quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Modernidade e Família







Autor Thiago D. Trindade


 
O modelo daquilo que chamamos de família está em extinção. O modelo patriarcal, rígido, quase absolutista, está à míngua. Isso é bom? Aliás, pensemos se esse modelo era realmente bom e qual tipo de pessoa que ele gerou...

A tal modernidade, alimentada por mentes entorpecidas, tenta enfiar goela abaixo a idéia de que a família é algo descartável, ultrapassada. Não falo da estrutura: mamãe rainha do lar, papai sabe tudo e filhinhos perfumados. Me refiro ao grupo de espíritos endividados pela trama das encarnações.

Pensemos: se a família está descartável, logo as pessoas também...

José, o carpinteiro que criou Jesus, ficaria deslocado nos dias de hoje e Maria teria chorado muito mais, se isso for possível...

Muitos preferem dizer que nasceram nas famílias erradas e buscam terceiros para se satisfazerem. É uma visão equivocada, baseada na ignorância. É necessário, e a literatura espírita é rica em ilustrações, para determinando espírito nascer na respectiva família para que possa quitar pesados débitos, ou seja, aprender pela dor ou amor o Caminho do Perdão e da Redenção.

Kardec, muito sábiamente, realizou um estudo (questões 203 a 214 e 582 e 583 do Livro dos Espíritos, editora FEB, 2008, 91° edição, 615 páginas) sobre a importância da família e a espiritualidade. Sem desvios de interpretação, a conclusão final é categórica: a responsabilidade evolutiva é individual, mas o desempenho do grupo é fundamental para êxito pleno.

Muitos irão afirmar: “meu filho (a) está longe, ou meu pai (ou mãe) não quer me ver!” Será isso mesmo ou a pessoa, egoísta, se põe numa atitude preguiçosa e arriscando-se a angariar novos – e pesados – débitos?

Ou ainda, a leniência com os desvios morais do companheiro de jornada, cerrando os olhos para os absurdos que eles cometem. Nesse caso, há também a repetição do egoísmo em não querer reconhecer o próprio erro em realizar dignamente a parte que lhe foi confiada na encarnação.

Zelar por um ente querido não é isolá-lo do mundo de provas e expiações (como se fosse possível...), mas sim fazer o necessário para o sucesso do empreendimento chamado encarnação.

Falhas acontecem. Repetir as falhas é onde reside o verdadeiro atraso nos planos evolutivos.

O futuro da família está onde sempre estive: em nossas mãos! A aplicação dos ensinos do Mestre da Galiléia é a força motriz que nos impulsionará para o Alto com o menor número de escalas na Terra o possível.

Se faz necessário compreender nossa parcela de responsabilidade e cumprir o necessário na Grande Escola da Vida.







quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Da intervenção dos espíritos no mundo corporal





Autor Thiago D. Trindade

Iremos trocar algumas impressões acerca do capítulo 9, do Livro dos Espíritos, que leva o nome desta mesma modesta reflexão. No entanto, concentraremos, a princípio, nossa prosa entre as questões 456 e 465.

Iniciamos nossa reflexão pela clássica pergunta, que permeia a Humanidade há milhares de anos: “Podem os espíritos ver tudo o que fazemos?”. Sim, podemos responder rapidamente. Paulo de Tarso, em suas cartas, afirma categoricamente que somos observados por uma multidão de testemunhas.

Mas quem nos observa? Eis uma instigante pergunta.

Todo o tipo de espírito observa nossos mais ínfimos atos e até pensamentos. Aqueles que são mais evoluídos do que nós, estando a nos inspirar e a amparar em nossa jornada. Incluímos aqueles espíritos, também, que possuem padrão evolutivo similar ao nosso, tentando aprender e a ajudar como podem. E não nos esqueçamos daqueles espíritos menos evoluídos moralmente do que nós. E cabe-nos, não só por palavras, mas sobretudo por ações, mostrar a esses irmãos o caminho luminoso da Moral do Cristo.

