Autor Thiago D. Trindade
Quando pensamos no termo
“sobriedade”, nos remetemos logo ao hábito de ingerir bebida alcoólica ou outro
entorpecente dos sentidos. Na verdade, sobriedade significa equilíbrio,
sobretudo quando se refere a caráter emocional.
Paulo, quando em Tessalônica, faz
alusão a sobriedade do Homem como base para seu Renascimento, que deve se
revestir de uma couraça composta por Fé e Caridade, além do capacete de
Esperança (Tessalonicenses 1, 5:8).
O equilíbrio interno é fundamental
para aquele que busca a Reforma Íntima, ou seja, aquele que propõe a Caminhar
na Estrada para a Perfeição.
Para o sofredor sair de seu doloroso
estado, não precisa, necessáriamente de uma conhecimento sólido sobre o que
precisa fazer. Deve equilibrar-se para poder meditar sobre seus passos
vindouros.
Às vezes é preciso uma ajuda externa
– a Caridade – mas é fundamental que a pessoa entenda que antes de tudo é
necessário equilíbrio interior.
Passo a passo, com prudência e sem
levar-se pelo entusiasmo, devemos meditar sobre o Plano Diretor que nos levará
à Verdadeira Bonança.
Sobriedade requer esforço para
resistir às tentações, e mais, aos fracassos.
Sobriedade é saber Perseverar,
sobretudo, no seu padrão mental.
As palavras: Paciência, Humildade,
Perseverança e Fé são “cimentadas” pelo Equilíbrio Mental e sem esse fator,
podem acreditar, fica muito difícil sair do lugar sombrio em que nos
encontramos.
Dissociar o Equilíbrio Mental, também
conhecido como Padrão Vibratório, da Reforma Íntima é contra senso.
Paciência sem Equilíbrio Mental é
impossível.
Humildade sem Equilíbrio Mental é impossível.
Perseverança sem Equilíbrio Mental é
impossível.
Fé sem Equilíbrio Mental é
impossível.
Um adendo a respeito da Fé:
Vemos pessoas desequilibradas, que
são facilmente manipuladas, que são reconhecidas como “pessoas de fé” serem, na
verdade, designadas como desequilibradas emocionalmente. Essas pessoas são
denominadas, acertadamente, como fanáticas e não tem nada a ver com o real
significado da Fé, que é calma, raciocinada, luminosa, ou seja, mentalmente
equilibrada.
E voltando:
Na verdade, poucas pessoas podem
afirmar que são sóbrias, e quem o é não alardeia por aí. Simplesmente se
apresentam através de sua conduta Paciente, Humilde, Perseverante e cheia de
Fé.
O verdadeiro sóbrio não se priva do
mundo e de seus tons de cinza, mas se atém à moderação no rir, no falar, no
ouvir, no pensar, no sentir.
Sem mordiscar a intoxicante
imoralidade.
Sem ingerir o destilado do excesso
fanático.
Sem o opiáceo do descaso.
Sem o brilho encantador dos prazeres
desregrados.
Hoje em dia vemos alguns líderes religiosos
afirmarem, aos gritos, que Jesus não bebia vinho. Que na transmutação da água
em vinho, Ele bebeu suco de uva.
Para quê levantarem essa polêmica, ao
invés de buscarem se aprofundar nos Ensinos Dele?
Mas, vamos lá.
Vinho é suco de uva fermentado!
Mesmo suco de uva contém um mínimo de
teor alcoólico, após algum tempo de guardado.
E onde há, na Bíblia, a citação que
Jesus bebeu suco de uva?
O vinho era muito mais fácil de
conservar na pobre Palestina. Só os muito ricos possuíam câmaras frias para conservar
os alimentos, dentre eles o tal suco e evitar que ele fermentasse
transformando-se em vinho.
Há quem diga que Jesus não ia à
festas, em total desconhecimento dos Registros.
A vida de Jesus não era insossa!
Certamente, como nós, o Mestre devia apreciar uma bela conversa, ouvir com
gosto uma melodia, e até mesmo cantar as belezas da vida! Como alguém ousa
apregoar que a vida do Carpinteiro era um tom monocórdio?
Contra senso brutal.
É possível imaginar o Excelso Amigo
abraçando as criancinhas que se agarravam em suas pernas com carranca de
enfado? Ou que ele, sem qualquer traço emocional passasse pelos anciões, sem
qualquer gesto de afeição pelos que estavam no inverno da matéria?
Eu não consigo! E você, consegue
imaginar um absurdo desse?
Sem falar que o Mestre, na Última
Ceia, dividiu o pão e o vinho com os Discípulos, ou seja, especifica-se que Ele
também guardou para si uma porção dos alimentos e os ingeriu e não os
distribuiu meramente.
E a passagem, grafada por Lucas (7:
34) que cita diretamente, onde Jesus comenta o tom pejorativo com que os
fariseus se referiam a ele:
“Veio o Filho do homem, comendo e
bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e
pecadores.”
Jesus participava ativamente da
cultura do Povo de onde nascera. Nunca deixou de ser judeu, nem de vivenciar
seus costumes. A Boa Nova era, e é, tão soberbamente bem fundamentada que
abarcava, abarca e abarcará todas as culturas.
Jesus era, por exemplos e palavras,
um moderado. O próprio Bom Senso. Era Ele sóbrio e seu Equilíbrio era a base de
sua sustentação como Filho de Deus.
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