autor Thiago D. Trindade
A lucidez do professor Allan Kardec, foi realmente
impressionante. Incumbido de organizar, na Terra, a Doutrina dos Espíritos,
determinada por Jesus, o Codificador se viu às voltas com uma série de
questionamentos morais e científicos, que gradualmente foram elucidados por
nobres Espíritos, como Fénelon, Santo Agostinho, São Luis e outros valorosos
irmãos espirituais. Dessa forma, chegamos a Codificação Espírita, cujos pilares
são o Evangelho Segundo o Espiritismo, Livro dos Médiuns, Livro dos Espíritos,
Gênese e Céu e Inferno. Há outros, é verdade, mas esses são a base da Doutrina,
o início do desvendar do véu.
Mas, por que dissertar, ainda que muito brevemente, sobre
fundamentos do Espiritismo? Simples. A resposta é a igualdade de todos perante
à Criação. Igualdade perante a Lei do Progresso, a Lei da Ação e Reação, em
suma, a Lei do Amor.
Kardec, muito preocupado com a posição da Humanidade, com
seus dramas e alegrias, no capítulo 10, da terceira parte, na questão 803,
pergunta se perante Deus os homens são iguais. A resposta, claro, é positiva e
a Espiritualidade ainda cita uma frase muito comum a nossos ouvidos: “O sol
brilha para todos”.
O sábio lionês observa que todos nós estamos sujeitos às
mesmas Leis da Natureza. Ou seja, ninguém é privilegiado. Nem mesmo Jesus, que
foi criado simples e ignorante há incalculáveis anos, e hoje é o Governador
Espiritual da Terra.
E falando no mestre, há mais de 2 mil anos, Jesus alardeava
que éramos todos iguais. E iguais a Ele. Vejamos:
Quando Maria, sua mãe, e seus irmãos, procuraram por Jesus
em Betânia, o Carpinteiro estava em pleno serviço fraterno. E Jesus respondeu a
seus discípulos que o alertaram da chegada da bondosa mulher: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?!”
Sem dúvida, essa frase fora dita pelo Mestre com energia, e
o choque que seus discípulos sentiram certamente os fez pensar sobre a
verdadeira família, aos olhos de Deus.
E outras frases Jesus disse, todas profundas verdades que
repetimos, mas não praticamos como devemos. Ei-las:
“Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem.”
“Amar o próximo como a ti mesmo.”
Mas o que essas duas frases, que
estão aí em cima, tem a ver com a igualdade preconizada por Kardec?
A verdade é que estamos todos no
mesmo barco. Na grande família universal, temos a obrigação de compreender as
imperfeições dos outros, sem esperar que compreendam nossas próprias
imperfeições. E se o irmão não quiser compreender nossas imperfeições? A
resposta esta com Jesus:
“Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem.”
Voltemos, agora, à resposta
obtida por Kardec, lá na questão 803, onde faz referência ao sol brilhar para
todos. O sol, grandioso astro, derrama sua luz para todo o mundo de forma
igual. Falando em termos espirituais, Jesus é o nosso sol moral. A luz que
ilumina o Caminho, que nos leva à Verdade, que nos direciona a Vida.
O problema é que alguns de nós
usam o livre arbítrio para nublar o sol do Cristo que há dentro de cada um de
nós. Escondem o sol do Cristo com rancor, inveja, cobiça e vingança. E se não
há sol, como as flores da virtude irão crescer dentro de nós? Como, sem Cristo, seremos felizes?
Se na soprarmos ventos de
fraternidade, de perdão, de fé
esperança, como deixaremos nossas dores para trás?
Entendamos isso, de nada nos vale
conhecer todas as vírgulas da Codificação Espírita, os livros do Evangelho se
nós não arregaçarmos as mangas e trabalharmos em prol do nosso próprio
desenvolvimento.
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