E, todos esses espíritos, não nos enganemos, conhecem os nossos mais íntimos pensamentos. Falando, rapidamente, com termos jurídicos, temos nossa consciência por juiz e essa imensidade de testemunhas para ratificar a verdade em nossas ações. Mais adiante, neste importantíssimo Livro, na questão 459, descobrimos que somos bombardeados pela influência dos espíritos. Tanto para o Bem, como aquelas idéias de última hora, verdadeiramente salvadoras, como aquelas ruins que nos podem levar a autodestruição.
Alguém poderia afirmar, baseado com o que citei acima: “ Ora, uai, não temos vontade própria? Não temos Livre Arbítrio?”. Temos sim. E não perdemos nenhum pouco de nossa responsabilidade evolutiva quando somos bombardeados pelos pensamentos dos espíritos. Embora os nossos pensamentos se misturem com os dos espíritos, sempre, repito, sempre, teremos os primeiros pensamentos como nossos. Se o pensamento é bom ou ruim, o mérito é nosso.

Pois bem, outro confrade pode articular: “Mas como identificar se o pensamento é oriundo de um espírito bom ou mau?”. Mais uma vez, Paulo de Tarso orienta: “ Examinai tudo e retenha o que lhe convém.”

Se nós, diante de qualquer situação da vida, nos tornássemos mais cuidadosos, mais analistas, evitaríamos muitos problemas. Prudência, em verdade, é uma virtude que começa no pensamento. Vemos muitas histórias tristes por aí que começaram na tal afobação ou melhor, na não reflexão. Pequenos dramas que se tornam tormentos capazes de se arrastar por séculos.

Jesus, Excelso Mestre, com sua simplicidade monumental afirmou sucintamente: “Vigiai e Orai”. Geralmente falamos ao contrário “Orai e Vigiai””, mas é melhor para nós a vigilância sobre tudo que nos cerca, pois assim temos a chance de refletir e, em oração nos sintonizar com aqueles que nos querem ver crescer verdadeiramente na direção da ainda incompreendida Felicidade. E, na base do arrastamento, levamos através de nossa ação bem refletida, algum irmão menos evoluído moralmente.

Por isso que nas instruções acerca d Moral do cristo, os guias espirituais, orientam a perdoarem os ofensores. É necessário quebrar o ciclo de rancor e vingança, comodismo e culpa. Em quase todos os casos de obsessão, aliás, há forte conexão mental entre os envolvidos. Vejamos alguns exemplos que temos na literatura Espírita já consagrada:
1 - No Livro Loucura e Obsessão, encontramos uma triste trama, capitaneada pela conexão entres espíritos sofredores encarnados como tio e sobrinho, que eram bombardeados por espíritos que buscavam vingança. Coube a uma Preta Velha e ao Benemérito Bezerra de Menezes a elucidação do caso, através da prática do perdão e do entendimento de que as dores são necessárias para o burilamento do espírito.
2 – Na linda obra Recordações da Mediunidade, vemos a inesquecível Yvonne Pereira, ainda encarnada, porém em desdobramento, sugestionar ao espírito Pedro que mudasse as suas ações e aceitasse o auxílio salutar do espírito José, e dessa forma deixasse de obsediar um homem.

Reparamos agora, nessa altura da prosa em que estamos, que aprofundamos, um pouco, aquela pergunta formulada pelo velho mestre lionês, a pergunta 464, que versa sobre como discernir se o pensamento é bom ou mau e a 459, que busca conhecimentos sobre o tal bombardeio de pensamentos. Afinal, falamos de influência entre desencarnados e encarnados, e, finalmente, entre encarnados e desencarnados.

Tudo depende, da sua, da minha, da nossa sintonia. Nossa força mental, a maior potência que Deus nos deu deve ser melhor conduzida, uma vez que ela pode edificar ou destruir, curar u adoecer. Nossa força mental, bem usada pode construir em nós o céu, mas, se mal usada, criará o inferno dentro de nós.
E como descobrir como usar melhor nossa força mental? É usando nossa força mental sempre pautada pela Moral do Cristo.