segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Conversando sobre Reencarnação



autor Thiago D. Trindade






Em primeiro momento, ressaltamos ser um tema assaz profundo, ficando o incentivo à pesquisas e outras reflexões.

Foi o professor Allan Kardec, no luminoso século 19, quem cunhou a expressão “reencarnação”. Antes disso, os povos antigos se referiam a “nascer de novo” a nova vida na Terra.

Todos nós aqui sabemos, o livro de Mateus, que Jesus falava a Tiago, João e Pedro sobre João Batista como reencarnação de Elias, o profeta. Na própria bíblia há outros relatos sobre manifestação mediúnica e reencarnação, como a conversa entre o espírito Samuel e o rei Saul, no livro de Samuel, e, o diálogo de Jesus com Nicodemos e o tal “nascer de novo”.

Concentraremos, nesse momento, apenas a tecla da reencarnação.

Mas, reencarnação é bem compreendida por nós? Nem tanto ainda. Reencarnação é um gesto de Amor de Deus. Reencarnação é a oportunidade de crescimento através do esforço em quitar dívidas ou para o auxílio de alguém.

No caso de pagamento de dívidas, vemos no livro Loucura e Obsessão, da editora a Federação Espírita Brasileira, de Divaldo Franco e do espírito Manoel Philomeno, que se passa em um terreiro de Umbanda, vemos um espírito encarnado que é atormentado por ver-se em um corpo que não correspondia ao seu psiquismo. Ajudado pelo Benemérito Bezerra de Menezes e pela preta velha Emerencina, o jovem e sua família são instruídos através da Moralização cristã, que lhes daria forças para a vitória de suas más tendências, conforme está assinalado no capítulo 17 do Evangelho Segundo o Espiritismo.

No caso da reencarnação em benefício de alguém, temos o caso do espírito Laura, no livro Nosso Lar, de Francisco Candido Xavier e do espírito André Luiz, onde vemos a amorável senhora reencarnar para auxiliar o antigo esposo, mais atrasado evolutivamente.

Em ambos os casos, caímos na situação familiar, onde vemos espíritos compromissados uns com os outros, tendo por meta a evolução moral, e, tomando o Cristo por Caminho, Verdade e Vida. Lembremos ainda que nossa verdadeira família é a Humanidade, conforme o Cristo exorta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”.

Então, alguém pode pensar: é fácil reencarnar. Não! Está cada vez mais difícil, por conta da modificação vibratória do planeta, que está saindo de um mundo de expiações e provas para um mundo de regeneração, onde o mal é em menor escala.

Também é necessário que entendamos como ocorre a reencarnação, em termos espirituais.

A primeira forma de reencarnarmos, é compulsória, onde o espírito endurecido pode não querer reencarnar, ou ainda não consegue compreender seu eventual estado de sofrimento. Alguns destes, assim que saem das zonas umbralinas, necessitam de reencarne imediato para evitar sofrimento desnecessário, que é planejado unicamente por espíritos mais elevados que podem ter ou não alguma ligação mais estreita com o reencarnante sofredor. Com isso lembramos da Justiça Divina, que nunca nos permite carregar além de nossa conta, não é? Ainda sobre essa situação, percebemos claramente que o véu do esquecimento é uma benção, evitando em muitos casos a loucura, que irá atrasar ainda mais a evolução do espírito. Infelizmente, há pessoas que se dedicam a descobrirem que foram em vidas passadas, chegando a conhecer uma pequena fração de determinada reencarnação, chegando a e aproximar da loucura ao se descobrirem carrascos, violadores cruéis daqueles que hoje são parentes. A culpa os consome de tal forma, que em alguns desses casos, tratamentos de ordem material e espiritual. Se queimaram brincando com fogo.

O segundo caso é quando o espírito, mais evoluído moralmente, ou não, mas consciente de sua obrigação em vencer suas más tendências, programa sua futura reencarnação, ou seja, avaliando conjuntamente com espíritos mais evoluídos, traçam um plano de metas do que é possível ser realizado e deixando outras “contas a pagar” para reencarnações posteriores. Por isso não devemos nunca adiar nosso compromisso de evolução moral.

É bom lembrar que a mediunidade, por exemplo, e na maioria das vezes, é um recurso da Providência Divina para quitação de dívidas morais.

E entre uma reencarnação e outra, já que somos portadores de um único e indivisível espírito, sendo possuidores de incontáveis corpos de matéria, o que fazemos? Nós flutuamos sobre as nuvens? Nem perto disso.

