terça-feira, 28 de outubro de 2014

Igualdade





 Autor Thiago D. Trindade



A lucidez do professor Allan Kardec, foi realmente impressionante. Incumbido de organizar, na Terra, a Doutrina dos Espíritos, determinada por Jesus, o Codificador se viu às voltas com uma série de questionamentos morais e científicos, que gradualmente foram elucidados por nobres Espíritos, como Fénelon, Santo Agostinho, São Luis e outros valorosos irmãos espirituais. Dessa forma, chegamos a Codificação Espírita, cujos pilares são o Evangelho Segundo o Espiritismo, Livro dos Médiuns, Livro dos Espíritos, Gênese e Céu e Inferno. Há outros, é verdade, mas esses são a base da Doutrina, o início do desvendar do véu.

Mas, por que dissertar, ainda que muito brevemente, sobre fundamentos do Espiritismo? Simples. A resposta é a igualdade de todos perante à Criação. Igualdade perante a Lei do Progresso, a Lei da Ação e Reação, em suma, a Lei do Amor.

Kardec, muito preocupado com a posição da Humanidade, com seus dramas e alegrias, no capítulo 10, da terceira parte, na questão 803, pergunta se perante Deus os homens são iguais. A resposta, claro, é positiva e a Espiritualidade ainda cita uma frase muito comum a nossos ouvidos: “O sol brilha para todos”.

O sábio lionês observa que todos nós estamos sujeitos às mesmas Leis da Natureza. Ou seja, ninguém é privilegiado. Nem mesmo Jesus, que foi criado simples e ignorante há incalculáveis anos, e hoje é o Governador Espiritual da Terra.

E falando no mestre, há mais de 2 mil anos, Jesus alardeava que éramos todos iguais. E iguais a Ele. Vejamos:

Quando Maria, sua mãe, e seus irmãos, procuraram por Jesus em Betânia, o Carpinteiro estava em pleno serviço fraterno. E Jesus respondeu a seus discípulos que o alertaram da chegada da bondosa mulher: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?!”
Sem dúvida, essa frase fora dita pelo Mestre com energia, e o choque que seus discípulos sentiram certamente os fez pensar sobre a verdadeira família, aos olhos de Deus.

E outras frases Jesus disse, todas profundas verdades que repetimos, mas não praticamos como devemos. Ei-las:

“Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem.”
“Amar o próximo como a ti mesmo.”

Mas o que essas duas frases, que estão aí em cima, tem a ver com a igualdade preconizada por Kardec?

A verdade é que estamos todos no mesmo barco. Na grande família universal, temos a obrigação de compreender as imperfeições dos outros, sem esperar que compreendam nossas próprias imperfeições. E se o irmão não quiser compreender nossas imperfeições? A resposta esta com Jesus:
“Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem.”

Voltemos, agora, à resposta obtida por Kardec, lá na questão 803, onde faz referência ao sol brilhar para todos. O sol, grandioso astro, derrama sua luz para todo o mundo de forma igual. Falando em termos espirituais, Jesus é o nosso sol moral. A luz que ilumina o Caminho, que nos leva à Verdade, que nos direciona a Vida.

O problema é que alguns de nós usam o livre arbítrio para nublar o sol do Cristo que há dentro de cada um de nós. Escondem o sol do Cristo com rancor, inveja, cobiça e vingança. E se não há sol, como as flores da virtude irão crescer dentro de nós? Como, sem  Cristo, seremos felizes?

Se na soprarmos ventos de fraternidade, de perdão, de fé  esperança, como deixaremos nossas dores para trás?

Entendamos isso, de nada nos vale conhecer todas as vírgulas da Codificação Espírita, os livros do Evangelho se nós não arregaçarmos as mangas e trabalharmos em prol do nosso próprio desenvolvimento.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Paixão de Cristo


Autor Alexandre Giovanelli


A morte de Cristo não é a morte, o fim; mas sim o sinal de que o amor venceu a morte. A alegria venceu a tristeza. E sempre vencerá. A morte de Cristo é a mensagem de esperança. Porque Jesus foi além da cruz; ao contrário do que é dito, Jesus não deu sua vida por nós, simplesmente. Jesus dá e dará a sua vida por nós, hoje e sempre. Assim ele está vivo em espírito e através de seus ensinamentos. Suas palavras e exemplos estão a disposição de todos aqueles que se dispuserem a abrir seus corações e tiverem a coragem de mudar; porque aceitar Cristo é aceitar seguir o caminho mostrado por ele; é deixar a ilusão do mundo material e perseguir a verdade do mundo espiritual. Por isso o Mestre disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
            Nos últimos momentos, antes de sua condenação, Jesus ao dividir o pão e o vinho com seus discípulos, deu uma nova dimensão àquele momento informando que aquilo era sua carne e seu sangue e deveriam tomar parte daquela ceia tendo em mente o simbolismo do momento. A mensagem de Jesus é clara: o exemplo e o ensinamento de Cristo devem fazer parte de nós, de nossos atos, pensamentos, sentimentos. Devem ser parte constituinte de nosso ser, de nossa alma. Devem permear nossos atos mais simples, no cotidiano. Devemos fazer de Cristo nosso alimento espiritual. A sua essência deve ser nossa essência. Para que não estejamos separados de Cristo e só em alguns momentos nos reportemos a ele; mas ao tomarmos seu sangue e sua carne, que nós aceitemos seus ensinamentos e os transformemos em parte indissociável de nossas vidas. Como Paulo disse: “Agora já não sou eu quem vivo, mas Cristo que vive em mim”.
Portanto, irmãos, pensem na Paixão de Cristo não como a morte ou fim de algo. Não como um momento de dor e tristeza, mas sim como um momento de transformação. De vitória da matéria sobre o espírito, do amor sobre o ódio. Da alegria sobre a tristeza.
Da mesma forma, em nossas vidas passamos por tribulações, sofrimentos, dor de perdas. São momentos de transformação. De aprendizado. Encaremos como uma fase importante que vai passar. Tudo isso passará. Mas que, afinal, nos deixará um legado de amadurecimento, de cura a uma ferida espiritual. É que após a dor vem o alívio. Depois da tempestade vem a bonança.
Lembremos de exemplos como São Francisco de Assis que deixou todos os seus bens materiais para uma vida de pobreza, de necessidades. Sentiu as dores do mundo, adoeceu, sofreu incompreensões, foi segregado por seus próprios pares. Mas em todos os momentos cantava e louvava a Deus com uma alegria sem precedentes; via em tudo e em todos a mão de Deus. Cantava para as estrelas, o sol, a lua, os animaizinhos. Louvava toda a criação e em tudo dava graças a Deus.
Portanto, irmãos, a cruz que carregamos é o que irá nos regenerar e que tem o potencial de nos elevar em pensamentos e sentimentos. Deixemos que morra na cruz a nossa vaidade, ódio, luxúria, inveja, cobiça, egoísmo. E ressuscitemos com nossas almas lavadas, mais puras, com menos vícios. Isso é uma alegria.
Jesus não morreu. Ele reviveu e vive ainda, ensinando e curando. Tomemos do seu pão e do seu vinho para que nos rejubilemos no Senhor em todos os dias de nossas vidas.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Falando sobre o Tempo






