autor Thiago D. Trindade
É comum vermos nas casas Espíritas e
de Umbanda pessoas que estão sempre aflitas. Se apegam aos guias e neles
descarregam suas lamentações.
Pensemos: geralmente são
freqüentadores de longa data, e, não raro, assistem a trabalhos em outras casas
com os mesmos apelos. Participam das palestras edificantes, ouvem a sabedoria dos
guias, ou seja, tem largo acesso a orientação para o crescimento moral.
Mas essas pessoas não estão nunca
satisfeitas, continuam suas lamentações dizendo que seus problemas são imensos,
sem sequer refletir sobre os ensinamentos que tem à disposição. Não querem, na
verdade, entender que a solução para seus problemas está dentro de si, ou seja,
a tal “Reforma Íntima”. Querem apenas, verdade seja dita, serem ouvidos e
vistos. Isso mesmo.
Não é objetivo de uma casa Kardecista
ou de Umbanda que a pessoa, ao resolver suas aflições se afaste. O que essas
Religiões almejam é que a pessoa, ao vencer suas más tendências e provas,
continuem o aprendizado, e mais, ajudem aqueles que estão mais atrás com o
Bálsamo do Esclarecimento.
Já tivemos a oportunidade de conhecer
uma pessoa que freqüentava quatro casas religiosas, duas de Umbanda e duas
Kardecistas. Dedicava quase todo o seu tempo, na semana, a ir a esses
Hospitais-Escola do Bem e contava os segundos para voltar quando estava em seu
próprio lar. Vivia para a assistência das referidas casas. E vimos um
determinado guia dizer a ela (sempre às voltas com dificuldades banais como
cardápio familiar, visitar a sogra ou ir à praia e demonstrava grande ciúme em
relação ao marido que até cobrava a ela maior permanência em casa) que já tinha
movimentado os trabalhadores espirituais de quatro casas e que na verdade cabia
a ela decidir sua vida e arcar com as consequências com Fé Raciocinada no
coração. Segundo o bondoso guia, conhecido pela amabilidade e capacidade elucidativa
em suas argumentações, que os bons espíritos estão sempre dispostos a ajudar,
mas com moderação. Caso o contrário a pessoa não cresceria espiritualmente, já
que não teria a chance de por à prova o aprendizado adquirido na Casa de
Religião, exercendo a Paciência, a Perseverança, a Fé e o Perdão. A senhora,
sentindo-se ofendida, levantou-se e procurou outra consulta, julgando que
arrumara um inimigo espiritual, a quem passou a dedicar especial atenção e de
uma forma muito negativa.
É difícil semear a luz do
Esclarecimento nos corações ainda endurecidos. Criar condições para um irmão
caminhar livre de muletas. É muito comum ouvirmos alguém nos pedir para orarmos
por ele, já que suas preces não são “boas”, o que é uma idéia muito difundida
por aí e é uma verdadeira besteira, uma vez que não existe prece ruim se ela
for feita com sinceridade no coração.
Nenhuma Religião, verdadeiramente
pautada no Crescimento Moral do Homem, limita seu adepto. Devemos entender que
a função dos guias – de qualquer guia, encarnado ou desencarnado, aliás – é
criar condições para a Libertação da Humanidade, ou seja, seu progresso para
junto do Pai Maior.
Que nós possamos procurar os nossos
amados guias não só para pedir e lamentar, mas também para agradecer e ouvir as
sublimes lições que possuem e anseiam por dividir conosco. E todos juntos irão
contemplar o céu e sentir a Luz do Alto em nossos corações.
Sem muletas!
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