza típica das crianças – mas e a outra parte de sua família que permanece na Terra, que é muito grande? Tio, você tem muito trabalho!
- Que família? Devolveu o homem, irritado.
O cais, de repente, corcoveou como um cavalo de rodeio, sob as esporas inclementes do peão de boiadeiro. A tempestade tornara-se tão forte que o infeliz homem caíra de joelhos diante do menino, que permanecia sereno ante a ira da Natureza. A qualquer momento a estrutura de madeira seria destruída.
- Tio, até você se encontrar com sua família – disse o menino – cuide de cada criança, cada senhora desvalida. Estenda suas mãos fortes para cada necessitado. – o garoto então contemplou a tempestade que açoitava aquele canto do mundo – não pode recuperar o tempo que perdeu. Mas pode usar o que lhe resta nesse trabalho. Cada criança com quem brincar, cada sorriso que der a elas, será para seus filhos que estará sorrindo! Cada senhora consolada por você, será o mesmo que consolar sua esposa.
- O que irão pensar de mim?! Exclamou o homem, balançando a cabeça diante daquela idéia estúpida de consolar quem não conhecia.
- Que importa? – respondeu o menino, rindo – além disso, esse seu novo trabalho irá servir para outros, que como você há pouco, não sabem reconhecer a verdadeira riqueza que possuem!
O homem calara diante do menino. Por um momento esquecera de sua família e até da tempestade. Nesse momento um trovão ribombou e o cais de madeira começou a ruir, diante da violência das águas. A criança, finalmente com medo, tropeçou e caiu na direção das águas revoltas. No instante em que o garoto seria tragado pelas ondas, o homem o agarrou pelos braços.
- Você não vai cair! Chega de perdas! Gritou o homem.
Saltando pelas tábuas que se soltavam, o homem escapou do cais, levando consigo o pequeno nos braços. Quando, por fim, alcançaram a terra firme, o cais foi tragado pelas ondas e o vento forte derrubou o homem. Usando seu corpo como escudo, o homem protegeu o garoto dos ventos e das águas, que tinham alcançado a faixa da praia, e o açoitou violentamente por longo tempo. As ondas salgadas
LEIA O FINAL DESTE CONTO
EMOCIONANTE EM “Contos de Redenção”, comercializado em prol do Asilo e Creche
Seara de Luz.
domingo, 2 de agosto de 2015
Lázaro
Autor Thiago D. Trindade
O caso de Lázaro é um grande exemplo
de que a Fé transforma vidas. E como nós somos parecidos com esse homem, que
fora amigo próximo de Jesus.
Na reflexão em tela, baseada nos escritos
de João (11: 1-46), vemos as irmãs de Lázaro, Maria e Marta, irem até o Mestre,
que pregava longe de Betânia, onde residiam com o irmão. Elas informaram a
Jesus que seu amigo estava severamente doente e que desejava vê-lo. O Cristo,
no entanto, estava em pregação e curava a muitas pessoas. Ele não podia pôr seu
trabalho fraterno de lado, deixando de aplicar o bálsamo que era encarregado de
trazer a aqueles sofredores, em prol de seu amigo.
Seria discriminador e egoísta.
Jesus sabia disso e certamente Lázaro
e suas irmãs também. Quando pôde, o Grande Médico partiu para a vila de Betânia
com os Doze, que temiam pela segurança deles e do Mestre. Tomé, inclusive,
chegou a ter certeza de que iriam morrer ali (João, 11:16).
Nos arredores do pobre lugarejo, de
onde o grupo havia tido uma passagem turbulenta, Marta informou ao Mestre que o
amigo havia morrido e se encontrava sepultado há dias.
Sem titubear, Jesus clamou o auxílio
dos amigos e partiu para o sepulcro de Lázaro. A essa altura muitas pessoas,
avisadas do regresso do carpinteiro a região, tinham se juntado a Ele para ver
qual prodígio se realizaria ali.
Diante da gruta onde o corpo inerte
de Lázaro repousava, Jesus solicitou aos acompanhantes que removessem a rocha
que selava o local, e, com a voz doce e firme, ao mesmo tempo, o Cristo de Deus
chamou pelo amigo Lázaro, que surge diante de todos, enrolado em panos
fúnebres.
“Lázaro, vem para fora!”
