Autor Thiago D. Trindade
O modelo daquilo que chamamos de
família está em extinção. O modelo patriarcal, rígido, quase absolutista, está
à míngua. Isso é bom? Aliás, pensemos se esse modelo era realmente bom e qual
tipo de pessoa que ele gerou...
A tal modernidade, alimentada por
mentes entorpecidas, tenta enfiar goela abaixo a idéia de que a família é algo
descartável, ultrapassada. Não falo da estrutura: mamãe rainha do lar, papai
sabe tudo e filhinhos perfumados. Me refiro ao grupo de espíritos endividados
pela trama das encarnações.
Pensemos: se a família está
descartável, logo as pessoas também...
José, o carpinteiro que criou Jesus,
ficaria deslocado nos dias de hoje e Maria teria chorado muito mais, se isso
for possível...
Muitos preferem dizer que nasceram
nas famílias erradas e buscam terceiros para se satisfazerem. É uma visão
equivocada, baseada na ignorância. É necessário, e a literatura espírita é rica
em ilustrações, para determinando espírito nascer na respectiva família para
que possa quitar pesados débitos, ou seja, aprender pela dor ou amor o Caminho
do Perdão e da Redenção.
Kardec, muito sábiamente, realizou um
estudo (questões 203 a 214 e 582 e 583 do Livro dos Espíritos, editora FEB,
2008, 91° edição, 615 páginas) sobre a importância da família e a
espiritualidade. Sem desvios de interpretação, a conclusão final é categórica:
a responsabilidade evolutiva é individual, mas o desempenho do grupo é
fundamental para êxito pleno.
Muitos irão afirmar: “meu filho (a) está longe, ou meu pai (ou
mãe) não quer me ver!” Será isso mesmo ou a pessoa, egoísta, se põe numa
atitude preguiçosa e arriscando-se a angariar novos – e pesados – débitos?
Ou ainda, a leniência com os desvios
morais do companheiro de jornada, cerrando os olhos para os absurdos que eles
cometem. Nesse caso, há também a repetição do egoísmo em não querer reconhecer
o próprio erro em realizar dignamente a parte que lhe foi confiada na encarnação.
Zelar por um ente querido não é
isolá-lo do mundo de provas e expiações (como se fosse possível...), mas sim
fazer o necessário para o sucesso do empreendimento chamado encarnação.
Falhas acontecem. Repetir as falhas é
onde reside o verdadeiro atraso nos planos evolutivos.
O futuro da família está onde sempre
estive: em nossas mãos! A aplicação dos ensinos do Mestre da Galiléia é a força
motriz que nos impulsionará para o Alto com o menor número de escalas na Terra
o possível.
Se faz necessário compreender nossa
parcela de responsabilidade e cumprir o necessário na Grande Escola da Vida.
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