autor Thiago D. Trindade
Em
suas inúmeras, e preciosas, cartas, Paulo de Tarso, narra fato interessante,
que verificamos ao ler em sua 2ª Carta aos Corintios (12:2):
“Conheço
um homem em Cristo que, há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu, se
no corpo ou fora do corpo não sei, Deus o sabe.”
Esse
versículo, encontrado por nós em nossos estudos, é mais um indício de “noções”
de Espiritismo que encontramos na Bíblia. Em algumas religiões, como o
Protestantismo, a Igreja Católica Apostólica Romana, e outras, percebemos seus
adeptos acreditam que o Céu é único. E considerando ainda que Céu é uma
oposição ao Inferno, assim chamados por eles, enquanto nós chamamos
simplesmente de Pátria Espiritual.
Uma vez apresentado o referido
versículo, muitos, senão todos os 47 entrevistados, se mostraram perplexos,
alegando total desconhecimento desta informação de Paulo de Tarso.
Para quem Estuda a Doutrina
Espírita, percebe-se em vários momentos da Bíblia, conteúdos explicados na
Codificação, bem como em livros a ela associadas como, por exemplo, as obras do
Espírito André Luiz, que narra a Espiritualidade sendo dividida em níveis
vibratórios, ou, se preferir o leitor amigo, em níveis de evolução moral.
O Espírito André Luiz, no livro
“Nosso Lar” e em “Os Mensageiros”, ambos publicados pela FEB, através da
formidável mediunidade de Francisco C. Xavier, cita que a Colônia Espiritual
fica em região próxima à Terra, e inserida nas zonas umbralinas, a despeito de
sua modernidade e possuir habitantes relativamente moralizados. Já no Posto
Avançado “Campo da Paz”, se encontra assentada em região umbralina de vibração
mais pesada. O que o autor espiritual apresenta, em contrapartida, é que
existem estâncias espirituais mais evoluídas, fora das zonas umbralinas, onde ele
mesmo, à época, não podia sequer conceber ou conhece, sendo um desses locais a
morada de sua antiga mãe terrena.
Para muitos espíritas, Nosso Lar,
dentre outras cidades espirituais, é um lugar idílico, com informações
enriquecedoras e avançado grau tecnológico. E, no entanto, está no Umbral da
Terra, um planeta de Expiações e Provas. À medida que evoluímos moralmente,
outros planos vibratórios se descortinam e novas revelações nos são dadas.
Daí, a fala do Apóstolo dos
Gentios, no versículo seguinte (12:4), que assevera:
“foi
arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao
homem referir.”
Certamente, o tal amigo de Paulo,
tinha um vulto moral assombroso, afinal se o ex-fariseu tinha grandiosa luz
dentro de si, e ainda destinado a nobre Missão do Evangelho, o que pensar desse
inominado senhor? Consideremos o seguinte:
a)
Talvez
esse homem sem nome fosse o próprio Apóstolo a ver esse “terceiro céu” e que,
por humildade extrema, creditou a um fictício homem que lhe era amigo e sem nome.
Lembremos ainda que as cartas paulinas são altamente detalhadas e um nome de
amigo não seria esquecido por Paulo;
b)
O
acontecido teria sobrecaído a algum Seareiro do Cristo silencioso, que muito
fez em ações, mas pouco falou ou escreveu, bem a exemplo de Jesus.
Na verdade, não importa o nome da
pessoa que foi até o terceiro céu e ouviu coisas maravilhosas. Importa é que se
comprova mais uma vez na Bíblia, um dos pilares do Espiritismo: o da
Pluradidade de Mundos e, se Paulo estava incerto se o “viajante” estava
desdobrado ou não em seu perispírito, nós temos a certeza de que o médium sem
nome deixara o corpo físico. Tal afirmativa se dá a inúmeros relatos, séculos
depois, em nosso tempo, de pessoas que perambulam no Plano Espiritual, em
diversos subplanos vibratórios.
Quem tem alguma noção de
Espiritismo irá afirmar: “ontem à noite
fui a uma estância de paz, onde aprendi
ou ajudei.” Ou então afirmará: “fui a
um lugar ruim, acho que estive no Umbral...”
Quem não tem noção de Espiritismo
irá dizer: “tive um sonho, parece que fui
ao Céu, via anjos e me sinto abençoado.” Ou, em caso oposto: “Fui ao inferno, que pesadelo! Vi demônios e
estou angustiado!”
Iremos, sempre, usar expressões e
as associações que conhecemos para explicar o fenômeno mediúnico vivido. A
maior lição que temos nesse estudo em tela é que devemos sempre buscar melhorar
- manter – nossa sintonia de forma
saudável, pois dessa forma nos aproximamos da Divindade. E, quando tivermos de
ir às zonas umbralinas, tenhamos a verdade de que lá iremos para aprender e a
ajudar, ao invés de estacionarmos nessas esferas dementadas por nossas
viciações.
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