Autor Thiago D. Trindade
Paulo, na primeira carta aos
Coríntios (4:6-13) fala diretamente sobre as dificuldades de ser Cristão, que
vai desde a difamação até violências físicas. No entanto, a Apóstolo da
Gentilidade faz sobressair a Paciência e a Fé, embasados no poderoso cimento da
Resignação.
A capacidade de Paulo em suportar as
humilhações do mundo – e claro que vamos incluir as ações da espiritualidade
inferior – mostra a grandeza desse homem em servir à Boa Nova. Embora os
ensinos de Paulo fossem severos, esbanjam compreensão e conciliação.
O apóstolo entendia perfeitamente que
aqueles a quem ensinava eram exatamente iguais a ele próprio – quem sabe até
mais brandos – no obscuro passado, quando se dedicava a caçar os primeiros
Cristãos. Esse currículo sombrio dava a Paulo o verdadeiro “conhecimento de
causa” ao vislumbrar a seus pupilos a grandeza do Mestre Nazareno.
Com Jesus, Paulo aprendera a
conciliar seu próprio Eu, derrotando o Ego. Com isso, o apóstolo se fez
imbatível moralmente. Suas argumentações eram simples:
“Eu era violento. Não tinha paz na consciência. Hoje, com Jesus, sou
manso e minha consciência está em paz.”
A cada pancada que levava, a cada
prisão, a docilidade de Paulo arrebanhava cada vez mais pessoas, que então
abriam seus corações para os Ensinos da Boa Nova. Respeitando a si mesmo, com
as lições de Paulo, o aluno aprendia a respeitar o próximo. Dessa forma, o
Segundo Mandamento do Cristo, que é amar ao próximo com a si mesmo era perpetrado.
Em nossas dificuldades, nos
esquecemos dos exemplos daqueles que vieram antes de nós. Acreditamos que somos
a grande vítima do mundo.
Mas não é assim.
Se fraquejamos, foi porque nossa
determinação falhou. E determinação é sinônimo de Perseverança, Otimismo,
Sobriedade.
Devemos caminhar com firmeza de
propósito, seja no claro, no escuro, sob sol, sob chuva... sob a dor da perda
dilacerante.
Saibamos que só carregamos o que
podemos suportar.
Saibamos que existem dores materiais
muito maiores do que aquelas que temos.
Saibamos que existem dores morais
muito maiores do que aquelas que percebemos.
Em nossas fraquezas esquecemos da
Bondade e Justiça de Deus e que tudo é transitório na matéria. Todos os
percalços, opções, subidas e descidas na vida são depurativos para nosso
Espírito Imortal.
Lembremos de Paulo que falava e
exemplificava, mas era incompreendido por muitos.
Os Doze Apóstolos foram também
perseguidos por não serem compreendidos.
E quanto a Jesus? O quão
incompreendido era e é até hoje quando vemos seus pretensos seguidores, ao
longo da História, fazendo tudo diferente do que Ele ensinou...
Mas perseveremos.
Quando caluniados, procuremos a
conciliação.
Quando formos esbofeteados,
ofereçamos a outra face, até que o agressor se canse e se pergunte que força é
essa que nos sustenta, até vencer o ódio impiedoso.
Quando nos chamarem de lixo,
mostremos que da escória surgem belas flores de Bondade.
Assim como Paulo fez.
Ainda não conseguimos mensurar a importância que teve o homem de Tarso nos primórdios da implantação da Boa Nova. Além de toda a sua sabedoria na divulgação e expansão do evangelho, impediu que essa nova filosofia se tornasse monopólio de um povo, se tornando uma filosofia universalista na época. Claro que hoje já foi desfigurada de seu real propósito pelo próprio homem materialista, mas evoluiu para um conceito moderno se tornando uma filosofia espiritualista. Obrigado!
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