Conforme registram André Luiz, Bezerra de Menezes, Emmanuel e tantos outros, no período em que permanecemos na erraticidade, ou Plano Espiritual, de forma consciente e clara, reavaliamos nossas ações na Terra, vislumbrando o resultado de nosso livre arbítrio. Também trabalhamos e estudamos muito, embora pese mais nossas realizações quando encarnados, pois como assevera Jesus: “ficarão aqui até pagarem o último centavo de suas dívidas”.  

Esse entendimento explica aquelas crianças que tocam lindamente instrumentos musicais complexos, ou as que tem espantosa facilidade com idiomas e novíssimas tecnologias. No livro A Vida Além do Véu, editorado pela Federação Espírita Brasileira, e escrita por um pastor protestante em 1913, conhecemos várias escolas em determinada esfera espiritual.

Infelizmente, muitos encarnados não aceitam a separação de entes queridos, tomando por situação permanente. E passam a obsediar os desencarnados, levando a todos ao desespero. A todos os desencarnados devemos levar sentimentos de carinho, de amor!

É da Lei de Deus que ninguém irá ficar para trás na Criação, logo todos ficaremos juntos na Verdadeira Felicidade. Poderemos nos reencontrar com nossos amados desencarnados nos sonhos, nas preces, quando nos desencarnamos também, nas doces lembranças, e, mais, quando podemos ter a possibilidade, pelas vias da reencarnação, de segurar um ente amado em nossas mãos, ainda que envelhecidas e cheias de amor.

O que nos importa é simplesmente amar, quem quer que seja, encarnado ou não, e quebrando os laços de dor e sofrimento, que muitas vezes são chamados de obsessão.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Os Espíritos e as intervenções em nossa vida






Autor Thiago D. Trindade



Iremos trocar algumas impressões acerca do capítulo 9, do Livro dos Espíritos, que leva o nome desta mesma modesta reflexão. No entanto, concentraremos, a princípio, nossa prosa entre as questões 456 e 465.

Iniciamos nossa reflexão pela clássica pergunta, que permeia a Humanidade há milhares de anos: “Podem os espíritos ver tudo o que fazemos?”. Sim, podemos responder rapidamente. Paulo de Tarso, em suas cartas, afirma categoricamente que somos observados por uma multidão de testemunhas.

Mas quem nos observa? Eis uma instigante pergunta.

Todo o tipo de espírito observa nossos mais ínfimos atos e até pensamentos. Aqueles que são mais evoluídos do que nós, estando a nos inspirar e a amparar em nossa jornada. Incluímos aqueles espíritos, também, que possuem padrão evolutivo similar ao nosso, tentando aprender e a ajudar como podem. E não nos esqueçamos daqueles espíritos menos evoluídos moralmente do que nós. E cabe-nos, não só por palavras, mas sobretudo por ações, mostrar a esses irmãos o caminho luminoso da Moral do Cristo.

E, todos esses espíritos, não nos enganemos, conhecem os nossos mais íntimos pensamentos. Falando, rapidamente, com termos jurídicos, temos nossa consciência por juiz e essa imensidade de testemunhas para ratificar a verdade em nossas ações. Mais adiante, neste importantíssimo Livro, na questão 459, descobrimos que somos bombardeados pela influência dos espíritos. Tanto para o Bem, como aquelas idéias de última hora, verdadeiramente salvadoras, como aquelas ruins que nos podem levar a autodestruição.

Alguém poderia afirmar, baseado com o que citei acima: “Ora, uai, não temos vontade própria? Não temos Livre Arbítrio?”. Temos sim. E não perdemos nenhum pouco de nossa responsabilidade evolutiva quando somos bombardeados pelos pensamentos dos espíritos. Embora os nossos pensamentos se misturem com os dos espíritos, sempre, repito, sempre, teremos os primeiros pensamentos como nossos. Se o pensamento é bom ou ruim, o mérito é nosso.

Pois bem, outro confrade pode articular: “Mas como identificar se o pensamento é oriundo de um espírito bom ou mau?”. Mais uma vez, Paulo de Tarso orienta: “ Examinai tudo e retenha o que lhe convém.”

Se nós, diante de qualquer situação da vida, nos tornássemos mais cuidadosos, mais analistas, evitaríamos muitos problemas. Prudência, em verdade, é uma virtude que começa no pensamento. Vemos muitas histórias tristes por aí que começaram na tal afobação ou melhor, na não reflexão. Pequenos dramas que se tornam tormentos capazes de se arrastar por séculos.

Jesus, Excelso Mestre, com sua simplicidade monumental afirmou sucintamente: “Vigiai e Orai”. Geralmente falamos ao contrário “Orai e Vigiai”, mas é melhor para nós a vigilância sobre tudo que nos cerca, pois assim temos a chance de refletir e, em oração nos sintonizar com aqueles que nos querem ver crescer verdadeiramente na direção da ainda incompreendida Felicidade. E, na base do arrastamento, levamos através de nossa ação bem refletida, algum irmão menos evoluído moralmente.