Autor Thiago D. Trindade


Iremos refletir um pouco sobre o tempo. Não iremos, por enquanto, nos referir sobre as condições climáticas, mas si sobre o que fizemos, fazemos e faremos. Nesse momento, iremos avaliar nossas existências.

É muito comum ouvirmos e dizermos: “Os tempos estão chegados!”

Mas que tempo é esse?! E onde estamos chegando?

O tempo é referência da mudança, da transformação. E estamos chegando ao limiar de uma nova Era. A Era da regeneração onde o tempo do Homem Integral, ou seja, do Homem Novo irá se reunir na face da Terra, amealhando condições para contemplar melhor a face do Cristo redivivo.

Ocorre que somos nós quem marcamos o tempo. Nós definimos, de fato, a chegada do mundo de Regeneração. Não basta que nós falemos do Cristo. Temos que vivenciar os Ensinamentos do Cristo. Por alguma razão, infelizmente, abraçamos o comodismo, que é um dos nomes do egoísmo.

Em Tiago, o apóstolo, lemos: “Eia agora, vós que dizeis...amanhã...”(4:13).

O que  discípulo de Jesus queria dizer é justamente isso: “Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje.”

E o que devemos fazer hoje?

Perdoar, auxiliar, ouvir, não julgar, ter tolerância, ter paciência, alimentar o corpo e o Espírito de alguém.

AMAR.

Os tempos estão chegados e o que fazemos? Responda apenas a si mesmo.
Muitos irmãos desencarnados nos trazem mensagens de amor, sabedoria, de alento, mas também nos falam: “Como eu perdi TEMPO! Fui egoísta, orgulhoso, descuidado, joguei a vida fora!”

Na verdade, sabemos que não jogou a vida fora, mas atrasou a si mesmo na estrada do progresso, ao comprometer sua reencarnação.

Porém, esses irmãos uma vez despertos, arregaçam as mangas e procuram estudar e trabalhar para sua própria edificação, e, por conseqüência atuam para  desenvolvimento da Humanidade. Um lindo exemplo é  que nos traz o amigo Espiritual André Luiz, em sua saga de crescimento moral na série “A Vida no mundo Espiritual”, mais popularmente chamada de Coleção André Luiz.

Bem, algum desavisado poderia considerar: “Ora, se nós sempre temos segundas chances, quando eu desencarnar, irei trabalhar.”

Isso é o tal “empurrar com a barriga”. Mas é interessante lembrar que somos estudantes da Verdade de Jesus, que nos confere duas coisas:

RESPONSABILIDADE E AUTORIDADE

Responsabilidade em assumir a posição de buscar a evolução através da prática do perdão e da caridade, em suma, a prática do Amor para  crescimento espiritual.

A autoridade está no servidor do Cristo, em qualquer nível que esteja, é evidenciada pelo distintivo da Fé, que o leva a caminhos escuros e pedregosos, dissipando a escuridão da ignorância e usando a Razão e a Paciência em instruir a quem ainda está mais atas na estrada do Progresso. A autoridade do Servidor do Cristo é a base da postura coerente com os Ensinamentos: Amar a Deus e ao Próximo.

E o Tempo, tema central desta reflexão, permeia a Responsabilidade e a Autoridade. Usemos o Tempo como nosso aliado, entendendo que nada é por acaso e as dificuldades que encontramos ao longo da vida nos são necessárias para crescermos.

Ignorar o Tempo é sofrer, pois quando quisermos ser amigos dele, poderá ser tard demais e provavelmente irá dizer: “PERDI TEMPO!”

Aproveitemos os momentos de alegria, claro, mas saibamos encarar com resignação os momentos de dor, certos de que são passageiros. Afinal, como disse um sábio indiano há cerca de 2500 anos atrás: “Tudo será transitório neste mundo até que reine a definitiva luz”.

Reflitamos mais sobre como aproveitar nosso Tempo orando mais, vigiando mais, estudando mais e servindo mais. Devemos, com Cristo, apertar o passo na busca pelo Homem Novo, que é despojado da preguiça egoísta que nos prende a viciações mentais.

Nós somos os trabalhadores da Última Hora. O campo de trabalho está aí. Devemos arar agora nossos corações com Amor para florescer luz em nosso Espírito.

Amar é o único Caminho.