Essa passagem atravessou os séculos,
imortalizando uma singela fagulha da grandeza de Deus que Jesus dividia com o
mundo. Aliás, alguns afirmam duramente que Lázaro estava catatônico, desdobrado
em espírito, em coma, epilético, em fim, de alguma fora estava vivo.
Particularmente isso não importa, já que vivo ou morto, Lázaro ouviu tão
somente o comando do Cristo e não o alarido das pessoas que lotavam o cemitério
para ver mais um feito de nosso irmão mais velho.
A simbologia dessa passagem é muito
maior do que podemos supor. Que os mortos podem ressuscitar? Esse conceito é
muito limitado já que a morte, na verdade, não existe.
Mas o que existe é muito mais sublime
e poderoso. Trata-se da transmutação da alma.
Lázaro era amigo do Cristo e
certamente simpático à Boa Nova. Mas não a ponto de deixar seus afazeres
corriqueiros e seguir Jesus como os outros. Somente após o Gólgota é que o
homem de Betânia tomou o cajado e ganhou o mundo.
Lázaro, portanto, não era
comprometido com a causa do Cristo. Ele era apenas envolvido com a Causa do
Cristo.
Envolvimento é superficial.
Comprometimento é visceral, profundo.
Imaginemos Lázaro deitado sobre a
pedra fria, enfaixado e silencioso, imerso em escuridão e bloqueado por uma
pesada rocha. Do lado de fora, luz e vida.
A escuridão é a que trazemos dentro
de nós.
As faixas são nossas limitações
autoimpostas.
A rocha é a ignorância.
Jesus, certamente, poderia ter
removido a grande pedra sozinho, levitando-a, explodindo-a, fazendo aquela
substancia mineral simplesmente desaparecer. O Mestre poderia ter feito
qualquer coisa com aquela pedra e seria uma das menores coisas que Ele teria
feito em sua trajetória de trabalho anunciando a Boa Nova.
Mas o Divino Amigo preferiu
incentivar os que lá estavam ao trabalho de resgate. Um trabalho em grupo. Como
Jesus é o Sublime Professor, sabia que o trabalho que é movido por equipes
serve para fixar o conhecimento, a troca de impressões, além que aproximar
corações a um mesmo compasso.
O trabalho em grupo cria
comprometimento.
Uma atividade em benefício de outra
pessoa que criaria condições propícias para a prova de Lázaro.
“Lázaro, vem para fora!”
Com as condições criadas – a remoção
da pedra – houve o despertamento, a inspiração para aquele que se julgava morto
na carne. Agora, naquele momento, cabia a Lázaro sair da sua inércia em seu
próprio benefício.
Lázaro levantou e buscou a luz,
abandonando a treva.
Mais uma vez, o Sublime Professor,
entrou em ação orientando o grupo de alunos que se voluntariaram para o Serviço
da Luz.
Notemos que estes não eram os
discípulos, pois se assim fosse, teriam sido citados por João, mas eram
certamente os amigos de Lázaro que residiam em Betânia e talvez até mesmo
alguns dos que haviam tentado apedrejar Jesus em sua última passagem por esta
vila (João, 11:8).
“Desatai suas faixas e deixa-o ir.”
Novamente, Lázaro sentiu a caridade
dos homens que o livraram das limitantes faixas, ensinando-o sobre a compaixão.
Lázaro voltou-se para o Mestre. Acima
Dele, o sol da Vida.
Lázaro deixou a escuridão e caminhou,
ainda que vacilante, para a luz.
Sua recompensa foi a Vida.
Lázaro deixou de ser apenas envolvido
em relação à Boa Nova.
Lázaro passou a ser comprometido com
a Boa Nova.
Lázaro é a prova da cura física,
mental e espiritual.
Cura física: seus males orgânicos.
Cura mental: o entendimento da
reforma íntima. O compreender suas limitações e comprometer-se em vencê-las.
Cura espiritual: levar o Bálsamo da
Verdade aos demais, dividindo seu coração com o mundo. Foi curando aos outros,
que Lázaro curou a si mesmo.
Munido de seu bordão, o amigo de
Jesus atravessou os séculos ensinando aos aflitos a abandonar a escuridão e a
abraçar a Luz Maior.
Jesus removeu nossa rocha enviando o
Consolador Prometido. E enviou emissários para nos ajudar a remover nossas
faixas limitantes dos movimentos, nossos Amigos Espirituais.
Docemente, o Mestre nos chama:
“Vem para fora!”
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