Por isso que nas instruções acerca da Moral do Cristo, os guias espirituais, orientam a perdoarem os ofensores. É necessário quebrar o ciclo de rancor e vingança, comodismo e culpa. Em quase todos os casos de obsessão, aliás, há forte conexão mental entre os envolvidos. Vejamos alguns exemplos que temos na literatura Espírita já consagrada:
1 - No Livro Loucura e Obsessão, encontramos uma triste trama, capitaneada pela conexão entres espíritos sofredores encarnados como tio e sobrinho, que eram bombardeados por espíritos que buscavam vingança. Coube a uma Preta Velha e ao Benemérito Bezerra de Menezes a elucidação do caso, através da prática do perdão e do entendimento de que as dores são necessárias para o burilamento do espírito.
2 – Na linda obra Recordações da Mediunidade, vemos a inesquecível Yvonne Pereira, ainda encarnada, porém em desdobramento, sugestionar ao espírito Pedro que mudasse as suas ações e aceitasse o auxílio salutar do espírito José, e dessa forma deixasse de obsediar um homem.

Reparamos agora, nessa altura da prosa em que estamos, que aprofundamos, um pouco, aquela pergunta formulada pelo velho mestre lionês, a pergunta 464, que versa sobre como discernir se o pensamento é bom ou mau e a 459, que busca conhecimentos sobre o tal bombardeio de pensamentos. Afinal, falamos de influência entre desencarnados e encarnados, e, finalmente, entre encarnados e desencarnados.

Tudo depende, da sua, da minha, da nossa sintonia. Nossa força mental, a maior potência que Deus nos deu deve ser melhor conduzida, uma vez que ela pode edificar ou destruir, curar u adoecer. Nossa força mental, bem usada pode construir em nós o céu, mas, se mal usada, criará o inferno dentro de nós.

E como descobrir como usar melhor nossa força mental? É usando nossa força mental sempre pautada pela Moral do Cristo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Liderança





Autor Thiago D. Trindade
 
Todo mundo gosta de mandar, ser chefe de alguém. Pouco importa em quê, desde que tenha auxiliares (servos, na concepção íntima) que o idolatrem e sigam suas ordens. No entanto, ninguém quer ter um chefe!

O ato de servir é um gesto de grandeza, conforme Jesus afirmou a Tiago e João (Marcos, 10: 43-45). A pessoa, seja na matéria, seja em termos espirituais, almeja (ou deveria) um futuro melhor onde seu mérito é de fato honrado mediante seu esforço. Cada um tem exatamente o que merece e os ensinos do Cristo exaltam esse conceito, sobretudo quando suas palavras se voltaram diretamente para aqueles que se sentiam humilhados (Mateus, 18: 1-5).

Na Grande Caminhada que travamos rumo à Perfeição, onde está a Verdadeira Felicidade, voltamos inúmeras vezes à carne nas mais variadas posições sociais. Servos e chefes na matéria. Essas variações são justamente para o burilamento de nossos espíritos.

Mas ser chefe e ser líder podem ser considerados a mesma coisa? Podemos entender o chefe como algo da matéria, um título dado, imposto ou conquistado por vários meios como força ou mérito.

O líder é alguém, geralmente, destituído de título de chefe, que se sobressai naturalmente dentre seu grupo social. O líder é cativante e seu magnetismo atraente é a liga que faz funcionar o grupo.

Só basta para o líder ser cativante?
Não!

O líder, acima de tudo, põe seu próprio desejo abaixo dos demais.

O líder sabe escutar mais do que fala, bem como ser paciente para esperar pelos companheiros e ser praticante do gesto sublime de Amor, que é o Perdão, para o grupo poder triunfar na Grande Vitória.

Cabe ao líder chegar primeiro aos campos de trabalho e ser o último a se retirar, sem deixar que um dos seus trabalhe mais do que outro.

A Serenidade e a Reflexão caminham com o líder para que as agruras não o derrubem, nem a seus companheiros na Estrada.

As palavras são sempre doces para não ferir o ego daqueles que precisam do bálsamo do Esclarecimento.

Em fim, ser líder é uma missão árdua e muito pouco compreendida. Qualquer um, na verdade, pode ser líder; mas o líder não é qualquer um.

A fortaleza de um líder não é física, mas moral e a luz dos seus olhos é o reflexo de sua alma sedenta por mais luz que só se satisfará quando todos do seu grupo brilhar tanto quanto ele.

Jesus é o maior exemplo de líder e, vigilante, está junto de nós a incentivar-nos em nossa Grande Jornada.