Autor Thiago D. Trindade
Analisando pelo prisma da Educação, a
Dor é uma professora.
Uma professora daquelas lendárias,
temíveis que faz o aluno pensar duas vezes antes de cruzar seu caminho.
Não que seja má.
Pelo contrário, a professora austera
de nossa juventude reza apenas pelo cumprimento das normas. Lembramos dela,
anos depois, com respeito e até com uma surpreendente admiração, recordando
qual disciplina ela ministrava e com espantosa nitidez vemos diante de nossos
olhos o conteúdo ensinado, por mais enjoado – sempre era – que fosse.
Puxando pela memória, lá está a
professora, no cantinho da festa de formatura, semiesquecida. Essa figura
austera quase nunca é homenageada, mas podemos ver em sua face o sorriso
contido que assinala a muda sensação de dever cumprido. Preferimos os
professores bonachões, mais “amigos”, que muitas vezes relaxavam nas cobranças
acadêmicas. A longo prazo, mais maduros, percebemos o resultado do desleixo
duplo: o nosso e o dos professores bonachões.
A Dor, já citada na primeira frase da
reflexão em tela, é uma austera professora. Nos impõe limites. Ensina que a
Disciplina é fundamental para o sucesso.
Disciplina é Humildade de saber qual
nossa verdadeira posição perante o mundo.
Disciplina ensina que mais além há
algo melhor, sendo, portanto, um sinônimo de Paciência e Fé, ainda que mal
lembrada por esse ponto de vista.
Disciplina é sobriedade.
Somos ainda imperfeitos e muitas
vezes a Disciplina tem de ser imposta. Um verdadeiro tranco, que incomoda, gera
insatisfação. Até surge o rancor, mal disfarçado pela nobre expressão
“respeito”. E rancor não é Respeito!
À medida que evoluímos, percebemos
que a Disciplina passa a ser manifestada naturalmente. A Disciplina se torna,
por fim, aureolada por Respeito e Responsabilidade. Não há imposição.
Um Espírito altamente evoluído,
justamente por ser assim, segue a Disciplina rígida de sua falange – ou
grupamento. Tem seus momentos de árduo trabalho e também de repouso e alegria.
Um Espírito ainda muito apegado às
materialidades, precisa de Disciplina para poder evoluir e ser disciplinado
plenamente.
A Dor, essa professora rigorosa,
ensina a Disciplina. Mas ensina o Perdão, a Humildade, a Paciência, a
Perseverança e a Fé. Em suma, ensina a Amar.
Só se pode amar verdadeiramente com
Disciplina, caso contrário descambamos para os mares turbulentos das paixões e
não há, portanto, elevação alguma.
Se não houvesse a professora Dor,
como haveria o Diploma da Superação?
A Dor marca. Escreve em nosso
Espírito imortal nossas vivências e não há ninguém sem ter conhecido a Dor.
Logo, na Escola da Vida onde todos estamos matriculados, a Dor é nossa
professora e devemos respeitá-la de verdade. Absorver ao máximo a contribuição
que ela nos traz.
E devemos homenageá-la em nossa
formatura, trazendo para o palco essa austera senhora. Reconhecedores da
grandeza silenciosa dessa dama, beijaremos suas mãos duras e seu rosto marcado.
Então, com a voz vibrante, saindo do âmago de nosso ser, anunciamos:
“Estudei com a Dor e aprendi sublimes
lições. Com a Dor aprendi a Crescer. Graças a Dor, eu Venci.”
Verdade! Tomemos por professora a dor e a venceremos! Iraci SP
ResponderExcluirTexto profundo! Peço permissão para usá-lo como uma das fontes em palestra doutrinária do Centro Espírita Deus, Cristo e Caridade, em Belo Horizonte-MG. Maurilio Alcantara
ResponderExcluirQue retiremos da DOR a força para vencer!
ResponderExcluirBELO TEXTO!
ResponderExcluirMaravilhosa reportagem! Vania
ResponderExcluirSoberbo texto! Roubartilhando!
ResponderExcluirMuito reflexivo e verdadeiro! Sabias palavras!
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