segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Como ajudar na Transição Planetária



Autor Thiago D. Trindade



Há algum tempo, temos ouvido, falado e estudado a respeito da Transição Planetária. Sabemos que o velho mundo de provas e expiações está se modificando para um mundo de regeneração.
No entanto, não vemos, infelizmente, essa modificação planetária de forma prática. Também não vemos em nós mesmos as características morais que devem ser modificadas. Alguém poderia dizer: “como assim?!” “ O que a Transição Planetária tem a ver com as nossas características morais?!”
Ora, Jesus disse que o Reino de Deus está dentro de nós. Isso significa que o Reino consiste em desenvolver todo o nosso potencial no Bem, pois temos uma semente divina, conforme fala o orador espírita José Carlos Leal no livro Evangelho e Qualidade de Vida, e essa sementinha precisa florescer e frutificar.
Lembrando rapidamente da Parábola do Semeador, deveríamos nos perguntar que tipo de terra somos para a semente divina que está ali depositada, dentro de nosso coração? Somos uma terra estéril, pedregosa? Somos uma terra espinhenta que mata a mudinha mal saída da semente? Ou somos a terra fértil que sustenta a muda, que se torna uma frondosa árvore?
Ouvimos, com freqüência, pessoas dizerem que estão salvas porque aceitaram Jesus. Muitos espíritas dizem que seus problemas deveriam acabar pelo fato de se vincularem a uma agremiação espírita, bem como adeptos de outras crenças o fazem. Mas acontece que tais pessoas não operaram mudanças significativas em suas vidas. Algumas deixam de fumar, de beber, mas não conquistam melhorias espirituais. Não deixaram de ser impacientes, preconceituosos, rancorosos, etc...
A semente de luz está lá. A enxada do Evangelho está lá e Jesus, o Lavrador Supremo, está lá. Mas a terra é ruim porque nós assim queremos. Jesus não pode evoluir por nós. Somos responsáveis pelos nossos atos. E os nossos atos se refletem no mundo.
Outra pessoa pode dizer: “ Eu ligo a televisão e só se vê violência”. Não é bem assim, pois tem coisa boa, é só procurar que acha. Mais um outro confrade assevera: “não gosto de ler, como é difícil ler!” Bem, existem bons áudio livros, além de grupos de estudos que são verdadeiras pérolas de luz.  E só para constar: “coisa boa é o que realmente contribui para a nossa formação”, assim assevera o amigo espiritual Joaquim. A questão é que se agente se disponibiliza a aprender, a informação surge!

Mas outra pessoa pode aparecer e disparar:” a pressão da sociedade é muito poderosa. Acabamos vencidos!” Paulo de Tarso diz, com seu vigoroso entusiasmo: “viver no mundo, sem ser do mundo”. O que o venerável mestre tarsense queria dizer é que devemos, sim, participar ativamente da sociedade, afinal é nela que amealhamos condições de evolução moral. E à medida que nos dedicamos à sociedade, que ela não nos infecte com suas imperfeições!
Devemos enfrentar os desafios do cotidiano, visualizando nossa realidade espiritual, ou seja, vencendo nossas más tendências com a ferramenta do Amor. Devemos, para ajudar na Transição Planetária, trabalhar incessantemente no Bem.
Não é fácil! Mas se buscarmos o exemplo de Zaqueu, cujas casas de auxílio eram continuamente destruídas, sem nunca culpar seus algozes, que sabiam menos do que ele, aprenderemos paciência e persistência.
Se buscarmos o exemplo de Paulo de Tarso, que ates de lhe cortarem sua cabeça, abençoara seus carrascos, viveremos melhor, pois o bom ânimo estará sempre dentro de nós.
Se buscarmos o exemplo de Teresa de Calcutá e vermos nos miseráveis do mundo, em nossos parentes ou colegas de trabalho, o próprio Cristo, viveremos melhor pois nos permitiremos melhor compreender a nós mesmos através de nossos semelhantes.
Se buscarmos o exemplo de Chico Xavier, que se dizia um cisco e trabalhava, e trabalha, incansavelmente, sem reclamar e fazer tudo o que podia com bom humor, viveremos melhor pois desenvolveremos a resignação em nós.
Se nós abraçarmos o Evangelho, viveremos melhor porque haverá Luz dentro de nós e ela irá irradiar à nossa volta.
E, dessa forma, além de verdadeiramente resolvermos os nossos problemas, ainda ajudaremos o Cristo na Transição Planetária.




