Autor Thiago D. Trindade
Temos visto, há algum tempo, inúmeras entrevistas, palestras, livros,
artigos, etc. de pessoas que afirmam ter sido amigos íntimos de Chico Xavier. Fornecem,
tais pessoas, datas da duração da amizade com o querido médium, descrevem a cor
do boné que deram a ele e asseveram que tinham vasta e singular intimidade com
o Apóstolo da Mediunidade.
É interessante observar que essas pessoas, que parecem disputar o título
de “grande confidente de Chico Xavier” e gostam de alardear que são “detentores”
de segredos do nobre e dedicadíssimo servo de Jesus. Essa gente, que tem
alcançado algum destaque, ao invés de auxiliarem as obras sociais incentivadas
por Chico, enquanto encarnado, e, incentivarem o estudo dos livros
psicografados por ele, preferem se preocupar se o mineiro foi ou não Kardec,
introduzindo nos espaços que frequentam, “provas incontestáveis” da reencarnação
do Codificador na figura humilde e luminosa do Apóstolo do Espiritismo
Brasileiro.
Ora, inúmeras vezes, Chico afirmou que não era Kardec reencarnado. E ponto.
Ressaltamos que essa preocupação, infantil, sobre as reencarnações de
Chico Xavier não acrescenta em absolutamente nada ao Movimento Espírita,
tampouco à MORALIZAÇÃO das pessoas. Alguém pode considerar “então, por que que
tem gente que se preocupa com tal coisa?”. Simples. Três possíveis respostas:
1) Falta
do que fazer;
2) Vontade
de ter holofotes às custas do Chico;
3) Enriquecer
financeiramente às custas do Chico.
É só escolher. Podemos ainda acrescentar um quarto item que é a reunião
das três anteriores.
Devemos ter senso crítico sobre as informações que buscamos. O próprio
Chico quer isso de nós. Eu, perceba você que lê esse texto, me referi a ele no
presente, pois o inesquecível médium é tão imortal quanto nós e certamente ele
está observando o circo que fizeram com o nome dele e também seu legado. A prova
disso é o vasto número de livros que falam sobre ele e que tem destinação
duvidosa, não sendo os recursos obtidos com a venda, destinados a obras de
caridade. Tem gente que afirma que o bondoso Chico é seu mentor, ditando
mensagens das mais variadas. Tem ‘médium’, aliás que só canaliza gente graúda,
o ‘Zé das couves’ nem passa perto da mediunidade desses ‘reis da mediunidade’,
capazes de vender uma quantidade absurda de livros, que muitas vezes não fazem
o menor sentido e tem destinação muito obscura.
Sobre isso, na minha
opinião crítica e conhecendo um pouco do caráter de Chico Xavier, este, em uma
eventual comunicação, adotaria algum pseudônimo e mudaria sua aparência perispiritual,
pois como ele tanto sabia “O CONTEÚDO é muito mais importante do que a forma”.
Devemos, por fim, ter paciência com esses “amigos” do
amoroso Chico, mas não estimular suas falas e sua perda de tempo. Lembremos que
Chico era amigo ÍNTIMO de todos, mesmo que não fosse recíproco por parte de uma
grande quantidade de gente que o cercava com belos sorrisos e presentes. Chico Xavier
não tinha sentimentos mesquinhos e isso o enlevou para mais próximo do Cristo.