autor Thiago D. Trindade
Ao
estudarmos o perfil de três dos Apóstolos de Jesus: Levi, Zaqueu e Saulo,
encontramos uma similaridade padrão entre eles, diferentemente aos demais
Auxiliares do Cristo, nos tempos da implantação da Boa Nova na Terra. A riqueza
material e o privilégio governamental junto ao império Romano.
Os
dois primeiros eram ricos publicanos, ou seja, eram de uma odiada classe da
população judaica, muito próxima aos romanos. Dentre as atividades que
executavam, a principal era a cobrança de impostos.
Desde
que o mundo é mundo, cobrar imposto não é uma atividade pacífica. Até mesmo nos
dias de hoje, onde a “Lei dos Homens” se faz “presente”, vemos casos de
violência psicológica e até física, este último ilegal, entre devedores e
credores.
Nos
tempos bíblicos, era comum a ameaça física por parte dos funcionários dos ricos
publicanos.
Levi,
frio e calculista, assomava-se sobre os pobres judeus na coletoria.
Zaqueu,
como o mais rico dos publicanos de Jericó, era o mais odiado.
E
Saulo, que tinha o nome romanizado e gozava de status junto ao império? Caçador
de cristãos, áspero e beligerante, não media esforços em obter o que desejava.
Esses
três eram lobos. Feras implacáveis que se escoravam nas Leis dos Homens para
acumular bens terrenos.
Calma
aí! Zaqueu anunciou pagar o valor quadruplicado caso fosse encontrado algum
erro em suas contas. Ele afirmava isso, mas, sem querer chamar ninguém de
equivocado, quantas pessoas Zaqueu apresentou para atestar tal fato? Após o
Gólgota ele não só dividiu, mas se desfez completamente de seus bens terrenos.
E mais, é bem verdade que esse homem, era muito simpático à Boa Nova, mesmo
antes de conhecer Jesus, mas certamente, era exatamente igual a seus pares
publicanos no início de sua “carreira”.
O
foco da reflexão é o que esses três faziam para viver:
Eram
judeus com acordos com império e gozavam privilégios proibidos a grande maioria
do povo, mesmo pelos ricos.
Eram
temidos e desprezados.
Certamente
eram violentos para prosperarem.
E
daí?
Foram
impactados pela simplicidade e despojamento que eram adornados docemente pela
grandeza de Jesus.
O
Mestre incitou Levi a acompanhá-lo de forma direta (Lucas, 6: 27 e 28).
O
Cristo, convidando-se à casa de Zaqueu, escandalizando a todos, jantando na
casa do poderoso publicano (Lucas, 19: 1 - 10).
O
Doce Carpinteiro, interrompendo abruptamente, a perseguição de Saulo a cristãos
em Damasco e pondo-o, cego e debilitado, sob a proteção de Ananias (Atos, 9: 1
– 19).
Levi
e Zaqueu conviveram diretamente com o Mestre.
Saulo,
que sofreu o maior “choque”, não chegou a isso, mas sua Fé foi tremenda, a
ponto de sacudir o mundo gentio.
Os
lobos se acabaram.
A
transformação foi tão profunda nos três que mudaram seus nomes.
Mateus,
Matias e Paulo.
Cada
um, dentro de suas limitações, pôs o “pé na estrada”. Fizeram o possível,
sempre recordando de como eram antes de conhecer o Mestre e como suas vidas
ganharam novo e luminoso significado com os Ensinos sobre o Amor Universal.
Mas
sofreram. Foram incompreendidos e perseguidos.
Pela
Lei da Ação e Reação, passaram por dificuldades iguais às que impuseram a
outros quando eram ainda ignorantes. Mas o Esclarecimento que obtiveram com
Jesus deu-lhes forças para perseverar, ainda que com eventuais tropeços.
Pedras
lhes foram atiradas.
Suas
casas de auxílio foram queimadas.
Prisões
os ameaçavam.
Tentações
que chamavam descaradamente os velhos lobos, acorrentados nas entranhas do
íntimo dos Aprendizes de Jesus, à tona.
Não
podemos imaginar o que esses três sentiam quando eram vilipendiados.
Mas
a cada ataque de outros lobos, os mansos cordeirinhos se tornavam mais fortes.
A
violência da matéria não podia contra a mansidão do espírito que eles
desenvolviam.
Mateus,
Matias e Paulo venceram, respectivamente, Levi, Zaqueu e Saulo.
Os
Homens Novos brilharam a partir das cinzas dos Homens Velhos, cujo mérito foi
se permitirem Amar.
A
larga inteligência desses homens, antes usada para o acúmulo do vil metal, foi
direcionada para o lucro espiritual, não só para si, mas para todos que estavam
em seu redor – o mundo.
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