sábado, 5 de novembro de 2016

Muletas



Autor Thiago D. Trindade


É comum vermos nas casas Espíritas e de Umbanda pessoas que estão sempre aflitas. Se apegam aos guias e neles descarregam suas lamentações.

Pensemos: geralmente são freqüentadores de longa data, e, não raro, assistem a trabalhos em outras casas com os mesmos apelos. Participam das palestras edificantes, ouvem a sabedoria dos guias, ou seja, tem largo acesso a orientação para o crescimento moral.

Mas essas pessoas não estão nunca satisfeitas, continuam suas lamentações dizendo que seus problemas são imensos, sem sequer refletir sobre os ensinamentos que tem à disposição. Não querem, na verdade, entender que a solução para seus problemas está dentro de si, ou seja, a tal “Reforma Íntima”. Querem apenas, verdade seja dita, serem ouvidos e vistos. Isso mesmo.

Não é objetivo de uma casa Kardecista ou de Umbanda que a pessoa, ao resolver suas aflições se afaste. O que essas Religiões almejam é que a pessoa, ao vencer suas más tendências e provas, continuem o aprendizado, e mais, ajudem aqueles que estão mais atrás com o Bálsamo do Esclarecimento.

Já tivemos a oportunidade de conhecer uma pessoa que freqüentava quatro casas religiosas, duas de Umbanda e duas Kardecistas. Dedicava quase todo o seu tempo, na semana, a ir a esses Hospitais-Escola do Bem e contava os segundos para voltar quando estava em seu próprio lar. Vivia para a assistência das referidas casas. E vimos um determinado guia dizer a ela (sempre às voltas com dificuldades banais como cardápio familiar, visitar a sogra ou ir à praia e demonstrava grande ciúme em relação ao marido que até cobrava a ela maior permanência em casa) que já tinha movimentado os trabalhadores espirituais de quatro casas e que na verdade cabia a ela decidir sua vida e arcar com as consequências com Fé Raciocinada no coração. Segundo o bondoso guia, conhecido pela amabilidade e capacidade elucidativa em suas argumentações, que os bons espíritos estão sempre dispostos a ajudar, mas com moderação. Caso o contrário a pessoa não cresceria espiritualmente, já que não teria a chance de por à prova o aprendizado adquirido na Casa de Religião, exercendo a Paciência, a Perseverança, a Fé e o Perdão. A senhora, sentindo-se ofendida, levantou-se e procurou outra consulta, julgando que arrumara um inimigo espiritual, a quem passou a dedicar especial atenção e de uma forma muito negativa.

É difícil semear a luz do Esclarecimento nos corações ainda endurecidos. Criar condições para um irmão caminhar livre de muletas. É muito comum ouvirmos alguém nos pedir para orarmos por ele, já que suas preces não são “boas”, o que é uma idéia muito difundida por aí e é uma verdadeira besteira, uma vez que não existe prece ruim se ela for feita com sinceridade no coração.

Nenhuma Religião, verdadeiramente pautada no Crescimento Moral do Homem, limita seu adepto. Devemos entender que a função dos guias – de qualquer guia, encarnado ou desencarnado, aliás – é criar condições para a Libertação da Humanidade, ou seja, seu progresso para junto do Pai Maior.

Que nós possamos procurar os nossos amados guias não só para pedir e lamentar, mas também para agradecer e ouvir as sublimes lições que possuem e anseiam por dividir conosco. E todos juntos irão contemplar o céu e sentir a Luz do Alto em nossos corações.
Sem muletas!